Nascida em 1864 no período da escravidão, e quando já havia sido
deflagrada a Guerra Civil, ela foi
emancipada quando a escravidão foi abolida. Eliza quebrou todos os
paradigmas culturais e sociais para as
mulheres negras no final do século XIX. Ela enfrentou a discriminação
racial e os problemas financeiros
enquanto buscava o seu sonho de se tornar médica. Para custear os
seus estudos ela alternava um ano de
estudos com um ano de trabalho na colheita de algodão. Ao todo foram
7 (sete) anos até a graduação que
ocorreu em 1898.
Em dezembro de 1890, Eliza escreveu uma carta ao Woman's Medical College of Pennsylvania ( primeira
instituição médica no mundo a treinar mulheres e oferecer o certificado de Doutor em Medicina ) ,
questionando sobre os custos do curso de medicina, e se era possível que ela realizasse qualquer trabalho
sem que este causasse interferência nos estudos.
" Eu não tenho dinheiro e muito menos uma fonte de renda. Mas posso trabalhar por cada dólar", ela disse.
Eliza passou 7 (sete) anos trabalhando e estudando para se tornar uma professora na Fisk University in
Nashville, Tennessee, mas ela acreditava que pudesse trazer mais benefício para a sua raça conseguindo
uma graduação médica.
Ela perguntou ao decano da Woman's Medical College of Pennsylvania: " de alguma forma é possível para
um escravo emancipado obter qualquer tipo de ajuda em uma profissão tão ilustre? "
Eliza foi admitida no colégio e alternou os períodos de estudos com trabalho até conseguir o diploma. Ela
completou os seus estudos em 1897 e no mesmo ano conseguiu a licença para trabalhar na Fulton County,
Georgia.
De acordo com os registros no North American Medical Review de 1898, quando Eliza aplicou para a
licença de médica na Georgia, ela se tornou a primeira mulher Afroamericana médica no estado.
" Quando eu vi todas as mulheres de cor fazendo todo o trabalho nos casos de parto [nascimento], " ela se
questionou "e todas as taxas indo para um médico branco que somente observava, Eu me perguntei, por que
eu não fico com a taxa eu mesma? Por esse motivo eu tive que me qualificar. Eu fui até a Filadélfia, estudei
medicina, recebi meu diploma, e retornei a Atlanta onde eu vive toda a minha vida para praticar a minha
profissão. Alguns dos melhores médicos brancos da cidade me receberam bem, e me disseram que me
dariam uma oportunidade.
Foi tudo o que eu pedi. "
Eliza e outros médicos negros da época enfrentaram o sistema segregacionista e as leis Jim Crow. Eles
construíram hospitais, formaram sociedades profissionais e criaram instituições de ensino para dar
sustentabilidade, bem como as comunidades. Ela sempre se manteve focada nas oportunidades apesar das
dificuldades, se empenhou para melhorar os padrões de saúde e higiene para os afroamericanos na área
rural.
Em 1901 Eliza era um dos 200 participantes da conferência
Tuskegee Negro Conference, que reuniu líderes nacionais, dentre eles William Edward Burghardt Du Bois.
Nesse período ela se mudou para Albany na Georgia, onde seu irmão também exercia a medicina.
Durante a sua luta para se qualificar e para praticar a medicina ela nunca desistiu. Quando morreu, depois de
apenas alguns anos de prática, ela tinha conseguido um feito notável. Apesar de ter nascido durante a
escravidão e ter sida emancipada e com poucos recursos financeiros ou educação, ela frequentou uma
escola líder em medicina, e se tornou a primeira mulher Afroamericana licenciada para exercer a medicina na
Geórgia.
Eliza faleceu em 1902.
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