segunda-feira, 3 de junho de 2013

Dra. Eliza Ann Grier, foi a primeira mulher afroamericana licenciada para a prática da medicina no estado da Georgia, Estados Unidos


Nascida em 1864 no período da escravidão, e quando já havia sido 

deflagrada a Guerra Civil, ela foi  

emancipada quando a escravidão foi abolida. Eliza quebrou todos os 

paradigmas culturais e sociais para as 

mulheres negras no final do século XIX. Ela enfrentou a discriminação 

racial e os problemas financeiros 

enquanto buscava o seu sonho de se tornar médica. Para custear os 

seus estudos ela alternava um ano de 

estudos com um ano de trabalho na colheita de algodão. Ao todo foram 

7 (sete) anos até a graduação que 

ocorreu em 1898.

Em dezembro de 1890, Eliza escreveu uma carta ao Woman's Medical College of Pennsylvania ( primeira 

instituição médica no mundo a treinar mulheres e oferecer o certificado de Doutor em Medicina ) , 

questionando sobre os custos do curso de medicina, e se era possível que ela realizasse qualquer trabalho 

sem que este causasse interferência nos estudos. 

" Eu não tenho dinheiro e muito menos uma fonte de renda. Mas posso trabalhar por cada dólar", ela disse.

Eliza passou 7 (sete) anos trabalhando e estudando para se tornar uma professora na Fisk University in 

Nashville, Tennessee, mas ela acreditava que pudesse trazer mais benefício para a sua raça conseguindo 

uma graduação médica.

Ela perguntou ao decano da Woman's Medical College of Pennsylvania: " de alguma forma é possível para 

um escravo emancipado obter qualquer tipo de ajuda em uma profissão tão ilustre? "

Eliza foi admitida no colégio e alternou os períodos de estudos com trabalho até conseguir o diploma. Ela 

completou os seus estudos em 1897 e no mesmo ano conseguiu a licença para trabalhar na Fulton County, 

Georgia.

De acordo com os registros no North American Medical Review de 1898, quando Eliza aplicou para a 

licença de médica na Georgia, ela se tornou a primeira mulher Afroamericana médica no estado. 

" Quando eu vi todas as mulheres de cor fazendo todo o trabalho nos casos de parto [nascimento], " ela se 

questionou "e todas as taxas indo para um médico branco que somente observava, Eu me perguntei, por que 

eu não fico com a taxa eu mesma? Por esse motivo eu tive que me qualificar. Eu fui até a Filadélfia, estudei 

medicina, recebi meu diploma, e retornei a Atlanta onde eu vive toda a minha vida para praticar a minha 

profissão. Alguns dos melhores médicos brancos da cidade me receberam bem, e me disseram que me 

dariam uma oportunidade. 

Foi tudo o que eu pedi. "

Eliza e outros médicos negros da época enfrentaram o sistema segregacionista e as leis Jim Crow. Eles 

construíram hospitais, formaram sociedades profissionais e criaram instituições de ensino para dar 

sustentabilidade, bem como as comunidades. Ela sempre se manteve focada nas oportunidades apesar das 

dificuldades, se empenhou para melhorar os padrões de saúde e higiene para os afroamericanos na área 

rural. 

Em 1901 Eliza era um dos 200 participantes da conferência 

Tuskegee Negro Conference, que reuniu líderes nacionais, dentre eles William Edward Burghardt Du Bois. 

Nesse período ela se mudou para Albany na Georgia, onde seu irmão também exercia a medicina. 

Durante a sua luta para se qualificar e para praticar a medicina ela nunca desistiu. Quando morreu, depois de 

apenas alguns anos de prática, ela tinha conseguido um feito notável. Apesar de ter nascido durante a 

escravidão e ter sida emancipada e com poucos recursos financeiros ou educação, ela frequentou uma 

escola líder em medicina, e se tornou a primeira mulher Afroamericana licenciada para exercer a medicina na 

Geórgia.

Eliza faleceu em 1902.

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