De Monica Aguiar
A mulher está cada vez mais,
conquistando seu espaço no ambiente profissional e participando, pela primeira
fez e de forma definitiva, das mudanças ocorridas nas instâncias de Poderes.
As habilidades e características femininas
passam a ser valorizadas pela sociedade, deixando a mulher, aos poucos de ser
uma mera coadjuvante em determinados segmentos sociais e profissionais,
iniciando seu acesso a posições estratégicas e às esferas decisórias.
Em relação ao trabalho, tais
mudanças são ainda mais visíveis. No processo de reestruturação produtiva e com
a crescente oferta no mercado de trabalho, a mão-de-obra feminina tem sido cada
vez mais aceita e solicitada. O Crescimento da participação feminina no mercado
de trabalho é intenso e diversificado e não retrocedeu nos últimos anos.
As mulheres com formação técnica
estão em maioria no mercado de trabalho formal que inclui indústria,
construção, comércio, serviços e agropecuária. Sua participação, no entanto,
varia com a área, pois a grande maioria permanece condicionada no setor de
serviços.
As mulheres têm hoje maior
participação não só no mercado de trabalho, como também nas esferas econômicas
e entre os empreendedores já representam praticamente a metade neste setor.
Quanto aos lares a maioria deles
são chefiados por mulheres, quando analisados grupos pretas e pardas, estas
estão acima da média nacional e têm maior participação na renda de suas
famílias.
Atualmente as mulheres se sentem
mais à vontade e escolhem de forma mais livre com quem e como querem
estabelecer suas relações conjugais, demonstrando o aumento de sua afirmação
pessoal como ser humano dotado de direitos e não apenas deveres. Na realidade,
as mulheres partem da esfera doméstica às diferentes funções na sociedade
moderna, mas as conquistas sociais têm sido alcançadas e assimiladas de forma
diferente, variam de acordo com a classe social, o grau de escolaridade e a
cor.
Ao analisar na história as
desigualdades sociais, raciais, e o papel social desempenhado pelas mulheres,
podemos afirmar que apenas uma ou outra mulher teve a possibilidade real de
superação das desigualdades anteriores aos últimos doze anos.
A nossa sociedade foi construída
tendo como base de seu pilar: o racismo, o machismo, o patriarcalismo, no qual
o homem sempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado.
E um desafio importante é poder
compreender a amplitude dos avanços obtidos para as mulheres e para população
negra, e ao mesmo tempo conviver com valores patriarcais e eurocêntricos
mantidos por alguns homens que ocupam cargos de poder e prestígio e não querem
de forma nenhuma que as mulheres, principalmente as negras, tenham acessos aos
direitos fundamentais e sociais.
O contingente feminino tem sido
sujeito de limitações promovidas por estes senhores, que fazem questão de
mascarar, velar e fomentar dificuldades que impedem o acesso de cargos
estratégicos, representações de poderes, ascensão na carreira, especialmente no
que se refere à dinâmica de conciliação das demandas familiar e profissional.
Qualquer medida afirmativa,
afixada ou paliativa, agita as estruturas imaginárias que afiançam o espaçoso,
rico e grande poderio.
A desqualificação da imagem da
mulher negra nas peças publicitárias e programas de TVs, enquanto prática de
interação, não pode ser considerada ingênua, natural, desprovida de
intencionalidade, pois servem de fortalecimento das desigualdades, privilegiam
manifestações ideológicas classistas.
Dentro deste campo denominado
produção simbólica, tais práticas como presenciamos hoje, influenciam e
reproduzem para o pensamento social valores que reforçam os preconceitos e a
discriminação racial e constitui, no imaginário coletivo, a imagem subjetiva de
democracia racial. Esta estrutura que se mantém, reforça a desigualdade sexual
existente trazendo prejuízos econômicos e políticos para a figura feminina.
A prática do racismo
institucionalizado e velado mantida por este setor anacrônico, contraria o
exercício da democracia e da cidadania, vítima cotidianamente a mulher negra,
dificultando a implementação das políticas especificas que asseguram a
igualdade e equidade. A cor da pele ainda é o que classifica o potencial
educacional e político das mulheres, isto além de criar mecanismo que dificulta
acesso as oportunidades e reserva direitos.
A mulher ao longo dos anos vem
desenvolvendo estratégias para lidar com os problemas estruturais e
ideológicos, na jornada de trabalho, no lar e fora dele. O empenho que as
mulheres têm realizado em prol a construção da nossa sociedade, justa, oportuna
e verdadeiramente equilibrada, é uma característica individual das mulheres que
começam a desejar e desenhar um novo papel, outras possibilidades, produzindo
uma nova forma de conviver com os homens, ao mesmo tempo rompendo com valores e
com mazelas que as oprimem e segregam. Tais mudanças de comportamento,
responsabilidades e conceitos, dialogam com o conjunto de conquistas obtidas
através da luta dos que se organizam nos movimentos sociais, entidades
feministas e nos movimentos de negros e negras brasileiros.
Os esforços realizados pelo
governo brasileiro, em especial através da SEPPIR e da SPM em desenvolver Políticas
Nacionais de Promoção da Igualdade Racial e Políticas para as Mulheres, tem
apontado visivelmente para um melhor desempenho das mulheres e da população
negra na educação, tem dado resposta às metas referentes às iniquidades de
gênero e raça na educação.
Com tantos avanços obtidos e
metas cumpridas, o 20 de novembro também precisa ser ressignificado, com a contribuição
das mulheres negras à história brasileira.
Homenagens a Zumbi dos Palmares, mas também o papel de Dandara e de Luiza Mahin na luta contra a escravatura. Assim como as contribuições de mulheres negras na sociedade atual nos campos das artes, da política e das ciências, como no caso das escritoras, das médicas, das milhares de militantes dos movimentos sociais e sindicais.
Homenagens a Zumbi dos Palmares, mas também o papel de Dandara e de Luiza Mahin na luta contra a escravatura. Assim como as contribuições de mulheres negras na sociedade atual nos campos das artes, da política e das ciências, como no caso das escritoras, das médicas, das milhares de militantes dos movimentos sociais e sindicais.
As mulheres sempre foram
pacientes e hoje acreditam em caminhos novos e em novos desafios, já se
manifestam com a consciência que é grande e que contribuem com a construção
paulatina da nação e muitas fazem desta posição um projeto de vida, almejando a
manutenção apenas dos resultados positivos para os e as que reeditam as páginas
da história, com conceitos e valores que acompanham o desenvolvimento e a
cultura social com seus arranjos cotidianos.
ESTE É O NOSSO PODER .
DEVEMOS NOS CONCIENTIZAR
DONAS DO NOSSO CORPO !
DONAS DO MUNDO !
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