segunda-feira, 17 de maio de 2021

A sustentação do racismo. Da naturalização de pensamentos as situações que promovem as desigualdades

 por Mônica Aguiar 

Grupos minoritários porém expressivos de pessoas da sociedade brasileira, sempre tiveram como uma das suas principais características a aversão a tudo que é diferente de seus conceitos pessoais que são formados por valores morais e religiosos.  

O racismo existe no mundo. No Brasil ocupa lugar privilegiado na formação da sociedade brasileira. 

Eu sempre digo que o racismo é o pilar para sustentação das desigualdades existentes. Sobrevive entre todas as estruturas existentes e relações da nossa sociedade, indo desde os campos humanos, sociais aos econômicos. 

Atinge de maneira dura e letal mulheres negras, crianças e jovens negros.  

Mantém o feudo hierárquico e político e todas as linhas com traços severos da segregação.

Hoje, muito mais muito aperfeiçoado, não se trata de um simples pensamento ou comportamentos , é a metodologia ideológica mais desumana e certa existente.

Velado, culturalmente evangelizado, mantém o povo negro sobrevivendo através de uma falsa liberdade, criam uma venda imaginária que impede as pessoas de perceber as mazelas e assimetrias da escravidão.

Eu não acredito que exista um novo padrão de racismo, existe estratégias de persuasão e atuação readequadas a valores comportamentais e econômicos atuais.

Genocídio, massacres, injustiças, cárceres, pobrezas, fomes, misérias, violências, segregação, desigualdades territorial econômicas e educacional. Não faltam predicados para definir como é estabelecido o padrão de relação da minoria da sociedade brasileira com sua ampla maioria da população.  

Mas nada disto daria tão certo se esta minoria branca não estivesse nas mãos as estruturas públicas de todo o Estado Democrático e de Direitos.

E para manutenção do racismo e construção desta nova roupagem foi preciso que a minoria branca abrissem mãos de alguns pontos e lugares de seu ideário racial e permitissem que os negros e principalmente as mulheres negras tivessem o mínimo de acesso as denominadas políticas públicas.  

As pessoas afirmam que existe um novo modelo de racismo e que a sociedade estar transluzindo o ódio. Mas ambos sempre estiveram presentes e o movimento negro sempre denunciou.

Agora não fazem questão de manter veladas suas atitudes e pensamentos. Estão em ampla maioria dentro do atual Governo Federal e governos locais reforçando  as mais variantes vértices do racismo. Hoje se sentem mais a vontade e protegidos, capazes de reproduzir aquilo que sempre fizeram.   

Este seguimento existente na sociedade ainda conseguem adeptos negros para cumprir "o mesmo" papel de capitão do mato no sistema escravagista.

Vale dizer, não há como defender direitos humanos sem que se inclua os direitos de metade da população mundial. À universalidade e à indivisibilidade dos direitos humanos, soma-se o princípio da diversidade.

Quais os conceitos existentes sobre os Direitos humanos? Quais são as variantes racistas que violam os direitos humanos atualmente no Brasil?  

Uma reportagem que Eu encontrei do HRWNEWS diz o seguinte : “PNDH estabelece uma série de diretrizes e objetivos com a finalidade de aperfeiçoar a proteção de direitos e liberdades, e tem sido a base para políticas de proteção e promoção dos direitos humanos. Em 10 de fevereiro de 2021,  o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos publicou uma portaria instituindo um grupo de trabalho para revisar a política nacional de direitos humanos e seus programas, e propor mudanças. O regulamento proíbe a divulgação de qualquer informação sobre as discussões do grupo até o encerramento de suas atividades, em novembro. Todos os catorze membros do grupo são representantes do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Eles podem convidar representantes de entidades públicas ou privadas para as reuniões, porém os convidados não terão direito a voto”.

Eis uma pergunta que não consigo deixar de apresentar: - Porque reformular a PNDH sem a participação da sociedade civil organizada? Quem da população negra esteve nesta reforma e quem representa?

Basta lembrarmos que extinguiram a maioria dos conselhos, comitês e grupos de trabalho do âmbito federal que incluíam representantes da sociedade civil. 

Este Governo que representa este seguimento de pessoas na denominada era do ódio, também suspendeu os prazos para as agências governamentais responderem aos pedidos da Lei de acesso à informação durante a emergência da Covid-19 e impediu os cidadãos de ingressarem com recurso para solicitações recusadas. (Estas medidas foram anuladas pelo Supremo).

Ouve extinção de espaços institucionais e verbas para implementação de políticas específicas afirmativas e reparatórias.  Não existe investimento em programa sociais de rendas. Abandonam a ideia de realização do CENSO 21 ao realizar  corte abrupto no orçamento do censo, para não divulgar os dados reais das desigualdades econômicas e sociais.  Retiraram os indicadores da violência policial de qualquer ordem do relatório anual de direitos humanos. 

São tantas arbitrariedades cometidas contra a população negra do Brasil, que o foço existente ultrapassa a base da pirâmide das desigualdades.

E por ai estão indo na contramão da história do pouco que foi permitido construir pelas mãos do Movimento de Mulheres Negras do Brasil.  

O negacionismo e a invisibilidade são práticas existentes que nos mulheres negras sempre denunciamos, independente do campo da direita ou da esquerda que governe.

O racismo ultrapassa barreiras de ideologias políticas e partidárias. É de natureza sistêmica.   

A resistência contra o racismo e de suas práticas nos movem na defesa da vidas dos nossos e de toda a sociedade. Movem as mulheres que tem a compressão e reconhecimento do significa das práticas racistas em defesa das futuras gerações. Dignidade, humanidade e cidadania. Acesso, igualdade, equidade e reparações!

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Kamala Harris é nomeada presidente do Conselho Espacial Nacional dos EUA


A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) anunciou neste sábado (1º) que a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, presidirá o Conselho Espacial Nacional.
Mais uma vez Kamala Harris irá protagonizar ocupando um espaço destinado aos homens. 

Chegar a um cargo que nunca foi ocupado por alguém de sua etnia ou gênero não é uma novidade para Kamala Harris. Foi a primeira mulher e a primeira pessoa negra a assumir o posto de  procuradora-geral da Califórnia

Também foi a primeira mulher negra a ser senadora pelo estado, a segunda no país.

Kamala Harris é a primeira mulher a assumir como vice-presidente dos Estados Unidos .  Feitos que marcam a história das mulheres negras no mundo. 

“Como eu disse antes: na América, quando almejamos a lua, plantamos nossa bandeira nela. Tenho a honra de liderar nosso Conselho Espacial Nacional.”, dizia o tweet.

Kamala Harris pretende ‘colocar sua própria marca pessoal’ no conselho para se concentrar em uma ampla variedade de políticas espaciais, incluindo o desenvolvimento sustentável de voos espaciais comerciais, ‘promover normas pacíficas e comportamentos responsáveis no espaço’, mudanças climáticas e muito mais, de acordo com os funcionários da administração. A Casa Branca ainda está em busca de um secretário executivo para o conselho.

De acordo com as informações, ela se concentrará na segurança nacional, aumentando a segurança cibernética para os EUA no espaço. Além disso, ela priorizará as mudanças climáticas, os esforços STEM para a educação em ciências, engenharia e matemática e para a diversidade na força de trabalho e no desenvolvimento econômico da indústria espacial.

O governo Biden recentemente selecionou o ex-senador Bill Nelson, da Flórida, para administrador da NASA. Ele foi confirmado por unanimidade pelo Senado e foi empossado como o novo chefe da NASA na segunda (3).

Fontes: TodosNegrosdo Mundo(TMN)/CNN

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA ATINGE QUASE METADE DAS MÃES NO SUS, MAS É NORMALIZADA

(Folha de São Paulo| 30/03/2021 | Por Angela Boldrini)

Em Patrícia Galvão 

Quase metade das mulheres brasileiras que têm seus filhos pelo sistema público de saúde são alvos de um tipo de agressão invisibilizada, a violência obstétrica. Apesar disso, essa violência não tem tipificação penal, não é reconhecida pelo Ministério da Saúde e segue sendo vista como um aspecto cultural do parto, com baixo índice de denúncias. Além disso, não há serviços de saúde específicos para vítimas.

De acordo com a pesquisa Nascer no Brasil, 45% das gestantes atendidas pelo SUS no parto são vítimas de maus-tratos. No total, 36% das mães passam por tratamento inadequado. E, apesar de todas as pessoas gestantes (incluindo homens transexuais) estarem sujeitas a maus-tratos, há um grupo de risco. São as negras, pobres, grávidas do primeiro filho, jovens e em trabalho de parto prolongado.

O estudo, que entrevistou quase 24 mil mães entre 2011 e 2012 e é a maior pesquisa sobre nascimentos já feita no país, considerou como violência obstétrica agressões verbais e psicológicas, tratamento desrespeitoso, falta de respeito durante exames e de transparência de informação, impossibilidade de fazer perguntas e de participar das decisões.

Acesse a matéria completa no site de origem.

MAIS LIDAS