quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Termina um sonho, chamado Carnaval.

Por Mônica Aguiar 

Entre cantos e contos abrem-se as Alas do nosso Carnaval para falar e retratar a realidade de um povo que sofre cotidianamente com a violência institucional, intolerância, racismo e machismo.

Do sonho a realidade. Cantos ecoaram! Brasil, mosaico de cores, cultura mas de muitas dores.

Viradouro,Mangueira,Grande Rio,União da Ilha,São Clemente,Salgueiro,Sapucaí, União da Tijuca,Portela e Mocidade independente.

Diante tanta realidade erguem majestosas esculturas retratando os laranjais brasileiros.

“Acabou a mamata”, "a culpa é do Leonardo di Caprio" revelam faixas(São Clemente) com frases atuais da realeza brasileira.

Fatos reais expostos nas fantasias e alegorias. Política, censuras, extermínios, fakenews, corrupção e aquecimento global.

Quem poderia imaginar que tudo junto e misturado marcariam a história do carnaval em 2020?

A história do Brasil contada entre batuques e melodias, um cardápio de manifestações com serias críticas ao governo atual.

“Onde moram os sonhos?” (Trecho Samba-enredo Unidos da Tijuca)

Questionamentos globais para reconstruir e transformar sem extinções e com preservação da natureza.  

Resgatou e cantou a importante história das mulheres negras no trabalho e na luta pra garantir a liberdade. As primeiras feministas no Brasil.(Unidos do Viradouros)

Um viva à Elza Soares(Mocidade) e Carolina de Jesus. Candaces:-  mulheres que detém o poder, matrilinear e guerreiras!

Escultura do menino negro, com cabelos dourados como raio de sol, nascido na favela, com marcas de tiros no peito, mostrava seu olhar pedindo socorro em direção aos céus. 

Simbolizou verdadeiramente Jesus na cruz.

“A verdade vos fará livre”.
(Trecho Samba-enredo da Mangueira)

Um fio condutor para releitura da triste realidade de milhares de crianças e jovens brasileiros. Um grito de socorro para os jovens da população preta, são os que mais morrem nas mãos da polícia no Brasil.

" Deixai as crianças e não as impeçais de vir a mim, pois delas é o Reino dos Céus". 
Os seguidores e o Messias ignoram este versículo da bíblia quando expõem críticas aos moradores de comunidades e quando perpetram gestos de arma com dedos da mão em direção aos jovens e crianças negras pobres, sugerindo o extermínio.

Eis que surge na passarela o refrão da Grande Rio "Eu respeito seu amém, você respeita meu axé" um pedido de tolerância entre as diferentes religiões.

"Exu te ama", subvertendo o clássico dizer "Jesus te amo". 
Bandeiras feministas, LGBT, e integrantes com placas de dizeres como "cultura", "saúde", "educação" bailavam aos ventos...

Personagem bíblica Maria Madalena levava uma placa com o arco-íris LGBT+ perguntando: 

Vai tacar pedra?”

Retrato vivo de milhões de brasileiros em situação de miséria, pobreza, sem escola, sem políticas sociais, desalentados, desempregados, enfrentando coletivos públicos caros e lotados. Reféns da falta de segurança pública.(União da ilha) 

Demostravam a garra e história do povo negro , sem armas, medo, felizes e suficientemente capazes de construir esta nação, livres de preconceitos, estereótipos e discriminações.   
Tudo na passarela.

Uma mulher negra representou Cristo, a bailarina  Evelyn Bastos, sua comissão de frente mostrou um Jesus pobre e com apóstolos negros.

“não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão” 
(Trecho Samba-enredo da Mangueira)

Mazelas da escravidão apontaram o resultado palpável da atual conjuntura política. 

Um governo que conduz com víeis ideológicos, conservadores e pessoais, sem responsabilidades para combater as desigualdades sociais e raciais, retrocedendo com ações pública que existiram em governos anteriores de combate à fome e miséria no Brasil.

Poderemos esperar o que diate tal conjuntura política, social, econômica e institucional ?

“Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder!”.(Trecho Samba-enredo da Ilha do Governador)

A arte dos picadeiros contaram a história do primeiro palhaço negro Benjamin de Oliveira. 

Viva à Mussum, Tião Macalé, Jorge Lafond, dentre tantos, eis que brota novamente para nossa alegria e reafirmação da resistência da mulher negra. (Salgueiro) , entrando em cena a única negra na equipe de nado sincronizado da seleção brasileira Anna Giulia, nadando em um grande aquário. Homenagem à Oxum. (Grande Rios)

O que muitos afirmam ser minoria, somam a maior população negra fora do Continente Africano. Mais de 52% da população brasileira é declaradamente negra.

Retratos vivos da situação da maioria do povo negro, simbolizada nas passarelas deste Carnaval!

“Indio pede paz mas é de guerra/ Nossa aldeia é sem partido ou facção/
 Não tem bispo, nem se curva a capitão”(Trecho Samba-enredo da Portela)


Fontes: G1/OGlobo/Carta Capital/EBC/

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Ilú Obá de Min, resistência e protagonismo da mulher negra. Abrem o Carnaval de rua de São Paulo

“A gente sai de lá mais forte, porque a gente troca muito entre a gente. O fato de o Ilú existir já é resistência, já que a mulher negra está sempre na posição de espectadora”

Bloco que abre o carnaval de rua de São Paulo com 
homenagem a Lia de Itamaracá

A ação de resistência da mulher negra ante a intolerância e o ódio que contaminam a cena política e as relações sociais no país ganha visibilidade no carnaval de rua de São Paulo com o desfile do bloco Ilú Obá de Min.

Uma mulher negra com um instrumento é uma resistência. A resistência que o Ilú traz para essas mulheres não é só para tocar no carnaval. 
É uma resistência de vida”, afirma Daiane Pettine, coordenadora de conteúdo do grupo.

 “A gente sai de lá mais forte, porque a gente troca muito entre a gente. O fato de o Ilú existir já é resistência, já que a mulher negra está sempre na posição de espectadora”. Afirma Daiane.

O coletivo de Mulheres Negras, Ilú Obá de Min é o bloco  abre o carnaval de rua de São Paulo, hojé, sexta-feira (21) e conta com 450 integrantes.

O Ilú se concentra a partir das 19h na Praça da República. Às 20h, desfila pelas ruas do centro. 

O espaço é democrático, aberto tem inspirações e foco voltados à mulher negra e à cultura afro-brasileira.

Acompanhe o Entre Vistas a partir das 22h

No domingo (23), o bloco se reúne pela segunda vez, às 14h, no bairro de Campos Elíseos. 
Da esquina da Rua Barão de Piracicaba com Alameda Nothmann, na frente do Teatro Porto Seguro, parte, às 15h, em direção à Barra Funda.

Ilú Obá de Min significa ‘mãos femininas que tocam para o rei Xangô’. O nome é uma licença poética traduzida do iorubá, explica Daiane.

Merendeira, cirandeira
A cada ano, o bloco homenageia uma mulher negra, dentro da cultura afro-brasileira. 
Este ano será homenageada a dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira, a pernambucana Lia de Itamaracá.

Lia está lançando seu terceiro disco, atuou historicamente como merendeira, e este é um “momento feliz para a homenagem, porque o Ilú defende que é importante homenagear as referências que estão vivas”, diz a entrevistada.

Por conta do lançamento do disco, Lia está em turnê pelo mundo inteiro. 
“É uma felicidade a gente ter a Lia fazendo parte do nosso enredo. 
Nós fizemos oito composições homenageando a história dela. A Lia estará com a gente na sexta-feira, é mais um motivo para ir ver o cortejo do Ilú, porque a gente tem homenagens também de uma vertente estética no nosso figurino.”

Intolerância e resistência
A finalização do desfile é na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu, centro paulistano.

Ainda sobre intolerância e resistência, Daiane afirma que 

“quando a gente pensa em bloco de carnaval, em rua, em instrumentos, sempre tem a imagem do homem tocando, e geralmente esse homem é branco”. “E se é uma mulher tocando, essa mulher é branca. A ideia do Ilú é não segregar, não falar que esse espaço não pertence à branquitude, mas é um lugar de protagonismo das mulheres negras”, acrescenta.

Ela explica que nas inscrições para participar do grupo, primeiro é aberto espaço para as mulheres negras. 
“Estamos falando de cultura afro-brasileira, é um lugar de protagonismo negro. Nada mais justo do que isso.”

Depois que as inscrições para mulheres negras acabam, são abertas vagas para não negras. Os homens do Ilú só podem dançar ou andar na perna de pau. São quatro homens que fazem parte do grupo.
 “É uma reparação histórica necessária”, diz Daiane.

O Ilú Obá De Min – é uma associação composta por mulheres.
Educação, cultura e arte negra são bandeiras específicas, tendo como base o trabalho com as culturas de matriz africana, afro-brasileira e a mulher. 
Sua madrinha a cantora Leci Brandão.
Além dos ritmos do candomblé, desenvolvidos pelo bloco tocam jongo, maracatu, boi e ciranda.
As percussionistas são acompanhadas por cantoras e dançarinas (os) e pernaltas que representam os Orixás africanos.
Este projeto maravilhoso Bloco Afro Ilú Oba De Min é muito conhecido por sua bateria ser formada exclusivamente por mulheres, que desde 2005 sai em cortejo pelas ruas de São Paulo destacando a participação e protagonismo das mulheres no mundo.
E desde novembro de 2004, durante a finalização de uma oficina de toques dos orixás masculinos e femininos, ministrada pelas percussionistas Beth BeliAdriana Aragão e Girlei Miranda, surgiu a ideia de se formar um bloco de carnaval de rua.
O projeto Bloco Afro Ilú Obá De Min tornou-se referência étnico-cultural e educativa e foi premiado pelo “Prêmio Culturas Populares Mestre Humberto Maracanã 2008” – SID/MINC ao lado de grandes iniciativas culturais brasileiras conquistou também o Prêmio Governador do Estado para Cultura 2013”.
Durante sua trajetória, se apresentou no Carnaval de Blocos de Rua do Rio de Janeiro e Rio Bonito, Abertura do Carnaval de Santos, Carnaval de Itapecerica da Serra, com frequência faz shows em diversas unidades do Sesc SP e outros espaços culturais como o Theatro Municipal de São Paulo e Auditório Ibirapuera. Participou do Festival Coala, Wow, Festival da Lua Cheia dentre outros importantes festivais do país.


Fonte e trechos: Rede Brasil Atual / Marieclare/https://iluobademin.com.br/

Cinema: com recorde de brasileiros e nova direção, Berlinale abre 70a edição cada vez mais militante

O fillme "Todos os Mortos", de Caetano Gotardo e Marco Dutra, marca
a volta do Brasil na disputa pelo Urso de Ouro em Berlim.
 Helène Louvart

Reprodução

A 70 edição do Festival de Internacional de Cinema de Berlim, mais conhecido como Berlinale, começou ontem quinta-feira (20). O evento, que mudou de direção este ano, mantém sua programação engajada, abordando temáticas sociais do mundo todo. O Brasil bate recorde de participação, com 19 filmes, entre longas, curtas e coproduções, e volta a concorrer ao Urso de Ouro, principal prêmio da competição.

Até o dia 1° de março Berlim se transforma em capital mundial do cinema. Com mais de 300 filmes, a programação mais uma vez aposta da diversidade e, principalmente, em temas sociais, marca registrada que diferencia o evento de seus concorrentes em Cannes ou em Veneza.

Mas este ano, a Berlinale abre sua portas com algumas mudanças. A principal delas é na direção, com a saída de Dieter Kossick, após 18 anos no comando do evento, e a chegada do italiano Carlo Chatrian, que pilotava até então o Festival de Locarno, e da holandesa Mariette Rissenbeek. Eles trazem sangue novo para o evento alemão e afastam as críticas de que os organizadores vinham tentando atrair estrelas e, muitas vezes, esqueciam da qualidade nas telas.

“Dieter Kosslick trouxe um certo glamour hollywoodiano para o festival, especialmente para a competição principal. Mas sua partida também é vista como uma oportunidade importante para redefinir os pontos fortes estéticos e cinematográficos do festival, bem como a sua direção política”, comenta a historiadora do cinema e professora da Universidade Livre de Berlim, Brigitta Wagner.

E isso já se sente na programação deste ano, onde mesmo se nomes de peso, como a britânica Sally Potter, traz Javier Bardem, Salma Hayek e Elle Fanning no elenco de “The Roads not taken” e que um Urso de Honra será entregue à atriz oscarizada Helen Mirren, a seleção parece mais engajada do que nunca. A prova com filmes como “There is no Evil”, do iraniano Mohammad Rasoulof, proibido no Irã, ou o documentário “Irradiés”, do cambojano Rithy Pahn, que fala do genocídio em seu país.

Diante dessa seleção, o júri dirigido pelo ator britânico Jeremy Irons e que conta com a participação, entre outros, do cineasta brasileiro Kléber Mendonça Filho terá a difícil tarefa de escolher entre produções que fazem pensar no mundo de hoje. “Os filmes que selecionamos tendem a observar o presente sem ilusão. Não para provocar medo, e sim porque desejam abrir os nossos olhos”, ressaltou Chatrian, que também se orgulha de ter escolhido a temática das migrações para a mostra paralela Panorama.

Brasil volta na corrida pelo Urso de Ouro
Seguindo essa tendência “pé no chão”, mas olhando o passando para entender o presente e melhorar o futuro, o Brasil concorre ao Urso de Ouro com “Todos os Mortos”, de Caetano Gotardo e Marco Dutra. A partir da história de uma mãe e suas duas filhas logo após a liberação dos escravos no país, esse drama de época olha no retrovisor para abordar a questão da desigualdade social.

Os brasileiros sempre tiveram bastante espaço na Berlinale. O próprio diretor do festival disse à imprensa alemã que o cinema do país latino-americano sempre o inspirou. Mas que este ano, em razão das mudanças recentes na política cultural nacional, era “importante mandar um sinal para a indústria internacional de que nos importamos com o cinema brasileiro”.

O sinal não poderia ser mais claro. Além de voltar na corrida pelo Urso de Ouro, após ter levado a estatueta em 1998, com Central do Brasil, e em 2007, com Tropa de Elite, o país bate um recorde de participação, com 19 filmes selecionados nas diferentes mostras, entre longas, curtas, documentários e coproduções.
Além de “Todos os Mortos”, três ficções e dois documentários concorrem na mostra Panorama – que apresenta obras independentes e que muitos veem como o equivalente da “Um certo olhar”, de Cannes. Quatro produções serão exibidas na seleção Generation 14plus, que traz projetos voltados para o público mais jovem, e oito filmes na Forum e Forum Expanded, onde se reúnem obras que exploram caminhos menos convencionais na maneira de construir suas narrativas.

O Brasil aparece ainda na Encounters, seleção criada este ano, e que promete ser ainda mais alternativa que as já famosas Panorama e Forum.

Mais mulheres do que Cannes e Veneza
A competição principal terá 18 filmes de 18 países, seis deles dirigidos por mulheres. “Seis filmes não é paridade, mas é um caminho para alcançá-la”, explicou Chatrian, lembrando o engajamento da Berlinale em aumentar o número do diretoras no programa (no ano passado elas representavam 45%). De qualquer maneira, a proporção já é bem acima dos concorrentes Cannes e principalmente Veneza, bastante criticado no ano passado por selecionar apenas duas diretoras entre os 21 filmes na competição principal.

Mulheres fortes também estarão presentem em eventos paralelos durante a Berlinale. É o caso de Cate Blanchett, que participa de um debate com o diretor brasileiro Karim Ainouz, ou ainda Hillary Clinton, estrela do documentário “Hillary”, de Nanette Burstein, que também será exibido em Berlim.

A presença feminina permeou toda a organização. “No ano passado, o festival divulgou um relatório sobre a paridade de gênero em todos os níveis do festival – dos programadores nos bastidores até os envios de filmes e o número de projetos selecionados. A Berlinale parece estar desenvolvendo um maior senso de transparência ao tornar essas questões públicas, visando uma maior consciência sobre como as decisões são tomadas e como o gosto cinematográfico é definido”, avalia Brigitta Wagner.

E tudo isso acontece em um clima descontraído, que conta com a participação direta do público. Afinal, ao contrário de Cannes, onde apenas algumas sessões são abertas, na Berlinale qualquer um pode comprar ingressos pelo preço de uma entrada de cinema e assistir os filmes em competição ou das mostras paralelas. As projeções acontecem em toda parte. Além do complexo de salas na Potsdamer Platz, vários cinemas de bairro e até galerias de arte entram na maratona, com projeções para todos os gostos.

Berlinale vai até 1° de março.

Filmes brasileiros na 70a Berlinale:
Competição principal
Todos os Mortos, Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil, França)
 Panorama
Un crimen común, Francisco Márquez (Argentina, Brasil, Suíça)
Vento Seco, Daniel Nolasco (Brasil)
Cidade Pássaro, Matias Mariani (Brasil, França)
 Panorama Dokumente
Nardjes A, Karim Aïnouz (Alemanha, França, Argélia, Brasil, Qatar)
O Reflexo do Lago, Fernando Segtowick (Brasil)
 Generation 14plus
Alice Júnior, Gil Baroni (Brasil)
Meu nome é Bagdá, Caru Alves de Souza (Brasil)
Irmã, Luciana Mazeto e Vinícius Lopes (Brasil)
Rãs, Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia (Brasil)
 Forum
Luz dos Trópicos, Paula Gaitán (Brasil)
Chico Ventana también quisiera tener un submarino, Alex Piperno, (Uruguai, Argentina, Brasil, Holanda, Filipinas)
Vil, Má, Gustavo Vinagre (Brasil, Itália)
 Forum Expanded
Apiyemiyeki?, Ana Vaz (Brasil)
Jogos Dirigidos, Jonathas de Andrade (Brasil)
Outros Fundamentos, Aline Motta (Brasil)
Vaga Carne, Grace Passô e Ricardo Alves Jr (Brasil)
Letter from a Guarani Wonam in Search of the Land Without Evil, Patricia Ferreira Pará Yxapy (Brasil)
 Encounters
Los Conductos, Camilo Restrepo (França, Colômbia, Brasil)

Fonte:http://www.rfi.fr/

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

51ª edição do NAACP Image Awards


A NAACP Image Awards,  National Association for the Advancement of Colored People (na tradução, Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), é a maior e mais antiga organização apartidária de direitos civis dos Estados Unidos, que visa reconhecer anualmente os afro-americanos mais influentes do cinema, televisão e música do ano, está em sua  51ª edição.

O prêmio President's Awards de 2020, acontecerá no próximo dia 22 de fevereiro, nos Estados Unidos.

O President's Award já foi entregue anteriormente ao produtor e rapper Jay Z, ao atleta Muhammad Ali, a cientista política e diplomata Condoleezza Rice e o pastor e ativista Jesse Jackson.

O principal objetivo da NAACP é assegurar a igualdade política, educacional, social e econômica dos cidadãos dos grupos minoritários dos Estados Unidos e acabar com o preconceito racial. 

A NAACP procura eliminar todas as barreiras da discriminação racial através dos processos democráticos. Desde 1970, realiza o NAACP Image Awards, premiação multicultural que destaca os afro-americanos mais influentes do cinema, da televisão, da literatura e da música.

Fontes: NAACP/internet

Miss Alemanha 2020 é eleita por júri formado só por mulheres


Por Deutsche Welle

Alemanha -Vencedora foi a empresária Leonie von Hase, de 35 anos. Sob o lema 'Empoderando mulheres autênticas' e sem prova de biquíni, edição foi marcada por novidades, como inclusão de candidatas de até 39 anos, casadas e mães.

A empresária Leonie von Hase, de 35 anos, foi eleita Miss Alemanha 2020 neste fim de semana, desbancando as candidatas Lara Runarsson, de 22 anos, e Michelle-Anastasia Masalis, de 23, que ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente, além de outras 13 mulheres.

Nascida na Namíbia, Von Hase era a participante mais velha entre as finalistas do concurso neste ano, cujo lema foi "Empoderando mulheres autênticas". Ela é mãe de uma criança de três anos.
"Há muito tempo as mulheres não se interessam em lutar por um padrão convencional de beleza", disse Von Hase ao site da Miss Alemanha.

"Minha percepção de uma mulher 'bonita' é a força, o caráter e a autenticidade que ela irradia."

O evento aconteceu no sábado (15) no Europa Park Arena, perto de Freiburg, no sul da Alemanha. Pela primeira vez nos 93 anos de história do evento, um júri formado somente por mulheres decidiu a vitória de Von Hase, representante do estado de Schleswig-Holstein. Cada um dos 16 estados da Alemanha envia uma candidata para a final do Miss Alemanha.

A edição deste ano teve também outras novidades: ela permitiu a participação de mulheres casadas e mães, e elevou o limite de idade em dez anos para incluir mulheres de até 39 anos. A idade mínima é de 18 anos.

Além disso, não houve uma prova em que as candidatas precisam trajar biquínis para exibir seus corpos, considerada sexista por ativistas feministas.

O show no Europa Park Arena foi ancorado pelo casal de celebridades Jana e Thore Schölermann e contou com a participação do cantor e compositor Kelvin Jones.

Este será apenas o começo do reinado para a empresária, que foi coroada pela vencedora do ano passado, Nadine Berneis. Von Hase vai aparecer na capa da revista feminina JOY e ganhou um carro Golf, uma série de produtos de beleza e uma seleção de sapatos.

Fonte: G1

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Maternidade Leonina Leonor fechada . Agravam os problemas de saúde na Região mais velha que Belo Horizonte

Por Mônica Aguiar

O Centro de Referência da Cultura Negra de Veda Nova, convida todas e todos lideranças e moradores da Região para participar dia 13 de fevereiro, às 15:30horas, da visita técnica com o Grupo de estudos do CMSBH e o Movimento #NasceLeolinas na 
maternidade Leonina Leonor de Venda Nova.


A Maternidade Leonina Leonor, está pronta desde 2009, foi concebida para funcionar de acordo com conceitos obstétricos atuais de humanização do parto, foram gastos mais de R$ 4,9 milhões e ainda não atende ninguém, estar fechada por descaso e irresponsabilidade do poder público.

Venda Nova é Distrito e região de Belo Horizonte, tem mais de 200 anos. Sua população é composta por maioria de mulheres negras e sua história compõem passagens e expansões das Minas Gerais, mantidas vivas através da oralidade, manifestações religiosas Congadas e culturais, fortes no Distrito.

Muitas histórias são publicadas a respeito de Veda Nova, mas nenhuma delas traduz de fato a história deste antigo povoado, originado e composto por negros e negras. Muito se fala de uma elite Vendanovensse.

Venda Nova se formou a partir de pessoas simples, que viviam da terra. A região até pouco tempo, não constava sequer da zona rural de Belo Horizonte. 

Mas Venda nova resistiu aos descasos e abandono por parte do poder público e cresceu. Graças ao comercio local, mas também ao rico comercio ambulante  e  empreendedor realizado por mulheres negras.

Nesta história tão rica e invisibilizada, nós que somos moradoras centenárias na Região, não podemos deixar de reafirmar a importância das parteiras e curandeiras. 
Mulheres que contribuíram para composição populacional e principalmente o bem estar e viver das gestantes de Venda Nova.  
Hoje apenas algumas mulheres parteiras e curandeiras vivas e com idade avançada.

A maternidade Leonina Leonor se estivesse aberta, inicialmente, teria a capacidade para atender 350 parturientes por mês.

Hojé a expectativa seria que a unidade realizasse cerca de 500 partos humanizados por mês e atendasse para além do Distrito de Venda Nova, o colar do Vetor Norte.

Mais de 70% das mulheres que moram na Região de Venda Nova precisam sair da Região para dar à luz. Muitas não conseguem chegar a tempo nas maternidades consideradas de referências. Dão a luz dentro de carros, ambulâncias, viaturas dentre outros.  

A prefeitura através de sua Secretaria de Saúde, justificam o não funcionamento e abertura da maternidade: -Excesso de gastos. 
Afirmam não ter dinheiro para colocar a Maternidade em funcionamento. 

Enquanto isto, mulheres grávidas moradoras na Região, são privadas do acesso a saúde pública que é dever do Estado.

Venda Nova, hoje conta apenas com uma pequena unidade de atendimento dentro do Hospital Risoleta Neves com capacidade para atender apenas 30% das gestantes.

A falta de maternidade na Região tem aumentado os índices de mortalidade infantil e Venda Nova tem o maior índice de mortalidade infantil da cidade.

Desde 2017 , as taxas de mortalidade materna e infantil em Belo Horizonte só tem crescido.

Várias denúncias foram realizadas pelo movimento Nasce Leonina, através de audiências, manifestações públicas e redes sociais com relação ao não funcionamento da Maternidade e o descaso com o dinheiro público. 

Em uma visita técnica em 2017, realizada pelo Movimento #nasceleonina em conjunto com a Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte constataram um cenário de má conservação, retirada de equipamentos (inclusive leitos) e instalações elétricas expostas, além do uso do espaço da maternidade para o armazenamento de materiais e mobiliário ociosos, provenientes de escolas municipais.

Venda Nova, em Belo Horizonte, apresenta um total de 241.699 habitantes, sendo 51,61% deste é constituído por mulheres.

De toda a população da Regional Venda Nova, a faixa etária predominante é de 19 a 44 anos, equivalente a 68,34%, sendo 47,96% Homens e 52,04% Mulheres.

A população Economicamente Ativa (PEA) Feminina, a faixa salarial predominante é de meio a 01 salário mínimo (26,38%), enquanto que a segunda faixa é de 01 a 02 salários mínimos (26,20%), é pobre. (IBGE2000/ adaptado CDL BH).   

*A assistência no puerpério, como ação em favor da infância, deve propiciar à mulher ferramentas e suporte para cuidar de si e do filho de uma forma qualificada. As ações dos profissionais de saúde, portanto, devem ser permeadas pela escuta sensível e valorização das singularidades das demandas femininas, influenciadas por expectativas sociais referentes ao exercício da maternidade”.
*A morbimortalidade materna e neonatal caracteriza-se como um problema social de relevante magnitude no Brasil. Ciente dessa realidade e considerando que a melhoria da saúde materna e a redução da mortalidade infantil encontram-se entre os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.
*“O Brasil não conseguiu reduzir a mortalidade infantil de forma significativa nos últimos anos, é necessário frisar que, ainda persistem diferenças acentuadas nas taxas de mortalidade entre classes sociais e regiões”.

Belo Horizonte não foge as regras, muito pelo contrário, aqui no Município, a falta de interesse político reafirmam as diferenças dos fatores de desigualdades socioeconômico e raciais.

 *“A melhoria da saúde materna configura-se, também, como um importante desafio para o sistema de saúde em nosso município, visto que diversas mortes poderiam ser evitadas com uma atenção de qualidade ao pré-natal, parto, puerpério”.


MOVIMENTO #NASCELEONINAS

 O Movimento #NasceLeonina nasceu em agosto de 2015, com o objetivo de planejar coletivamente ações de sensibilização da população e Prefeitura sobre a importância da abertura da Maternidade como estratégia de melhoria da assistência à saúde e formação adequada de profissionais, impactando portanto nos indicadores perinatais, combate a violência obstétrica e redução das mortalidades materna, neonatal e infantil.
Fazem parte desse movimento pessoas que lutam pela autonomia das mulheres, pela saúde materna e neonatal e pelo parto humanizado. São mulheres, ativistas, usuária(o)s, profissionais, conselheira(o)s, parlamentares. Faça parte você também!

O Centro de Referência da Cultura Negra de Venda Nova, está nesta causa, na luta pela abertura da maternidade Leonina Leonor. Precisamos mante vigilantes para que sejam garantidos recursos públicos para abertura da maternidade. 
Para isto convidamos moradores de Venda Nova, para integrar na luta pela saúde das mulheres e crianças que nascem aqui em nossa região.
O uso dos recursos públicos têm que ser feito deforma responsável. Precisamos e exigimos do Prefeito kalill a Maternidade aberta e funcionando!

Vamos juntas nessa visita, dia 13 de fevereiro, próxima quinta, às 15:30, na porta da Maternidade Leolina Leonor, para cobrar um posicionamento sério e concreto sobre a abertura da Maternidade. 

Serviço
Visita na Maternidade Leolina Leonor
Rua Padre Pedro Pinto,155 . Em cima do UPA Venda Nova. 
Horário:15:30 


Referências
*.( Esc. Anna Nery vol.19 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2015) Reflexão Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde da criança.

Fontes: G1/Comissão da Mulher CMBH/Rede Feminista de Saúde/ #nasceleonina 

Rio comemora Dia Internacional das Mulheres na Ciência

 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Programação começa hojé, terça vai até 6 de março


O Centro Cultural Light abre nesta terça-feira (11) as comemorações do Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência. A programação se estenderá até 6 de março e tem o objetivo de mostrar a meninas e jovens que o mundo da ciência está aberto para a mulher. A data foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e será lembrada no Brasil pelo segundo ano consecutivo. Nesse período, serão oferecidas duas atividades diárias no centro cultural.
“O campo da ciência fica muito direcionado para os homens. Queremos mostrar que existem grandes mulheres na história, com contribuições sensacionais para a ciência, que o universo é totalmente democrático e aberto para ambos os sexos”, disse hoje (10) o gerente do Instituto Light e do Centro Cultural, Luis Felipe Yunes do Amaral.
A programação prevê duas oficinas inéditas: Voando com as Estrelas e Explorando Águas. Na primeira, os  participantes vão construir foguetes de papel que serão "lançados no ar pelos planetas do sistema solar". Criado pelo setor educativo da Light, o projeto apresenta uma mecânica em que os participantes pisam, e o "foguete dispara”, informou Yunes.A segunda oficina mostrará a importância da água para a vida no planeta.
Na Aerogami, que volta este ano, serão montados aeromodelos de papel e se abordará a participação da mulher na história da aviação. Outra história é a da construção de um microscópio, instrumento relacionado à ciência.
As oficinas são gratuitas e funcionarão às 9h e às 13h para quem não marcou a visita. Visitas ao Museu Light de Energia podem ser marcadas no site da instituição para as 11h15 e 15h30 e são acompanhadas por monitores uniformizados. Segundo Amaral, visitas de grupos escolares têm de ser agendadas previamente. Ele informou que, no ano passado, 705 pessoas participaram das atividades da programação.
meninas_e_mulheres_na_ciencia_-_thalita_cardoso_1
Painéis lembram participação da mulhar na ciência - Thalita Cardoso/Assessoria de Imprensa/Light
Nas salas educativas, onde são realizadas as oficinas, painéis destacam as realizações.
O museu inaugurado 28 de março de 2012 e conta com recursos do Programa de Eficiência Energética da Aneel.

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