POR MÔNICA AGUIAR
Lendo algumas matérias relacionadas a temas específicos das
desigualdades econômicas e sociais, percebo que, em ampla maioria, são realizadas
ricas publicações que gostam de falar sobre o marco do século 20 para as mulheres
na educação e mercado de trabalho.
Várias pesquisas demostraram que o nível de escolaridade das mulheres superaram os homens. Momento de muitas comemorações em vários setores da
sociedade.
- Motivo? As mulheres
aumentaram em um ano a escolaridade média em relação aos homens. Apenas um ano foi suficiente para ser considerada uma
grande conquista para as mulheres
brasileiras.
No entanto, todos pequenos avanços obtidos pelas mulheres são precedidos de MAS.... o crescimento desta
escolaridade, não influenciou no desequilíbrio salarial existente entre homens
e mulheres.
Tão pouco diminuíram as desigualdades sociais existentes.
As mulheres independente de ter grau de escolaridade maior , ganham salários muito menores que os dos homens. Mesmo cumprindo a mesma função .
Por um outro lado, nos registros da economia, não existem captação de resultados dos
serviços realizados pelas mulheres nas extensões de jornadas de trabalhos
desenvolvidas.
O serviço doméstico é considerado obrigação da mulher, não é valorizado,
não é considerado uma função de trabalho.
Muitas empresas extrapolam tarefas e cargas
horárias, principalmente as empresas do setor de prestação de serviço ou
serviços gerais, onde se tem maior número de mulher trabalhando.
Existe um “lógica imaginaria” propositalmente implantada, denominada
“cultural”, nas concepções das relações de trabalho e tarefas a ser cumpridas por
mulheres que são absurdamente justificadas e reafirmadas com as seguintes
frases: O que custa ELA fazer isto para a mais? É obrigação DELA, é mulher.
Todos os extras nas funções não remuneradas, aumento de carga
horário e duplas jornadas, deveriam ser agregadas e captadas no resultado do
PIB (Produto interno bruto) Brasil.
Em uma entrevista na EBC, em 2019, a professora Hildete Pereira de Melo, uma das
coordenadoras do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia (NPGE) da Faculdade de
Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) , que se o PIB brasileiro
contabilizasse as horas não pagas às mulheres, haveria um crescimento de 11%.
Faltam profissionais em várias áreas! Afirmam.
Falta. Mesmo sendo a mulher maioria na sociedade. Nós sabemos
disto. Já é notório para toda sociedade.
Mas se as mulheres extrapolam suas funções, cargas horárias, cumprem
dupla jornada, como conseguir estudar para ocupar cargos de carreiras inovadoras,
como as tecnológicas?
A área de tecnologia é ocupada, majoritariamente, por
homens.
Muitas profissões ainda são ocupadas por maioria de homens.
Qual o incentivo realizado para que as mulheres escolham também
áreas como de ciências exatas e não somente pedagogia, psicologia, enfermagem, domésticos,
atendentes, relações públicas, secretariado e dentre outras?
Em um matéria publicada no Jornal da USP, em 2018 (Porque as mulheres
desaparecem do curso de computação), acompanha vários gráficos e depoimentos de
mulheres que conseguiram romper com as barreiras e estereótipos existente na tecnologia.
O texto traz uma reafirmação extremamente
importante: “ Propagandas midiáticas, a
educação escolar e a própria família têm influência na criação do estereótipo
de que homens são melhores na área de exatas, enquanto mulheres se dão
melhor nas humanas. A falta de representação de mulheres na área também é
um fator fundamental para repelir as meninas dos cursos de tecnologia.”
Este quadro tem que mudar! Mas como mudar com tantos valores ideológicos
e religiosos existente nas gestões dos governos do Brasil?
Concepções conservadoras do modo operante de cuidar da coisa
pública.
O Congresso é composto por ampla maioria de homens. O Supremo
é masculino.
Gestões públicas (ministérios, secretarias e assessorias),
ocupadas por ampla maioria de homens.
Precisamos mudar este quadro. As eleições de 2020 bate nas portas.
Hora de eleger mulheres comprometidas
com as igualdade, equidade e cidadania!
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