quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Mulheres no Zimbábue exigem ação contra supostos estupros do exército

As mulheres de Harare se juntam à Quarta Negra vestindo roupas
escuras em protesto contra a suposta violência sexual
das forças militares do Zimbábue. 
Foto: folheto
Ativistas vestem roupas pretas em protesto depois de relatos generalizados de violência sexual por forças de segurança


As mulheres no Zimbábue vestiram roupas pretas e evitaram maquiagem para protestar contra a violência sexual por parte das forças de segurança do país durante a repressão do governo contra os manifestantes e ativistas da oposição.
Com tendências em hashtags, incluindo #OurBodiesNotWarZones, #SheSpeaksOut, #InureureOneInjureAll e #ShutDownAtrocities, os ativistas da “Quarta Negra” pediram às autoridades zimbabuanas que tomassem medidas contra o pessoal militar acusado de estupro e agressão sexual.

A polícia alega que recebeu apenas um relatório de violação que foi amplamente condenado por grupos de direitos das mulheres.

“É difícil confiar no regime no momento porque eles não estão assumindo suas ações. Exigimos que o regime assuma suas ações ”, disse um comunicado da Academia Feminina de Liderança e Excelência Política(Walpe), um centro dedicado ao empoderamento das mulheres que apoiou a campanha junto com a Justice for Women Zimbabwe .

Walpe exortou os homens a participarem do protesto da Quarta Negra. "Precisamos das vozes dos homens também para apoiar as mulheres, para que as mulheres possam restaurar sua confiança nos homens", disse Walpe.

O protesto veio depois que policiais frustrados com a aparente impunidade dos militares compartilharam mais de uma dúzia de relatórios de investigação com o Guardian que sugerem que os soldados foram responsáveis ​​por assassinatos, estupros e assaltos à mão armada.

Dezenas de mulheres e meninas dizem que foram estupradas nas últimas duas semanas por oficiais do exército que saquearam casas nos subúrbios de alta densidade de Harare, ostensivamente em busca de manifestantes acusados ​​de destruir a propriedade durante uma paralisação de três dias convocada pelos sindicatos por quinzena. atrás.

Uma dúzia de pessoas foram mortas a tiros e outras 78 supostamente tratadas por ferimentos a bala nos protestos violentos, que foram desencadeadas por um aumento de 150% nos preços dos combustíveis .

De acordo com os defensores dos direitos humanos, muitas vítimas de estupro estão optando por se recuperar em casa com medo de retaliação de agentes do Estado. Relatos terríveis de estupro e agressão sexual foram relatados em todo o país desde o início da agitação.

Advogados de direitos humanos dizem que as mulheres que foram estupradas têm medo de procurar tratamento médico em hospitais públicos. As mulheres também foram submetidas a espancamentos humilhantes nas nádegas, coxas e seios durante a atual repressão.

Uma mãe de três filhos que afirma ter sido estuprada em Southlea Park, uma comunidade pobre nos arredores de Harare, disse: “Um dos soldados disse que eu deveria obedecer a tudo o que eles queriam fazer comigo. Eu não recusei porque queria salvar meus filhos. Eu disse a eles que eu era HIV positivo, mas um deles disse que isso não importava, então eu aceitei ”.

Walpe disse que era difícil identificar autores de agressão sexual porque eles usam máscaras e balaclavas. "Estamos convocando todas as mulheres que foram abusadas por forças uniformizadas a se reportarem a órgãos independentes", disse Walpe.

Doug Coltart, advogado de direitos humanos, disse que as vítimas de estupro estavam vivendo com medo e não podiam denunciar os criminosos, enquanto a polícia se recusava a investigar.

Arquivos da polícia zimbabuense implicam exército em abusos generalizados

Coltart disse: “As contínuas espancamentos, estupros e sequestros pelos militares são totalmente ilegais. Houve vários casos em que as mulheres foram à polícia para denunciar um estupro, dizendo que foi cometido por soldados, e a polícia não quer se envolver. Muitas mulheres não se sentem seguras em ir à polícia. É uma pequena porcentagem das vítimas de estupro que estão relatando ”.

Soldados permaneceram nas ruas enquanto uma repressão continuou nas áreas de alta densidade de Harare, onde a maioria dos casos de estupro foram relatados.

Walpe disse temer por mulheres com deficiência que não podem se defender.

Oficiais do Exército negaram envolvimento no suposto abuso, culpando soldados desonestos e desertores do exército.

O protesto da Quarta Negra acontece um dia depois de os advogados também terem saído às ruas, exigindo um retorno ao estado de direito e julgamentos justos das centenas de manifestantes atualmente detidos.

Fonte:Theguardian

A chocante história das mulheres esterilizadas contra a vontade nos EUA

A história de Jean Whitehorse faz eco a de muitas mulheres
ao redor do mundo que passaram por esterilizações forçadas

"Quando minha filha tinha 12 anos, sempre me perguntava por que não tinha irmãos e irmãs. Quando ela estava com 33 anos, contei o que haviam feito comigo", diz Jean Whitehorse. "Foi doloroso para ela saber o que aconteceu com a mãe".

Jean fazia parte da Nação Navajo - um território nativo americano que ocupa partes do Arizona, Utah e Novo México nos Estados Unidos. As pessoas que vivem nessa área são da tribo Navajo - uma das maiores tribos nativas americanas no país.

Ela foi uma das vítimas de um programa de planejamento familiar patrocinado pelo Estado que submeteu milhares de mulheres a esterelizações forçadas. Como ela, pelo menos 3,4 mil indígenas - de culturas onde a riqueza é medida pela quantidade de filhos e não por bens materiais - foram esterelizadas contra a vontade somente nos anos 70, ou seja, foram deliberadamente submetidas a técnicas para evitar a gravidez, como forma de controle da população.

Jean só soube que era uma delas quando não conseguiu engravidar do segundo filho.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionGrupo de mulheres indígenas navajo assa pão usando um forno de barro: Cultura mede riqueza por quantidade de filhos e não por bens.

Na época, ao procurar um hospital, foi informada de que havia sido esterelizada, e que isso havia acontecido - sem ela saber - anos antes, no mesmo dia em que havia passado por uma cirurgia para retirar o apêndice.

"Eles tiraram de mim todos os filhos que eu poderia ter gerado. Quando vejo famílias jovens com crianças sempre acho que eu poderia tê-los tido", diz. Em entrevista ao programa Outlook, da BBC, ela compartilhou sua dor, vergonha e raiva.

SUA HISTÓRIA

Direito de imagem LORNA TUCKERImage captionA história de Jean Whitehorse faz eco a de muitas mulheres ao redor do mundo que passaram por esterilizações forçadas.

Em 1969, Jean estava morando na cidade de Oakland, na Califórnia, quando engravidou da filha.

Ela foi ao hospital fazer exames e foi questionada se tinha seguro de saúde. Quando disse que não, eles pediram que ela assinasse uma série de documentos. "Eles disseram, se você assinar esses papeis, suas despesas médicas serão resolvidas. Perguntei a eles o que eles queriam dizer com aquilo e eles disseram: 'sua filha será colocada para adoção e as pessoas que a adotarem pagarão por sua adoção médica'. Eu disse que não e fui embora", lembra ela.
"Ela é meu bebê. Eu não quero dar a ela a ninguém", acrescentou.

SEM CONSENTIMENTO

Jean voltou para sua comunidade Navajo no Novo México para ter a filha.
Meses após o parto, sentiu fortes dores de estômago e se dirigiu a uma clínica local administrada pelo Serviço Indiano de Saúde.

Direito de imagemLORNA TUCKERImage captionDurante anos, Jean Whitehorse lutou com a dor de ter sido submetida ao procedimento.

"Eles disseram que meu apêndice estava infeccionado e me levaram de ambulância para um outro hospital".

Também pediram que ela assinasse vários papeis que achava serem de praxe antes de qualquer cirurgia.

"Eu estava com muita dor. Eles disseram que, a menos que eu assinasse, nada poderia ser feito. Eu assinei um papel atrás do outro sem lê-los."

O apêndice dela foi retirado, mas esse não foi o único procedimento realizado naquele dia.
Alguns anos depois, enfrentando problemas para engravidar, ela voltou ao hospital e foi informada de que, segundo seus registros médicos, havia sido esterilizada. "Eles disseram que eu nunca mais teria filhos."

Homem e mulher Navajo em uma carruagem, 1939:
Programa de controle de natalidade do governo,
anos depois, fez milhares de vítimas
POLÍTICA DE ESTADO

A esterilização de Jean ocorreu no momento em que o governo dos Estados Unidos começou a implementar programas de planejamento familiar para as comunidades indígenas americanas.

Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionHomem e mulher Navajo em uma carruagem, 1939: Programa de controle de natalidade do governo, anos depois, fez milhares de vítimas.

Jean não foi a única mulher submetida à cirurgia de esterelização sem saber com o que exatamente estava concordando.

Muitas mulheres indígenas americanas teriam passado pelo mesmo.

Um relatório publicado pelo US Government Accountability Office, órgão responsável por examinar como o dinheiro dos contribuintes é gasto e dotar o Congresso e agências federais americanas de informações para ajudar o governo a economizar e e a trabalhar de forma mais eficiente, analisou a questão das esterilizações.

O órgão investigou quatro das 12 regiões onde as esterilizações ocorreram entre 1973 e 1976, e concluiu que 3.406 dessas esterilizações não foram voluntárias ou por indicação médica.
Em resumo, nem sempre houve o consentimento informado das mulheres.

CERIMÔNIA DA DANÇA DO SOL 

Desde que o relatório foi publicado, o Serviço de Saúde da Índia diz que salvaguardas adicionais foram postas em prática. Sua atual política diz que o serviço não vai estimular nem desencorajar a esterilização ou a fertilidade da população a que serve.

Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionO censo de 2010 dos EUA estima a população de índios americanos e nativos do Alasca em 2,9 milhões . 

Jean diz, no entanto, que muito pouco foi feito em apoio às mulheres esterilizadas contra a própria vontade.
Ela afirma ter lutado sozinha por anos, que se entregou à bebida por causa disso e chegou, inclusive, a maltratar a própria a filha.

Sua situação só melhorou quando um amigo a convidou para uma "Dança do Sol" - uma cerimônia nativa americana focada na cura. Isso, para ela, representou uma grande ajuda.

COMPARTILHANDO A HISTÓRIA 


Anos depois, a documentarista britânica Lorna Tucker contatou Jean e a convenceu a compartilhar sua história, que apareceu com destaque no documentário Amá. A palavra significa "mãe" na língua navajo.

Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionJean diz que "as mulheres jovens devem saber que isso (as esterelizações forçadas) é parte da história" do povo.

"Eu estava com raiva e pensando que era a única (a ter passado por aquilo). Mas depois que compartilhei a história me acalmei mais", diz ela. "Estou feliz por ter contado minha história. As mulheres jovens devem saber que isso é parte da nossa história".

VUNERABILIDADE 

Historicamente, o povo nativo americano sofreu muita discriminação - e as conseqüências ainda são sentidas.

De acordo com um relatório da ONU de 2010, um nativo americano tem 600 vezes mais chances de contrair tuberculose e 62% mais chances de cometer suicídio do que a população em geral.

Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionAs comunidades nativas americanas teriam sido deixadas de fora do sonho americano.

Esterilizações forçadas ocorreram na história também em outras partes do mundo.

No Canadá e no Peru elas se davam contra os povos indígenas, na Índia e na China como parte do controle populacional, na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial sob o Terceiro Reich, em Israel contra os judeus etíopes, na Rússia contra pessoas com deficiências e na África do Sul contra mulheres soropositivas.

Apesar de suas terríveis experiências, Jean, que agora é bisavó, diz que é confiante sobre o futuro de sua comunidade.

 "As coisas estão mudando. Eles agora não passam pelo que passamos."

Fonte e texto : BBC/Terra

Stacey Abrams , mulher negra e progressista responderá Donald Trump

Stacey Abrams

Stacey Abrams deu um grande salto ao concorrer a governadora da Georgia, no ano passado.
Na próxima semana vai ser a porta-voz da resposta ao discurso do Estado da União.

Stacey Abrams, a candidata do Partido Democrata que esteve perto de ser a primeira governadora negra nos Estados Unidos, foi escolhida para responder em direto e para todo o país, no dia 5 de Fevereiro, ao discurso do Estado da União do Presidente Donald Trump.

"Numa altura em que a nossa nação precisa de ouvir os líderes que podem criar uma união à volta de um objetivo comum, é uma honra responder pelo Partido Democrata ao discurso do Estado da União", disse Abrams numa No ano passado, Stacey Abrams saltou deu um grande salto na  política nacional nos EUA ao candidatar-se ao cargo de governadora da Georgia, um dos estados do Sul do país com um passado marcado pelo racismo e pela escravatura. Se vencesse, seria a primeira governadora negra da História dos EUA.

Em Novembro, perdeu a eleição para o candidato do Partido Republicano, Brian Kemp, mas a derrota por apenas 55 mil votos num universo de quase quatro milhões de eleitores valeu-lhe o reconhecimento como uma das vozes mais representativas de um novo Partido Democrata – muito mais progressista e à esquerda do que se julgava antes da eleição de Donald Trump, em 2016.

Antes de concorrer a governadora, Stacey Abrams esteve dez anos na Câmara dos Representantes da Georgia, onde foi a líder da minoria do seu partido entre 2011 e 2017.

Limitação do voto

Durante a campanha eleitoral, distinguiu-se pela luta contra as políticas de limitação do direito ao voto, que afetam de forma desproporcional os eleitores afro-americanos. Medidas aprovadas pelo governo do Partido Republicano, como a exigência de que os dados pessoais dos eleitores fossem exatamente iguais aos que estão registados nas bases de dados do estado, impediram muitas pessoas de votar.

Depois da eleição, uma organização liderada pelo diretor de campanha de Stacey Abrams, a Fair Fight Action, interpôs uma ação em tribunal para que o sistema eleitoral da Georgia seja alvo de uma reformulação profunda. Segundo a organização, dos 53 mil eleitores cujo direito ao voto foi suspenso antes das eleições por causa da lei das bases de dados, 70% são negros, apesar de representarem um terço da população do estado.

Discurso adiado
O discurso anual do Presidente dos EUA foi adiado na semana passada devido ao encerramento parcial de algumas agências e departamentos públicos norte-americanos. Foi reagendado para a noite da próxima terça-feira, 5 de Fevereiro (2h de quarta-feira em Portugal).mensagem partilhada no Twitter.

O líder da minoria do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que o convite a Abrams foi feito há três semanas. "Ela é uma excelente porta-voz e uma líder incrível. Liderou a batalha pelo direito ao voto, que está na raiz de quase tudo o resto", disse Schumer.

Durante 35 dias, 800 mil trabalhadores foram enviados para casa ou forçados a trabalhar em serviços mínimos, sem salário, porque as agências em causa não viram os seus orçamentos anuais renovados pelo Congresso.

E o Congresso não chegou a acordo porque o Presidente Trump e o Partido Republicano exigem que o Partido Democrata dê o aval a um reforço de 5,7 mil milhões de dólares no orçamento do Departamento de Segurança Interna. Esse dinheiro seria gasto no início da construção de um muro na fronteira com o México, que a Casa Branca diz ser essencial para travar a imigração ilegal – e que o Partido Democrata diz ser um desperdício de dinheiro numa construção "imoral" e ineficaz.

Como o impasse afetaria milhões de pessoas há mais de um mês (os 800 mil funcionários públicos, mais as suas famílias e outros milhares de trabalhadores de empresas privadas com contratos públicos), o Presidente Trump recuou e aceitou, na passada sexta-feira, uma proposta do Partido Democrata que adia o problema: as agências foram reabertas, mas as duas partes têm de resolver o impasse de fundo até 15 de Fevereiro, ou o país poderá enfrentar um novo encerramento parcial do governo federal.

Fonte: Publico/ UOL/

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ELE FOI PRESO POR QUE TODO NEGRO É IGUAL

Cresce número de mulheres na corrida pela presidência nos EUA


por Mônica Aguiar

Kamala Harris
Confiantes que os eleitores estarão prontos para romper uma barreira histórica e derrotar  o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cresce o número de mulheres na disputa da Casa Branca nos Estados Unidos.

A senadora por Massachusetts Elizabeth Warren, de 69 anos, foi a primeira democrata a anunciar sua intenção de se candidatar a presidência.

As senadoras Kirsten Gillibrand, de 52 anos, e Kamala Harris, de 54, assim como a congressista Tulsi Gabbard, de 37, também seguiram o exemplo.

E uma quarta senadora, Amy Klobuchar, pretende se lançar à disputa.

O número de mulheres de alto perfil na carreira presidencial é "historicamente sem precedentes", disse a professora de Ciência Política Erin Cassese, da Universidade de Delaware.  

Kamala Harris pode ser a maior ameaça de Donald Trump na corrida presidencial de 2020, depois que um poderoso discurso de lançamento da campanha a catapultou para a frente do bando democrata lotado.

A senadora californiana poderia se tornar a primeira presidente americana dos EUA, e seu comício na frente de uma multidão extasiada de 20.000 pessoas mostrou ao mundo que ela poderia ir até o fim.

As mulheres estão sendo os grandes destaques das manchetes para a disputa de 2020.
As eleições de meio de mandato quebraram vários recordes, como o número de mulheres eleitas não apenas para o Congresso, mas para as Assembleias Legislativas nos 50 estados.

Com quatro, ou mais candidatas, competindo pela Casa Branca, a política presidencial parece estar passando por uma mudanças.

Conhecida por fazer campanha contra os abusos sexuais, Gillibrand lançou sua corrida presidencial como uma "mãe" dedicada a ajudar as famílias trabalhadoras e em dificuldades.
Outras se fixam menos no gênero, mas, de modo algum, apresentam o tema como um tabu.

O que tudo indica que os  americanos estão se preparando para eleger uma mulher como presidente.

Kamala Harris, que se tornaria a primeira mulher negra e a primeira de origem indiana em caso de vitória, não tem dúvida de que os eleitores americanos estão preparados para eleger uma mulher que tire Trump do poder.

"Totalmente", disse ela à rede ABC antes de anunciar sua candidatura oficial. "Deem crédito às pessoas. São mais inteligentes do que isso", afirmou.

Harris, que foi comparada a Barack Obama, lançou sua candidatura presidencial em alta emoção em sua cidade natal, Oakland, no domingo, horário local.

Fontes: ABC/Em.com.br/News.com

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Aumenta desigualdades no mercado de trabalho na América Latina


Relatório aponta que persistem diferenças entre homens e mulheres na América Latina e para entender o fenômeno é preciso analisar o histórico dessas mulheres. No Brasil, o perfil mais comum é de jovens negras de periferia, evidenciando uma inter-relação entre gênero, raça e classe.

No mercado de trabalho em países da América Latina e do Caribe, a diferença entre homens e mulheres persiste e, em alguns casos, aumentou nos últimos anos. Esta é uma das conclusões do relatório Panorama Social de América Latina 2018, elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e divulgado nesta semana.

Segundo o levantamento, em 2016 a taxa de desemprego urbano era de 10,4% entre mulheres e de 7,6% entre homens. No mesmo ano, 48,7% das mulheres recebiam remunerações abaixo do salário mínimo, índice que cai para 36,7% entre os homens. Na distribuição por faixa etária, a diferença se mantém, alcançando o máximo nas trabalhadoras com idade entre 45 e 64 anos, parcela onde a diferença chegou a 16 pontos.

No mesmo ano, em média, 26,9% das mulheres ocupadas estavam em situação classificada pelo estudo como “subemprego” (em razão dos valores abaixo da linha da pobreza e com jornadas extensas), contra 19% dos homens na mesma condição. A média geral foi de 21,5%. Na evolução histórica desde 2002, os índices caíram para os dois gêneros, embora em ritmo maior no caso dos homens, “razão pela qual aumentou a brecha de gênero”, destaca o documento.

Considerando os trabalhadores que contribuem para a Previdência, houve uma inversão entre 2002 e 2016. Enquanto na primeira data a média dessa condição era maior entre mulheres (37,7%) do que entre homens (36,4%), na segunda essa prevalência mudou com índice maior no público masculino (46,5%) do que no feminino (45,5%).

MULHERES JOVENS
A maior diferença de gênero no mercado de trabalho identificada pela pesquisa da Cepal está entre as  mulheres jovens .
“Enfatizamos o tema da juventude, porque é a porção etária que está enfrentando as maiores dificuldades de inserção laboral e, sobretudo, as mulheres”, afirmou a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

As jovens que não estudavam nem trabalhavam em 2016 correspondiam a 31,2% nos países pesquisados da região. Já quando a análise se voltou aos homens jovens, esse índice caiu quase três vezes, ficando em 11,5%. Embora nos últimos 15 anos a queda nas taxas dessa condição tenha sido maior entre as mulheres, a diferença continua representativa.

Entre os fatores para esse quadro, a Cepal citou a ausência de políticas e sistemas de cuidado, a manutenção da divisão sexual do trabalho nas famílias, a gravidez na adolescência e a alta carga de trabalho doméstico e de cuidado, ambos não remunerados.

“Em particular a distribuição desigual do trabalho não remunerado e de cuidado entre homens e mulheres, o não reconhecimento de seu valor econômico e das barreiras que isso impõe a uma plena integração das mulheres ao mercado de trabalho e, portanto, à obtenção de autonomia econômica, reproduzem as desigualdades de gênero ao largo do ciclo de vida”, analisam os autores do relatório.

Causas e impactos nas vida das jovens negras

Segundo a oficial de Gênero e Raça do Escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil e pesquisadora em gênero, Ismália Afonso, para entender o fenômeno é preciso analisar o histórico das  mulheres. No Brasil, o perfil mais comum é de jovens negras de periferia, evidenciando uma inter-relação entre gênero, raça e classe.

Outro elemento que contribui, acrescenta Ismália, é a sobrecarga de trabalho doméstico. E aí não somente dos filhos, mas também de familiares e dos próprios companheiros ou companheiras. Assim, a explicação que busca sugerir como causa central da saída da escola e da dificuldade de empregabilidade a gravidez da adolescência deveria ser observada com mais cuidado. Muitas vezes, a jovem já deixou a educação formal antes, ou vivencia o casamento ou a gestação como formas de socialização em condutas mais próximas do mundo adulto.

Além de ver o fenômeno em suas múltiplas causas, a oficial do Pnud defende que esse cenário deve merecer resposta do Poder Público porque afeta não somente o presente com o futuro dessas jovens. “Sem contribuição previdenciária, já que não trabalham, há uma série de direitos que não serão garantidos a elas (licenças, aposentadoria). Dessa maneira, é possível esperar que avancem para a idade adulta e a velhice ainda mais empobrecidas”, completa.

Fontes: EBC
Foto: Geledés internet

A primeira Mulher Negra a concorrer ao Oscar de design de produção - Hannah Beachler



Twees Hannah Beachler
A americana Hannah Beachler fez história nesta terça-feira (22) ao tornar-se a primeira mulher a negra a ser indicada ao Oscar na categoria de design de produção, de acordo com o jornal The New York Times. Ela concorre ao prêmio ao lado de Jay Hart pelo trabalho no filme Pantera Negra.

Hannah foi responsável pelo design de produção do filme, enquanto Hart ficou encarregado principalmente da decoração dos cenários. A categoria era conhecida como direção de arte, mas o nome foi rebatizado em 2012.

A norte-americana também fez história por ser a  primeira vez que uma mulher assume esse cargo na Marvel, estúdio responsável pelo longa de super-heróis.

A designer de produção tem outros trabalhos importantes no currículo, como o ganhador do Oscar de 2017 Moonlight: Sob a Luz do Luar (2006); o álbum Lemonade (2016), de Beyoncé; e dois filmes anteriores do diretor de Pantera NegraRyan CooglerCreed: Nascido para Lutar (2015) e Fruitvale Station: A Última Parada (2013). 

Com isso, Hannah ajuda Pantera Negra a entrar para a história como o primeiro longa baseado em uma história em quadrinhos a ser indicado ao Oscar de melhor filme. A cerimônia será em 24 de fevereiro.

Fontes :marieclaire/mulhernocinema

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Mulheres são ampla maioria que conquistaram nota mil na redação - Enem 2018


por Mônica Aguiar 

Naira Maria : Foto Mônica Aguiar
As mulheres somam  a  maioria entre os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018 que conquistaram  nota mil na prova de redação, se tornando  a  ampla  maioria com  76%.  
Os dados foram divulgados na tarde desta segunda-feira (21). pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Do total dos participantes com nota máxima , 13  são homens e  42 mulheres .

De acordo também com o perfil divulgado pelo Inep, 15 estados brasileiros tiveram candidatos ou candidatas com a nota máxima na prova de redação.

Os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro,  foram 14  mulheres com  a idade de 18 anos,  que obtiveram o maior número da  nota máxima na redação do pais. 

Cinco estudantes do Ceará atingiram nota 1.000 na redação,  todas escritas por  mulheres. Quatro delas são oriundas de Fortaleza e uma de Santa Quitéria.

O município com o maior número de representantes entre os destaques é o Rio de Janeiro, com cinco casos, seguido de Fortaleza, com quatro representantes.

O tema da redação foi  "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet". Muitos alunos acharam complicado, mas  foram  as mulheres que mais uma vez  superaram um tema desafiador.

 Racismo, machismo e cultura LGBT foram alguns dos tópicos selecionados para perguntas de literatura e interpretação de texto. 

Também são méritos dos jovens  com 18 anos  os  dezessete dos melhores textos e  com idade de  17 anos assinam 11 das redações nota 1000. Na faixa etária dos 21 aos 30 anos estão 10 dos participantes com nota máxima.

No total, 4,1 milhões de redações da aplicação regular do Enem 2018 foram corrigidas. 
Mais de 81 mil delas ficaram com nota entre 900 e mil,  somente  55 chegaram à pontuação máxima. 

Dos 5.513.712 inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018, 3.257.695 são mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), organizadora da seleção, o registro representa 59,1% do total de inscrições recebidas.

Por  região não foi diferente, a parcela  de inscrições de mulheres para o Enem 2018 foi superior a de homens de norte a sul do país. No Distrito Federal (DF), por exemplo, dos 106.308 inscritos, 62.611 são do sexo feminino e 43.697, do masculino. No Centro-Oeste, o registro de candidatas ocupa mais da metade da lista de inscritos – entre as 466.085 inscrições confirmadas, 274.586 estão em nomes de mulheres.

O Sudeste do Brasil é  a região com maior concentração de inscrições para o Enem 2018: 2.015.277 pedidos confirmados pelo Inep. A maior parcela de candidatas para realizar a avaliação também vem desta região: 1.195.521 participantes.

Em seguida, aparece o Nordeste, que totalizou 1.811.097 inscrições – dentre elas, 1.068.307 foram solicitadas por mulheres.

No Norte do país, 614.951 pessoas se inscreveram. Deste total, 362.663 são de mulheres. Na Região Sul, dos 606.002 inscritas , 356.318 eram de candidatas mulheres.



Fontes: ENEP/G1

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A COR DO TRABALHO

É possível que nada seja mais revelador sobre a desigualdade no Brasil que a maneira como o mercado lida com cor e gênero: um cargo qualquer pode exigir ou não diploma universitário, mas é estatisticamente certo que o trabalho de uma mulher negra irá valer menos da metade que o de um homem branco.
Esses preconceitos e privilégios implícitos no nosso racismo estrutural foram constatados em estudos como “Mulheres e trabalho: breve análise do período 2005-2015”, feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A pesquisa mostrou que, enquanto as negras tiveram salário médio de R$ 1.027,50, os brancos ganharam mensalmente R$ 2.509,70. Outro levantamento, este publicado em 2018 pelo Instituto Locomotiva, aponta que a renda média de mulheres negras com ensino superior é de R$ 2.918, enquanto homens brancos com o mesmo nível de graduação recebem R$ 6.702.
O desequilíbrio desse mercado brasileiríssimo da Silva chega a seu extremo quando se fala de cargos de liderança. É o que mostra a pesquisa “Perfil Social, Racial e de Gêneros das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”, feita pelo Instituto Ethos em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e divulgada em 2016. “Apenas 4% dos chefes são negros nas maiores empresas do Brasil, e esse número cai ainda mais quando diz respeito às mulheres negras”, afirma Amailton Azevedo, professor do Departamento de História da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) – segundo o estudo, só 0,4% dos quadros executivos são ocupados por negras.
“A mulher negra está na base da pirâmide social. Por isso, a gente diz que quando ela se move, ela move toda a pirâmide e, ao fazer isso, desequilibra tudo”, afirma Cida Bento, psicóloga social, coordenadora-executiva do CEERT (Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades) e integrante do Fórum Permanente pela Igualdade Racial e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras. “E há uma reação muito forte aos movimentos que a mulher negra vem fazendo”, completa a psicóloga, sobre a resistência para mudar esse quadro.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Por que as mulheres andam tão cansadas?


Escrito por Raquel Baldo

Foto: Blogueiras negras 
Responsabilidade de trabalhar, cuidar da casa e dos outros gera às mulheres uma carga mental que está fazendo com que elas adoeçam

Não podemos negar que a mulher vem batalhando e conquistando cada vez mais espaço na sociedade. Tudo isso acontece a um custo alto, de muita dedicação, esforço  e adaptação. No meio profissional estamos cada vez mais em destaque e a cada momento descobrimos e mostramos o quanto somos capazes de estar presente, produzir e participar igualmente do meio, pois o gênero não é e nunca foi uma questão para limitação, além do fato do imenso tabu e histórico/cultural que ditava e ainda dita esse equívoco.

Com esse espaço alcançado as mulheres ganharam muitas possibilidades, mas em conjunto carregaram consigo as tantas responsabilidades que já arcavam antes destas conquistas. Falo aqui das rotinas caseiras, familiares e sociais do tal "papel da mulher" na sociedade.

É fato que as tarefas do lar, filhos e família ainda são obrigações do feminino. As compras de mercado, limpeza e ordem da casa, refeições e rotina dos filhos com escola, saúde, vestimentas e até os eventos da família ficam sob-responsabilidade da mulher, na maioria dos casos.

As mulheres hoje trabalham não somente por liberdade e opção, mas em muitas casas significam grande ou até maior parte da renda que sustenta a família. Sendo assim, o trabalho e conquista profissional da mulher atualmente é uma necessidade de sobrevivência de muitas famílias. Porém, apesar da mulher representar a divisão ou arcar com boa parte dos custos de vida da família, o mesmo não ocorreu com as tarefas ainda ditas como femininas. 

Os homens ainda se permitem a não assumir essas tarefas e mesmo as mulheres muitas vezes têm dúvidas se eles devem realmente realizar tais tarefas como lavar louça, roupa, varrer casa, cuidar do banho e lição dos filhos.

O mais comum, quando os homens participam destas tais atividades domésticas e familiares é que isso aconteça por opção de prazer, exemplo cozinhar ou levar filhos para certas atividades. E, nesses momentos, os pais/os homens ganham destaque de alto reconhecimento social como destaque e merecimentos . Geralmente, quando um homem participa das atividades domésticas, como lavar uma louça ou ir ao mercado, olhar as crianças, isso se dá por pedido da mulher e assim fica entendido que é uma ajuda e a responsabilidade continua com a mulher.

A carga mental da mulher

Assim, sem muito aprofundar ou buscar porquês, entendemos facilmente que a mulher atualmente carrega uma carga mental e física imensa e significativa, visto que está sempre envolvida por muita responsabilidade, tanto da realidade de vida como trabalho e vida pessoal, mas também e principalmente na fantasia histórico cultural. E é essa em especial que acaba sendo a grande responsável pela estafa, pelo cansaço, estresse e adoecimento da mulher.

A sobrecarga no feminino se dá pelo excesso de atividades que a mulher deve coordenar em sua rotina, desde o acordar até o dormir, envolvendo a responsabilidade de satisfação, saúde e bem estar de outros (filhos, marido, chefe). É muito comum, por exemplo, que seja a mulher a primeira a levantar da cama e a última ir dormir em uma casa, pois a noite tem que cuidar da roupa, dos estudos dos filhos, da refeição para o dia seguinte... Mas apesar desse cansaço físico, a principal causa identificada como responsável de síndromes de estafa, estresse e depressão da mulher é resultado da pressão que os conceitos e tabus em torno do feminino causam desde sempre e há muito tempo na história.

O papel da educação

Meninas crescem sendo estimuladas a brincar de casinha, cuidar de filhos, marido e realizar tarefas domésticas. Desde cedo, aprendem que devem ajudar na casa e que isso dita seu valor. Uma boa e linda menina, educada, caprichosa na casa, que ajuda e cuida e que um dia servirá para boa esposa e mãe. Enquanto isso, os meninos crescem jogando bola, brincando de ser heróis e podendo não saber fazer, cuidar e realizar tarefas da casa. Essa diferença na educação merece muita atenção e explica muito do conflito na vida adulta de porque os homens não se sentem responsáveis pelas tarefas da casa e família e a mulher ao contrário entende que é a responsável pela casa, pelos filhos e pelo conforto e felicidade do marido.

Ser mulher está associado automaticamente a cuidar e servir ao outro desde sempre. Desde que se é uma pequena menina brincando, é entendido que seu valor enquanto pessoa, será reconhecido neste lugar pela sociedade. Os equivocados elogios recebidos associando sua qualidade a suas habilidades de cuidar da casa e família confundem o existir e autopercepção da mulher e seu feminino.

Por isso, é muito comum uma mulher cobrar seu marido, mas ao mesmo tempo boicotar ou não deixar o parceiro fazer as tarefas ao ficar criticando e corrigindo. Ela acaba sendo convencida por si mesma que a mulher faz muito melhor e, então, seria melhor não repassar responsabilidades. Ao mesmo tempo, muitos homens se apoiam nesta mesma ideia para justificar suas ausências nestas tarefas, transformar essa situação em elogios e assim, tanto ele, quanto a mulher, se convencem e reforçam esse tabu, que diz ter certas coisas que só uma mulher sabe fazer ou fazer melhor. Esse conceito é equivocado, arcaico e responsabiliza a mulher por mais atividades, por certas atividades e se apresenta disfarçado de elogio ou de qualidade do feminino.

Cuidar do outro x autossatisfação
Foto Filme Estrelas Além do Tempo

Assim a mulher vem, há muitas gerações, perdida nela mesma. A mulher se constrói e se estrutura através de suas habilidades em servir e cuidar do outro e não em ser ela mesma e se autossatisfazer. O mesmo acontece com sua aparência e estética. A mulher se forma através dos olhares que ditam quais regras de beleza e corpo dela deve ter para agradar e receber elogios e por isso é tão comum as mulheres serem tão insatisfeitas com seu corpo, aparência e ideia de beleza. No consultório é muito comum, atualmente, se deparar com mulheres insatisfeitas com elas mesmas, com suas vidas, apresentando até sintomas depressivos e ansiosos e que sofrem muito por não saberem do que gostam, o que fazer por prazer e por autossatisfação. Isso acontece porque não sabem mais quem são.

Como acabar com a carga mental das mulheres

Podemos assim entender que a carga mental e a vida da mulher vem sendo sobrecarregada há tempos e a solução para isso deverá levar tempo também. Apesar de algumas mudanças imediatas serem importantes e devem sim ocorrer para as mulheres, como dividir tarefas da casa e família com seu parceiro, tirar tempo para descansar, se divertir e cuidar de si mesma sem a responsabilidade de agradar outro alguém, não serão essas atitudes concretas a verdadeira solução para amenizar a carga mental que adoece o feminino.

Se há alguma chance desse quadro dar sinal de melhoria, será através da desconstrução de conceitos e tabus históricos, culturais e sexistas/gêneros. É preciso rever o conceito e ressignificar o lugar da mulher e do homem, desde seu nascimento. 

É preciso entender que uma menina pode sim brincar de boneca e casinha e um menino também, afinal assim aprendem desde cedo, pelo brincar, sobre certas responsabilidades. 

Assim como a menina deve ter o direito a não se preocupar em agradar família ou agradar meninos, ela deve ter o direito de agradar a si mesma e se respeitar e ser respeitada em suas particularidades. 

As meninas devem também brincar como os meninos e sentir-se heroínas, jogar bola, brincar de carrinhos e ao lado de meninos e meninas entender que todos podem fazer muitas coisas e todos devem aprender sobre responsabilidades da vida igualmente.

O adoecimento do feminino é uma realidade séria que precisa de atenção e cuidado. Os consultórios psicológicos e psiquiátricos estão cada vez mais recebendo mulheres entristecidas e perdidas.

É preciso ser compreendido pelo meio, por mulheres e homens, por pais e mães, professores e escolas a importância do ressignificado do lugar e papel da menina, da mulher. 

O papel da mulher precisa ser entendido como além de esposa, mãe ou mulher que serve para atrair e conquistar homens. 

A mulher precisa ter a chance de ser uma pessoa, um ser humano que existe nela e por ela. E um dia, se assim desejar, poderá formar uma família, ter um casa ou uma empresa que seja, desde que isso signifique parceria entre as pessoas envolvidas, parceria igualitária em que ambos têm direitos e deveres em todas as áreas, desde financeira até os cuidados básicos da casa e filhos, visto que ambos escolheram esse mesmo caminho.

Fonte:minhavida
Edição: Mônica Aguiar

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