terça-feira, 29 de março de 2016

Mulher Negra, com Pouco Estudo Estão em Maioria em Serviços Vulneráveis e Informal

Economistas da FGV traçam, em livro, perfil do emprego sem carteira

Mulher negra, moradora de cidades do interior do Norte e Nordeste, com até 24 anos e com menos de quatro anos de estudo. Este é o perfil do grupo de trabalhadores com maior probabilidade de trabalhar sem carteira assinada, desprotegido das leis trabalhistas. Na outra ponta, o homem branco, entre 25 e 49 anos, morador das regiões metropolitanas do Sul e Sudeste, com ao menos o ensino médio, é quem tem mais chances de ter um trabalho formal.
Os dois perfis foram mapeados pelos economistas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Rio) Fernando de Holanda Barbosa Filho e Fernando Veloso, em artigo que abre o livro “Causas e consequências da Informalidade no Brasil”, que será lançado nesta quinta-feira.
— O grupo com menos chances te ter emprego com carteira é mais vulnerável à informalidade tanto em um contexto de crescimento econômico quanto de recessão, como o que vivemos hoje, porque por trás dele estão uma série de problemas sociais — analisa Fernando de Holanda Barbosa Filho.
Segundo os autores, a informalidade está diretamente relacionada à qualificação do trabalhador e à produtividade. Ou seja, quanto maior a escolaridade, maior a chance de ter um trabalho com carteira assinada. Já atividades que exigem menos instrução, como a agropecuária, a construção civil, o serviço doméstico e o trabalho em hotéis e restaurantes, empregam mais trabalhadores sem carteira.
— Depois de uma década de redução da informalidade, muito por conta do aumento do grau de escolaridade e do crescimento econômico, com a recessão, vamos ter perda dessa formalidade. Mas, a partir do momento que a crise aguda acabar, a tendência de formalização será retomada. Pois há pessoas qualificadas que estão na condição de informal e, na primeira oportunidade, voltarão a se empregar com carteira — explica Barbosa Filho.

EMPRESAS NÃO ACOMPANHAM FORMALIZAÇÃO
A redução da informalidade do emprego nos anos 2000 não foi acompanhada na mesma proporção pelas empresas que, segundo o economista da PUC-Rio Gabriel Ulyssea, autor de artigo sobre o tema e organizador do livro junto com os colegas Fernando Veloso e Fernando de Holanda Barbosa Filho, continua sendo extremamente elevada. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) do IBGE, que embasou o estudo, a proporção de empresas informais passou de 69% em 2009 para 66,7% em 2012, patamar muito próximo dos níveis observados em 1997 e 2003. Já a parcela de trabalhadores informais caiu para 43,1%.
— Muitas vezes, a informalidade é uma escolha. O empresário escolhe ficar nas sombras porque ele ganha mais daquele jeito. Ganha o recurso dele, não paga imposto, não paga nada. É uma escolha racional — opina Barbosa Filho.
Ainda segundo o economista, a condição da empresa raramente muda com o passar dos anos. Se ela nasce informal, dificilmente se formalizará com os passar dos anos.
O artigo da economista Joana Monteiro avalia os efeitos da criação do Simples nesse processo. De acordo com Veloso, o estudo mostra que esse sistema de tributação teve efeitos apenas sobre o comércio:
— O Simples só ajudou o comércio a se formalizar. Mas, mesmo assim, o resultado em termos de ganho de receita foi menor do que o custo em termos de renúncia fiscal. Só simplificar não basta. Se o empreendedor não tiver qualificação, dificilmente vai conseguir se beneficiar.
Fonte: O Globo

segunda-feira, 28 de março de 2016

Mulher Perde Guarda das Filhas por 'Descender de Escravos'

De acordo com o Movimento Negro Unificado, ação do Ministério Público fundamentou-se em preceitos racistas para tirar a guarda de duas crianças de mãe quilombola
Maria das Graças, 47 anos, moradora da comunidade quilombola Toca Santa Cruz, teve a guarda das duas filhas suspensa, ambas menores de 6 anos de idade, por conta de ação do Ministério Público de Santa Catarina. De acordo com o poder judiciário, a mãe não tem condições de cuidar das crianças.
Segundo o Movimento Negro Unificado de Santa Catarina, MNU-SC, entre as inúmeras alegações para o envio das duas meninas ao abrigo Casa Lar Chico Xavier, no município de Biguaçu, está a de que Maria das Graças “é descendente de escravos, sendo que a sua cultura não primava pela qualidade de vida, era inerte em relação aos cuidados básicos de saúde, higiene e alimentação”.
Maria das Lurdes, professora aposentada e coordenadora do MNU-SC, considera essa colocação a prova do racismo existente no judiciário brasileiro. “O que podemos esperar de uma sociedade que tem um sistema jurídico que divide cidadãos de direitos pela cor de sua pele. O que esperar de um Judiciário que faz tal afirmação?”.
Em meio à argumentação sobre o caso, a promotora questionou a não demarcação oficial do território da Toca Santa Cruz, como forma de deslegitimar a identidade quilombola do grupo. Depois da apresentação do documento da Fundação Cultural Palmares e do parecer do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA, que comprova a regular condição das terras, a promotora rebateu com a afirmação de que Maria das Graças não era quilombola, “porque não se comportava como tal”.
Frente a determinada colocação, Maria das Lurdes explica qual foi a reação do MNU. “Quando o Tribunal estadual nega esta competência, mesmo com o parecer do INCRA reafirmando a identidade Quilombola da mãe, isto nos deixa muito receosos”.
Comunidade está envolvida com o casoDe acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, quando uma criança quilombola sai da guarda dos pais, ela deve ficar com outra família que pertença à mesma comunidade, para que mantenha os seus costumes. A promotoria alega que nenhuma família na Toca Santa Cruz tem condições de ficar com as crianças e que os habitantes da cidade têm medo dos quilombolas.
A coordenadora do MNU afirma que a comunidade sofre de uma exclusão total do governo no que fiz respeito às políticas públicas e crítica a postura do judiciário de deslegitimar a possibilidade das famílias quilombolas cuidarem das crianças. “Vivem numa relação de trabalho escravo. As mulheres trabalham como diaristas por R$ 50,00, os homens trabalham 14h ou 12h por salários sempre abaixo do mínimo. Para o Ministério Público a única possibilidade de vida digna para as filhas de Maria das Graças era serem adotadas  pelas famílias brancas. Pelo prefeito e uma vereadora. Os únicos foram  consultados. Dizem no processo que o pai não foi consultado porque é alcoólatra. No entanto não existe nenhum laudo que ateste o alcoolismo do pai”.
A defesa nega também a incapacidade da mãe de cuidar das suas filhas. Elas estavam matriculadas em uma creche e no ensino básico, onde tinham bom desempenho escolar, segundo a professora. Elas também frequentavam aulas de balé, compareciam ao posto de saúde com regularidade e estão com as vacinas em dia. No abrigo, a frequência escolar das jovens é menor do que antes, quando estavam sob os cuidados da mãe.
Para fundamentar a sua ação, o Ministério Público promoveu laudos de médicos psiquiatras e de assistentes sociais para tentar comprovar a incapacidade da mãe de manter a guarda das crianças. O MNU afirma que, de acordo com funcionários da Prefeitura, foi pedido a um médico da rede um laudo pronto que atestasse a não possibilidade de Maria das Graças cuidar das suas filhas.
Foto: Priscila dos Anjos / Fonte: Jornal GGN

quarta-feira, 23 de março de 2016

Mais de 90% dos Protagonistas São Brancos, na Publicidade Brasileira

 Estudo mostra que propaganda reproduz velhos

conceitos de gênero e raça no País

Um país com mais de 90% da população composta por brancos, em que as mulheres se dedicam principalmente aos cuidados com a casa e com a beleza. Este é o retrato do Brasil na publicidade veiculada na televisão, de acordo com uma pesquisa feita pela agência brasileira Heads, com o auxílio da ONU Mulheres. O objetivo da iniciativa conjunta é combater estereótipos na propaganda e na mídia.
Para chegar à conclusão de que as simplificações sociais continuam a dar o tom da publicidade no País, a Heads monitorou, durante os dias 25 a 31 de janeiro, mais de 2,3 mil inserções de 30 segundos exibidas em intervalos comerciais de duas emissoras: a TV Globo e o Megapix (canal de filmes incluído em pacotes básicos de empresas de televisão por assinatura).
Trata-se da segunda pesquisa do gênero capitaneada pela Heads em menos de um ano. A primeira edição, realizada em meados de 2015, revelou que a situação era preocupante. De acordo com Carla Alzamora, diretora de planejamento da Heads e uma das responsáveis pelo levantamento, a situação piorou na rodada feita no início de 2016. Ficou claro: quando chega o verão, os estereótipos – sobretudo os de gênero – ganham ainda mais força.
A equipe da Heads apurou que 36% dos comerciais exibidos apresentavam algum estereótipo de gênero – afetando principalmente mulheres, mas também homens –, contra 28% da medição anterior. “Isso fica claro especialmente no que se refere às atividades exercidas nos comerciais”, explica Carla. O levantamento mostrou que 100% das propagandas de calçados e de cuidados com o bebê reforçam ideias há muito estabelecidas sobre a posição feminina na sociedade. O mesmo ocorre com segmentos como produtos de beleza (em 77% dos casos) e itens de limpeza (em 82% das inserções).
Diante dos resultados do levantamento, a Heads chegou à conclusão de que toda a discussão sobre “empoderamento” feminino que tomou conta da mídia em 2015 teve efeito nulo sobre a publicidade.
Raça. Se a questão do gênero é preocupante, os estereótipos raciais também estão transparentes na pesquisa. “Existe uma clara noção no mercado que a família negra só se comunica com negros, enquanto a branca pode falar para todos”, diz a diretora de planejamento da Heads.
Entre os homens que protagonizam comerciais de TV, 93% são brancos. No caso das mulheres, a esmagadora maioria das protagonistas de propaganda é branca, enquanto uma pequena parcela dos personagens se encaixa na categoria “diversa” (com pessoas de diferentes origens raciais interagindo) e apenas 1% mostram só mulheres negras em primeiro plano. Quando os protagonistas são crianças ou casais, a presença de negros e pardos cresce, mas sem superar a marca de 24%.
Além dos padrões. A marca Dove, da Unilever, tem a tradição de reunir mulheres de diferentes padrões de beleza e raças em suas peças publicitárias. 
Além dos padrões. A marca Dove, da Unilever, tem a tradição de reunir mulheres de diferentes padrões de beleza e raças em suas peças publicitárias. (Foto: Reprodução)
A executiva da Heads afirma, no entanto, que a natureza da atividade publicitária às vezes é um terreno fértil para estereótipos e simplificações. “Afinal, é difícil contar uma história completa em 30 segundos.” No entanto, ela destaca que existem comerciais que ousam tentar mudar esse quadro – caso da campanha de O Boticário para o Dia dos Namorados de 2015, que mostrou casais gays e personagens de diferentes raças.
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap), Orlando Marques, afirmou ao ‘Estado‘ que a entidade não se debruçou sobre a questão da diversidade até o momento. Disse, porém, que tem recebido solicitações para tocar o assunto – algo que a entidade deve fazer em breve.
Fonte: Est. de SP

segunda-feira, 21 de março de 2016

CHICO BUARQUE PROÍBE PEÇA DE ATOR QUE OFENDEU DILMA E NEGROS

: O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda retirou, neste domingo, a autorização para que o ator Cláudio Botelho continuasse a apresentar um musical feito a partir de suas canções; na noite de ontem, em Belo Horizonte, Botelho atacou a presidente Dilma Rousseff no meio da peça e foi interrompido pela plateia, que passou a gritar "não vai ter golpe"; em seguida, Botelho disse que "um ator não pode ser peitado por um negro"; antes, nas redes sociais, Botelho já havia pregado a morte dos parlamentares Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ); como os direitos autorais são de Chico, o musical terminou ontem em Belo Horizonte

Uma confusão marcou a apresentação do espetáculo "Todos os Musicais de Chico Buarque", no teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte, nesse sábado, 19.
Durante a peça, o diretor e ator Claudio Botelho protagonizou uma sequência de ataques à presidente Dilma Rousseff, entre outros adjetivos, chamada de "ladra" e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A plateia reagiu com gritos de "Não Vai Ter Golpe!!"
O espetáculo foi interrompido antes do fim pela plateia, que chegou a pedir o dinheiro do ingresso de volta.
Já no camarim, em áudio divulgado na internet, Cláudio Botelho aparece nervoso, desferindo xingamentos de cunho racista contra o público. "Eles são neofascistas, neonazistas, são petistas, são o que há de pior no Brasil", afirmou. "O ator quando entra em cena é um rei, não pode ser peitado por um negro filho da puta que sai da plateia. Não pode", diz Botelho em tom exaltado. 
Na conversa, Botelho é acusado de ter misturado, durante a apresentação, a obra de ficção com o momento político atual, ao atacar a presidente Dilma Rousseff. 
Fonte e texto: brasil247 

quarta-feira, 16 de março de 2016

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES QUE ESTÃO ENGAJADAS NA POLÍTICA

Por Mônica Aguiar


Muitas mulheres ainda não sabem que estão sendo vítimas ou que outras mulheres sofrem em seu cotidiano com a violência, já que a violência contra a mulher assume formas diversas além da física que incide com muita intensidade, mas também a psicológica, sexual e imagem pessoal entre outras.

Embora os papéis femininos tenham passado por transformações relevantes nas últimas décadas, as mulheres que não se casam, ou não têm filhos ou preferem ficar sozinhas após separação, continuam sendo muito cobradas por optarem não assumir papeis que são tradicionais.  

A sociedade tem reagido de forma negativa com as mulheres quando o assunto é independência de vida e participação na política.  Muitos acreditam que não compete a uma mulher ocupar espaços públicos, e nem ter vida privada longe dos valores de uma determinada regra preconceituosa.

Em ampla maioria, os homens ocupam os espaços de poderes e não suportam estar sob comando de uma mulher. Acreditam que lugar da mulher não é na política, nos partidos políticos, tampouco sozinhas ou mesmo inseridas no mercado de trabalho com funções de chefias.

Parcela significativa da sociedade espera que a mulher apenas ocupe funções auxiliares, desde que estas não sejam deliberativas e determinantes.  Não avistar ou analisar positivamente ações ou realizações de uma mulher que esta em função política governamental é um fato naturalizado no Brasil.

Os velhos questionamentos modernizados dão foco em desqualificar e questionar a competência de uma mulher que atua na política, isto por qualquer problema que surja dentro da sua área administrativa, independente da esfera federativa.

Lançam com requintes de crueldade, atributos perniciosos coagindo o sentimento de ódio na sociedade. Introduz com naturalização a manifestação de pré-julgamentos, utilizando imagem pejorativa na vida privada da mulher, sem ter o menor pudor de separar a vida da pessoa humana da atuação política e governabilidade, como eles fazem quando é um homem que esta governante independente do partido político, para poupá-lo de um desgaste, e um julgamento impresumível por parte da sociedade, considera-se desde o cenário econômico e político, até as diferenças ideológicas de forma séria e serena.

O resultado das infestações de tais crueldades constitui apatia da mulher com a vida política, diminuindo significativamente sua presença e espaços públicos.
 Independente das cotas e fundos partidários, dos programas governamentais , denúncias e incentivos realizados pelos movimentos feministas, este mecanismo ilegal utilizado por apenas um setor no Brasil,  cria entraves na vida das mulheres, não são julgados e punidos dentro da tão exemplificada Lei 5.250/97, ou considerados perturbadores da ordem pública por noticias alarmantes ou  provocadores da comoção e do tumultuo. 

Mas vale a boa e velha interpretação, onde os interesses pessoais de quem julgam, é suficiente para declinar quem não afiança as estruturas dominantes.

Este formato dado de violência contra mulher, tem desencadeado por parte da  sociedade reações distintas de agressões, com constatações explicitas de danos morais, lançadas por um setor anacrônico que desenvolve e tem o domínio da comunicação no Brasil, e que detém poder de influência constituída,  sem precisar passar por qualquer que seja o processo de disputa democrática, detém o privilegio das concessões, perpetram o tempo todo a violência contra mulher.  A TV Globo principal estimuladora de agressões contra as mulheres, teve as cinco concessões renovadas por um período de quinze anos,  até 2022.

Não importa a esfera de governo: a representatividade feminina no Poder Executivo é desproporcional em relação à composição da população brasileira. Levantamento de Aos Fatos com base nas dez cidades mais populosas do país, segundo o Censo 2010, revela que homens dominam as secretarias municipais.

Nível federal. Dos 31 ministérios, apenas quatro são comandados por mulheres: Kátia Abreu (Agricultura), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Nilma Lino Gomes (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos). Elas representam apenas 13% do alto escalão do governo federal-número equivalente ao encontrado em Manaus (AM), capital com a menor taxa de representatividade entre as analisadas.

Curitiba e Recife encabeçam a lista, com 26% das secretarias municipais ocupadas por mulheres. A maior cidade do país, São Paulo, tem apenas 14,8% de suas secretarias municipais encabeçadas por elas.
Minas Gerais das 20 Secretarias de Estado, apenas uma mulher no primeiro escalão, Macaé Evaristo Secretária de educação.
Belo Horizonte – 22 Secretarias Municipais apenas 02 mulheres, na Educação e Políticas sociais .
Outro ponto em comum entre as dez maiores cidades do país é que todas elas têm homens ocupando a prefeitura.
As últimas eleições municipais, em 2012, foram as primeiras realizadas após a aprovação da lei que criou reserva de no mínimo 30% das candidaturas de cada partido ou coligação para mulheres.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2012, 665 prefeituras — 12% do total em todo o país — foram conquistadas pelas mulheres. Isso significou um aumento de 31,5% em relação às eleições municipais de 2008.

sábado, 12 de março de 2016

Mulher Negra no Brasil Chega Ganhar Menos de 40% , Aponta Estudo

Rita Bento servidora pública em Cataguases. 
De 2004 a 2014 a diferença salarial entre mulheres e homens diminuiu, com o rendimento feminino ultrapassando os 70% da renda masculina - e o tempo médio de estudo das mulheres aumentou com relação aos homens - 6,4 anos para elas e 5,3 para eles. Os destaques são da Pesquisa Mulheres e Trabalho: breve análise do período 2004-2014, divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Mulheres negras – Se o mercado de trabalho ainda reproduz a herança histórica marcada pelas desigualdades de gênero, para as mulheres negras a disparidade é ainda maior. Em regra, as trabalhadoras negras são mais suscetíveis ao desemprego. Em 2014, 10,2% delas estavam desempregadas, enquanto a taxa entre os homens brancos era de 4,5%.
A série histórica da Pnad aponta também um alto índice de precarização das atividades desenvolvidas por trabalhadoras negras: 39,08% das mulheres negras ocupadas estão inseridas em relações precárias de trabalho, seguidas pelos homens negros (31,6%), mulheres brancas (26,9%) e homens brancos (20,6%).
Estas mulheres também possuem a menor remuneração e são o maior contingente de empregadas sem carteira assinada e em atividades reconhecidas como autônomas. Segundo a análise, mesmo com o movimento de aproximação das rendas, em 2014 as mulheres negras ainda não haviam alcançado 40% da renda dos homens brancos, que era de R$ 2.393, em comparação aos seus rendimentos médios de R$ 946.

Trabalho doméstico – A pesquisa do Ipea indica ainda que 5,9 milhões de brasileiras são trabalhadoras domésticas. Entre as mulheres negras, 17,7% ocupam essa função. Já entre as mulheres brancas, a participação é de 10%.
Os dados apontam que o emprego doméstico exerce pouca atratividade para as mulheres mais jovens, em geral mais escolarizadas, que preferem entrar no mercado de trabalho em outras posições, ou ainda permanecer na desocupação.
No período em análise, a renda das trabalhadoras domésticas tem se valorizado em termos proporcionais mais que o salário mínimo. Entretanto, assim como acontece em outras esferas do mundo do trabalho, as mulheres negras também apareceram em desvantagem, ganhando entre 83 e 88% do que ganham as trabalhadoras domésticas brancas.
Para o estudo foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), que considera como população ativa e ocupada, as pessoas que desenvolvem atividade econômica remunerada em dinheiro, produtos ou serviços por pelo menos uma hora na semana. A pesquisa não considera o trabalho doméstico realizado de forma não remunerada pelas mulheres em suas próprias casas.
Fonte e texto : MTE   -     Foto: Mônica Aguiar 

quarta-feira, 9 de março de 2016

Las mujeres cuidan, trabajan más y ganan menos

Un estudio del Overseas Development Institute denuncia una crisis de cuidados oculta en la que niños y mujeres son las víctimas. 35,5 millones de críos sufren carencias de atención


Dia de la mujerLas mujeres del mundo emplean más tiempo que los hombres en labores de cuidado no remuneradas, principalmente de los hijos. Hasta diez años más de su vida, tal como revela la investigación Trabajo de mujeres: madres, niños y crisis de cuidados, del centro de pensamiento británico Overseas Development Institute (ODI). Pero las madres también trabajan en el mercado laboral formal para sostener a sus familias, lo que se traduce en una crisis de tiempo que les afecta en su calidad de vida y bienestar, pero también a sus pequeños. Al menos 35,5 millones de menores de cinco años pasan más de una hora al día solos o bajo la supervisión de otro niño de menos de 10, según el estudio. “Lo que no refleja una falta de amor por parte de sus padres”, señalan los autores, sino una crisis mundial de cuidados que se ceba con los más pobres.
La de Elisabeth López es la historia de todas esas (y más) desigualdades. De género, económica, de tiempo y oportunidades. Ella cuidaba de sus cinco hijos en Bolivia cuando en 2004 decidió emigrar en busca de un trabajo mejor remunerado que el de costurera que tenía en su país y así poder sostener a la familia. “El papá era muy machista. Se emborrachaba y nos echaba de la casa”, relata esta mujer de 43 años. En julio llegó a Madrid, tras un primer intento en Francia en el que acabó en un centro de internamiento y después deportada. “Vine para poder mandarles dinero. Vivíamos en una vereda de tierra, junto a un barranco y cuando llovía se inundaba”, recuerda. Entonces, su hija pequeña tenía seis años.
“Ellos se quedaron allá en La Paz”. La decisión fue tan difícil que a Elisabeth aún le duele. Varias veces interrumpe su relato para llorar. “Disculpe señorita”, se recompone. “Les llamaba todos los días y les cantaba canciones. Les despertaba y les decía que se fueran a la escuela. Pero han pasado muchas cosas malas y yo no estaba allí. Tengo 43 años, no tengo amigas y no puedo sonreír. Me siento culpable”, consigue contar. Pero con la parte del sueldo obtenido en sus diferentes trabajos como empleada doméstica que Elisabeth envía a sus hijos, estos han conseguido cambiar de casa y costearse sus estudios universitarios. “La mayor estudió Farmacia y el chico está haciendo Medicina”, explica la madre.
Cuando se combinan responsabilidades remuneradas y no pagadas, incontestablemente ellas trabajan más, de media cinco semanas más al año que los hombres
Como Elisabeth, “muchos padres, principalmente las madres, tienen tomar la difícil elección entre cuidar de sus hijos y ganar suficiente para sostener a la familia”, subraya el documento. Algunos emigran de zonas rurales a la ciudad o incluso a otros países. Así lo expresan los investigadores: “A veces, la elección entre sustentar a sus hijos y cuidarles supone decisiones agonizantes. Muchas mujeres dejan sus países —y a menudo a sus hijos dependientes— para encontrar un trabajo en otro lugar. En algunos países, incluyendo España —que es uno de los mayores empleadores de trabajadoras domésticas en Europa—, el empleo que encuentran es casi siempre como sirvientas, aunque la mayoría no habían ejercido tal labor antes de emigrar”.
Esto ocurre en los casos más extremos de necesidad y desesperación. Emma Samman, Elizabeth Presler-Marshall y Nicola Jones, los investigadores del ODI autores del estudio, destacan que cuanto menos, las mujeres sufren pobreza de tiempo que acaba repercutiendo en la atención a sí mismas y sus hijos. “En 66 países que representan dos tercios de la población mundial, hay una gran desigualdad en el tiempo que emplea la población femenina respecto de la masculina en labores no remuneradas. De media, ellas dedican 3,3 veces más”, detallan. Así, en Irak las mujeres conceden 10,5 semanas más al año que los varones a trabajos no pagados ni reconocidos. Mientras que en Suecia, el más igualitario de los países, esa diferencia es de 1,7 semanas.

EL PRECIO DE LA DESIGUALDAD

A. AGUDO
La pobreza de tiempo que padecen las mujeres tiene un coste, denuncia el documento. “La capacidad de las madres para criar a los hijos llega al límite”. Lo que empuja a muchas progenitoras a dejar sin atención a sus niños durante unas horas al día. “Le ocurre a 35,5 millones de menores de cinco años en el mundo, son más que todos los niños de Europa [26,3 millones, según Eurostat]. Esa falta de cuidado es perjudicial para su salud, su educación y desarrollo”, explica por teléfono Emma Samman, una de las autoras. Los países más pobres, donde la desigualdad de género es más elevada y los padres no se pueden permitir no trabajar o pagar una guardería, son los que más sufren esta crisis de cuidados. En países de renta media, un 20% de críos se quedan solos. Un porcentaje que se eleva al 46% en naciones de bajos ingresos. En cuatro de ellos (República Democrática del Congo, Costa de Marfil, Chad y República Centroafricana) más de la mitad se quedan sin supervisión.
Y hay otros costes, además del emocional y educativo de los más pequeños. “El trabajo no remunerado de cuidados supone 10 billones de dólares que se pierden al año”, recoge el texto. Es un 13% del PIB mundial que en la práctica no existe. Esto se produce no solo porque las mujeres hacen un trabajo de crianza que no se les remunera, sino además, porque cuando entran en el mercado laboral formal, reciben un sueldo menor que las que no son madres. Esta diferencia salarial es de un 42% en países en desarrollo, un 37% en China o un 21% en Reino Unido, subrayan los investigadores. “Esto quizá refleje elecciones como la reducción de jornada, pero también tiene que ver con discriminación por parte del empleador y ausencia de servicios de guardería”, indican.
En Estados Unidos, según el Pew Research Center (2014), en las familias con dos progenitores en las que ambos trabajan, las mujeres se dedican más al cuidado de los niños que los padres, sobre todo en lo que se refiere a gestionar sus horarios y cuando se ponen enfermos. Otro estudio en aquel país reveló, además, que el 41% de las encuestadas (de trabajos a tiempo completo y parcial) dijo que ser madres les frenaba su carrera, en contraste con el 20% de hombres que dieron esa misma respuesta.
La dificultad se ceba, sin embargo, con los más pobres. En Bostwana, un estudio con 500 hogares, el 50% de los padres declararon haber tenido dificultades en el trabajo por el hecho de haber tenido que cuidar de un hijo enfermo. Ese porcentaje era del 64% en México y 41% en Vietnam. En estos tres países, el 22% de las familias con ingresos menores a 10 euros al día habían dejado solos y sin atención a sus pequeños pacientes.
La World Values Survey, que provee una fotografía de la opinión en 52 países que cubren la mitad de la población mundial, muestra que el 46% de encuestados estaba de acuerdo en que “si las mujeres trabajan por dinero, los niños sufren”. Este es uno de los muchos estudios y estadísticas que han analizado los integrantes del ODI. Todos sostienen su tesis.
Las mujeres se encuentran atrapadas, muchas veces con sentimientos de culpa, en la decisión de elegir entre el cuidado y obtener ingresos, y trabajar más para conseguirlos. ¿Y los padres? “Hemos encontrado que se entiende que la crianza de los hijos depende de las madres y lo hombres no creen que sea su tarea”, responde Samman. Simplemente no va con ellos. Los datos recabados por el equipo del ODI cuantifican tal afirmación: las madres se hacen cargo de tres cuartos del tiempo de crianza. Con un rango que oscila del 63% en Suecia al 93% en Irlanda.
El hecho de que las mujeres gasten más tiempo que los hombres en tareas invisibles en el hogar y de cuidados, a veces significa que trabajen menos horas en el sector formal. “Pero cuando combinamos responsabilidades remuneradas y no pagadas, incontestablemente ellas trabajan más, de media cinco semanas más al año que los hombres”, detalla el ODI, que ha cruzado datos de distintas fuentes de Naciones Unidas.
Elisabeth sabe bien lo que es esa desigualdad de responsabilidad. Su marido, recuerda, “tomaba mucho”. Se emborrachaba con frecuencia y no se hacía cargo de los niños. “Allá hay mucho machismo”, resume. “Ahora le digo a mi hijo que él no se comporte así, que no sea como su papá”, añade emocionada. Con sus enseñanzas, esta madre trata de evitar que la discriminación contra la mujer que ella tanto ha sufrido se perpetúe. En lo que a la carga de cuidados se refiere, los datos muestran que son las chicas las que mayoritariamente asumen esa función en la familia desde la infancia. “Restándoles posibilidades de asistir a la escuela frente a los chicos”, advierten los expertos del ODI. “En algunas zonas rurales de Etiopía, el 52% de las niñas entre cinco y ocho años ya desarrollan labores de cuidado a las que dedican tres o más horas, frente al 38% de niños”, ponen de ejemplo.
En España, Elisabeth se ha encontrado con otro tipo de discriminación: laboral, salarial, institucional, racismo. Cuando perdió su último empleo, porque el “famoso abogado” al que servía como interna por 461 euros al mes —“360 en el banco y 100 en mano”— la despidió al solicitar unos días de vacaciones en Navidad, Elisabeth solo recibió la ayuda de la ONG Pueblos Unidos. “Conseguí un trabajo cuidando niños gracias a ellos”, dice agradecida. Aunque ha pensado en volver a Bolivia, Elisabeth ha pedido reagrupación familiar para la menor de sus hijas a la que le han detectado una enfermedad degenerativa. “Aquí la van a atender mejor”, considera. Y sigue mandando dinero a sus otros hijos.
“La política les está fallando a esas mujeres y niñas. A menudo, se asume que el tiempo es solo un problema para las mujeres empleadas en el mercado laboral formal. Y las decisiones que se toman olvidan a la gran mayoría de mujeres en países en desarrollo que trabajan en el sector informal (129 millones en el mundo) y cuidan de sus hijos”, escriben los autores. Ellas, abundan, no tienen derechos reconocidos para hacer frente a la crianza de su prole. “Esperamos que los decisores políticos se centren en la población femenina y los niños, y tomen medidas encaminadas a extender su protección”, desea Samman.
Algunos países ya lo están haciendo con éxito. El informe destaca Vietnam que, a pesar de que es un país de renta media, ha aprobado una amplia gama de políticas de protección como, por ejemplo, una baja de maternidad de seis meses con derecho al 100% del salario, paternidad igualmente pagada, así como la obligación de retribuir los descansos para asistir a citas antenatales y posparto, y amamantar al bebé. También en línea positiva está la decisión de Sudáfrica de ratificar la Convención Internacional para el Trabajo Doméstico para la protección de las empleadas de este sector predominantemente informal y femenino.
Fonte:El Pais

Grande Marcha na Argentina Contra Feminicídios no Dia Internacional da Mulher


Buenos Aires - Dezenas de milhares de pessoas marcharam na terça-feira em Buenos 

Aires para exigir o fim do feminicídio e o esclarecimento do assassinato de duas jovens no

Equador, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.


"Por elas, por todas, justiça!", dizia um cartaz colocado no início da passeata, composta maioritariamente por mulheres e organizada por organizações sociais e de esquerda.
Na Argentina, foram registados vários assassinatos de mulheres nas últimas semanas e o debate foi reacendido pelo assassinato das jovens Marina Menegazzo, de 21 anos, e María José Coni, de 22, no balneário equatoriano de Montañita.
"O machismo mata", dizia outro grande cartaz levado na manifestação.
"Pedimos justiça, pedimos que se esclareça o que ocorreu no Equador", disse ao canal TN Vanesa Lidjens, prima de Menegazzo.
O Observatório de Feminicídios 'Marisel Zambrano', que depende da Casa do Encontro, disse que na Argentina uma mulher é assassinada a cada 30 horas.
Entre Janeiro e Outubro de 2015, houve 233 feminicídios, que se somaram aos 1.808 registados entre 2008 e 2014, segundo a ONG que promove os direitos da mulher.

Dia da mulher 2016: Ativistas Denunciam Escalada de Ataques na América Latina


Marcha em protesto pelo assassinato de Berta Cáceres, na quinta-feira, em Honduras.
Marcha em protesto pelo assassinato de Berta Cáceres,
na quinta-feira, em Honduras. 
 REUTERS
Berta Cáceres, a ambientalista e líder indígena, assassinada em Honduras na semana passada; Margarida Murillo, hondurenha, ativista das comunidades camponesas, morta a tiros em 2013; Ana Fabricia Córdoba, colombiana, ativista dos direitos das vítimas da violência, assassinada em 2011. Às vesperas do dia internacional da mulher, as organizações de direitos humanos denunciam que as agressões às ativistas mulheres estão crescendo na América Latina nos últimos anos. 
Em El Salvador, Guatemala, Honduras, México e Nicarágua houve, só entre 2012 e 2014, 31 assassinatos e 39 tentativas de acabar com a vida de mulheres que lutam pelos direitos humanos, segundo o novo relatório da Iniciativa Mesoamericana de Defensoras dos Direitos Humanos. A Iniciativa, que mantém um registro dos casos na região, contabilizou também 1.700 agressões diversas a essas mulheres: intimidações e perseguições, ameaças, campanhas de desprestígio, violência, detenção ilegal... As ativistas que defendem a terra e o território são as que mais agressões sofrem, segundo os dados da organização; depois vêm as que trabalham contra a violência de gênero.
“Sabemos que há um sub-registro. Nem todas as agredidas relatam as agressões às organizações que colaboram conosco. Tampouco contabilizamos os casos de países da América do Sul”, diz a mexicana Verónica Vidal, coordenadora do registro, apresentado por várias integrantes da Iniciativa em diversos países da Europa.
“Não são simples agressões a alguém que trabalha pelos direitos; elas têm um claro caráter de gênero. Enfrentamos uma realidade em que nós, além de corrermos os mesmos riscos que enfrentam os ativistas homens, corremos riscos específicos, próprios de sermos mulheres”, diz Alda Facio, especialista independente da ONU em discriminação contra a mulher, que visitou Madri para falar sobre o aumento das agressões. “Quando defendemos os direitos humanos estamos desafiando ao mesmo tempo as normas culturais, religiosas e sociais sobre a feminilidade e o papel passivo que devemos desempenhar em nossas sociedades patriarcais. E isso gera hostilidade”, acrescenta.
O documento da Iniciativa acompanha o tom de outras entidades, como a Anistia Internacional, que denunciam não só um aumento dos ataques às ativistas como também da repressão por parte das autoridades. “Os principais agressores das ativistas pertencem a autoridades locais ou nacionais, inclusive a polícia ou o Exército”, afirma Verónica Vidal. A Anistia denúncia, além disso, que as autoridades não protegem as ativistas. Como no caso de Berta Cáceres, de 45 anos. O alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad al Hussein, considerou “inquietante” que a ativista tenha sido assassinada apesar de a Comissão Interamericana de Direitos Humanos ter pedido ao Governo de Honduras que a protegesse. A morte de Cáceres, uma ativista muito conhecida por sua vitória sobre o Banco Mundial e a estatal chinesa Sinohydro para proteger o rio Gualcarque, voltou a trazer à tona a situação das mulheres que lutam pelos direitos humanos em uma das regiões com maior desigualdade de gênero.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher: Oito Motivos Para ser Feminista

As homenagens ao Dia Internacional da Mulher não podem se resumir a comemorações, já que esta é também uma data de luta. Ela foi criada em 1910 num contexto de lutas feministas por melhores condições de vida e de trabalho, além do direito ao voto. Em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.  Ao contrário do que muitos pensam, o feminismo não é o oposto do machismo, de acordo com a a ativista e jornalista Nana Queiroz. O feminismo é um movimento social e político que tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres, ele existe desde o século XIX.
"Feminismo está dentro de uma ideia bem simples, que é a ideia de que mulheres e homens são seres com dignidade equivalente e merecem direitos, oportunidades e liberdades equivalentes", explica a diretora executiva da revista AzMina. 
Uma mulher morre a cada 90 minutos vítima de feminicídio. Uma em cada três mulheres sofre violência de algum homem ao longo da vida. Entre as 500 maiores empresas do mundo, menos de 5% possuem CEOs mulheres. Por tudo isso e com respeito ao significado da data, o Portal EBC fez uma lista de motivos pelos quais poderíamos ser feministas. 
Resultado de imagem para Brasil é o quinto lugar em assassinato de mulheres1. Brasil é o quinto lugar em assassinato de mulheres
O Brasil ocupa a 5ª posição no ranking global de homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU), atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Os números constam do estudo "Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil", realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da ONU Mulheres. A estimativa feita pelo Mapa, com base em dados de 2013 do Ministério da Saúde, alerta para o fato de a violência doméstica e familiar ser a principal forma de violência letal praticada contra as mulheres no Brasil. A cada sete homicídios de mulheres, quatro foram praticados por pessoas que tinham relações íntimas de afeto com a vítima. O Mapa da Violência 2015 também mostra que o número de mortes violentas de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quantidade anual de homicídios de mulheres brancas diminuiu 9,8%, caindo de 1.747, em 2003, para 1.576, em 2013. Uma pesquisa do Ipea, que avalia a efetividade da Lei Maria da Penha, apontou que a Lei nº 11.340/2004 fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas.


2. Violência contra a mulher precisa ser combatida 

Violência contra a mulher, macismo, violência doméstica Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual, cerca de 120 milhões de meninas já foram submetidas a sexo forçado e 133 milhões de mulheres e meninas sofreram mutilação genital, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Estimativas da ONU revelam que pelo menos 200 milhões de meninas e mulheres no mundo sofreram alguma forma de mutilação genital feminina, em 30 países. No Brasil, de acordo com balanço divulgado pelo Ligue 180, somente no primeiro semestre de 2015, foram feitos 179 relatos de violência contra mulheres por dia, com um total de mais de 32 mil ligações sobre violência contra a mulher. Desse total, mais da metade das ligações, ou 16 mil casos, foram para relatar agressão física, o que representa 92 denúncias por dia. O segundo tipo de violência mais relatado foi o de agressões psicológicas, com aproximadamente 10 mil casos. A perseguição de mulheres, por exemplo, é um tipo de violência que se enquadra nessa classificação. Já o número de relatos de violência sexual alcança aproximadamente sete casos diários nos seis primeiros meses do ano. De acordo com o balanço, em comparação com o mesmo período em 2014, a Central de Atendimento à Mulher registrou aumento de 145,5% das denúncias de cárcere privado e de 65,39% nos casos de estupro.


3. Lugar de mulher é na política

Resultado de imagem para lugar de mulher e na politicaO Brasil tem uma das taxas mais baixas no mundo de presença das mulheres no Congresso Nacional. De acordo com dados da União Interparlamentar, as mulheres no mundo são 22,6% dos representantes do povo no Poder Legislativo. No nosso país elas são apenas 8,6%. De acordo com a organização, de um total de 190 países, o Brasil ocupa a posição de 116º lugar no ranking de representação feminina no Legislativo. Na atual legislatura temos 53 deputadas, o equivalente a 9,9% das cadeiras na Câmara dos Deputados. Já no Senado Federal, com 81 cadeiras, temos 12 mulheres. Com isso, os números brasileiros ficam a baixo da média mundial. Só 10% dos países num mundo com 50% de mulheres são governados por mulheres. Nossos números são inferiores, inclusive, aos do Oriente Médio, que tem uma taxa de representação feminina de 16%.


4. Meninas refugiadas são submetidas a casamentos precoce 

Mafraq – Jordânia – Vista de campo de refugiados Za’atri na Jordânia que vem abrigando centenas de milhares de sírios

De acordo com a ONU, há um aumento alarmante no número de meninas sírias refugiadas na Jordânia sendo forçadas a casamentos precoces. A guerra na Síria está levando refugiados a negociarem o casamento de meninas adolescentes com homens muito mais velhos. O mesmo também é observado no Líbano e no Egito. Entre refugiados sírios, a perpetração e o medo da violência sexual, especialmente contra meninas, são citados como os primeiros motivos para sair da Síria. Em 2014, quase um terço dos casamentos entre refugiados na Jordânia, cerca de 32%, envolvem garotas com menos de 18 anos, de acordo com a Unicef. O índice casamentos com crianças na Síria antes da guerra era de 13%. Os dados consideram apenas as uniões registradas oficialmente.


5. Infanticídio feminino e aborto seletivo são práticas em alguns países 

Em geral, o mundo tem mais homens do que mulheres, mas eles estão mal distribuídos. Segundo mapeamento feito pelo Centro de Pesquisas Pew, com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente existem101,8 homens para cada 100 mulheres. Além disso, o número de habitantes do sexo masculino no planeta está subindo gradualmente desde 1960. Nas nações árabes, assim como países do Norte da África e parte da Ásia, a quantidade de homens é superior à de mulheres. Uma das explicações está relacionada ao infanticídio feminino em alguns países como a China e a Índia. Na China, a política do filho único fez com que fetos femininos fossem abortados com mais frequência, além de estimular a prática do infanticídio de meninas recém-nascidas. Recentemente, o país se viu obrigado a revogar sua política de filho único. O envelhecimento da população, o aborto seletivo e infanticídio feminino foram os motivos. Na Índia, mulheres são forçadas pela família a fazer aborto de bebês quando forem do sexo feminino. O governo do país está preocupado com o desequilíbrio entre sexos. No ano de 2013, entre os mais de 1200 milhões de habitantes da Índia, 54% eram homens. Nos últimos 30 anos, a nação calcula que tenham havido 12 milhões de abortos de meninas. Além do aborto seletivo e infanticídio de meninas, milhares de bebês meninas são abandonadas todos os anos na Índia ao nascer, e infelizmente poucas são resgatadas, deixando o país com 7,1 milhões de meninas a menos que meninos.


6. Igualdade de gêneros ainda é distante na ciência e tecnologia
Resultado de imagem para salario das mulheresSegundo a ONU, ciência e igualdade de gêneros são vitais para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nos últimos 15 anos, a comunidade global tem se esforçado para inspirar e engajar mulheres e meninas nesta área. O último relatório da agência sobre o assunto mostrou que as mulheres representam apenas 28% dos pesquisadores no mundo e a diferença aumenta ainda mais nos escalões mais altos. Infelizmente, elas continuam sendo excluídas de participar plenamente no setor científico. Uma pesquisa feita em 14 países, mostrou que a probabilidade de estudantes do sexo feminino obter um diploma de bacharel, mestrado ou doutorado em ciências ou em áreas correlacionadas é menos da metade do que se comparado aos homens. Com relação à tecnologia, apesar dos avanços, os desafios ainda são muitos e escapam à mera inclusão digital. Um desses desafios é a falta de representatividade do gênero na área. Mais da metade da população (50,1%)brasileira está conectada à rede mundial de computadores, segundo pesquisa de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para mudar a realidade e a hegemonia masculina no mundo da ciência e tecnologia, vários projetos veem já na inclusão digital um importante mecanismo para apresentar, engajar e aumentar o envolvimento das mulheres com a tecnologia. Alguns exemplos são o Programaria, Py Ladies e Academia Lovelace.

7. Salário de mulheres é 24% menor que homens

Resultado de imagem para salario das mulheresA taxa de desemprego das mulheres é cerca de duas vezes a dos homens, de acordo com relatório da ONU Mulheres. Em todo o mundo, apenas metade das mulheres participa do mercado de trabalho, em comparação a três quartos dos homens Em geral, apenas um quarto das mulheres empregadas está no setor formal. Em regiões em desenvolvimento, até 95% do emprego das mulheres é informal. Elas também ainda "carregam o fardo de trabalho de assistência não remunerado". As disparidades não param por aí, a publicação revela que em todo mundo, as mulheres recebem 24% menos que os homens. As lacunas para mulheres com filhos são ainda maiores. Na França e na Suécia, ao longo de sua vida, uma mulher, em média, pode esperar receber 31% menos que os homens. Estes números chegam 49% na Alemanha e 75% na Turquia, por exemplo. Cerca de 83% dos trabalhadores domésticos em todo o mundo são mulheres e quase metade não tem direito ao salário-mínimo. As diferenças de salários continuam para todas as mulheres, com ou sem filhos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Numa média global, as mulheres ganham o equivalente a 77% dos salários dos homens. E se nenhuma ação for tomada para mudar o quadro, a igualdade de salários só será alcançada em 2086, ou daqui a 71 anos. Em 2013, no Brasil, 4,5% dos homens estavam desempregados contra 7,8% das mulheres. No mesmo ano, 59,4% das mulheres participavam da força de trabalho, contra 80,8% dos homens.

8. Milhões de meninas nunca terão a chance de entrar numa sala de aula

Quase 16 milhões de meninas entre seis e 11 anos de idade nunca terão a chance de aprender a ler ou a escrever. O total é o dobro na comparação com os meninos. Este é o principal dado de um atlas sobre desigualdade de gênero na educação, lançado pela Unesco, em antecipação ao Dia Internacional da Mulher. Os índices mais altos de disparidades são vistos em países árabes, na África Subsaariana e no sul e no oeste da Ásia. Na África Subsaariana, por exemplo, 9,5 milhões de meninas nunca pisarão em uma sala de aula, quase o dobro do total de meninos que não terão essa chance. Mais de 30 milhões de crianças da região já estão fora da escola. Já no sul e no oeste da Ásia, 80% das meninas que não estão na escola nunca terão a oportunidade, comparado com 16% dos meninos. O problema afeta 4 milhões de garotas asiáticas e menos de 1 milhão de garotos.
Por:  Líria Jade   / Fonte: EBC


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