sexta-feira, 28 de março de 2014

Angelina Jolie participa de conferência em Sarajevo contra violência sexual

A atriz já esteve em Sarajevo antes para participara de Festival de Filme  (HANDOUT)Angelina Jolie e William Hague preparam para o mês de junho uma cúpula em Londres a fim de acabar com o estupro como "arma de guerra"

Sarajevo - A estrela de Hollywood Angelina Jolie chegou nesta quinta-feira (27/3), na companhia do chefe da diplomacia britânica William Hague, a Sarajevo, na Bósnia, onde participará de uma conferência sobre a violência sexual em tempos de guerra.
Angelina Jolie e William Hague, que preparam para o mês de junho uma cúpula em Londres a fim de acabar com o estupro como "arma de guerra", devem participar na sexta de uma conferência sobre a prevenção desse crime, organizada pelo Ministério bósnio da Defesa.
A atriz protagonizou em 2011 um longa-metragem sobre a violência sofrida pelas mulheres durante a guerra da Bósnia (1992-95). Ela viajou várias vezes ao país para se reunir com refugiadas do conflito e para participar do Festival de Cinema de Sarajevo, em julho de 2012.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Vencedoras do concurso de vídeos ‘A mulher brasileira quer se ver nas propagandas na TV’ serão conhecidos dia 31

Após o encerramento das inscrições ao concurso de vídeos de 1 minuto ‘A mulher brasileira quer se ver na TV’, a comissão julgadora analisará os projetos apresentados e os nomes dos vencedores serão divulgados no próximo dia 31 de março (segunda-feira). Até às 19 horas desta terça-feira (25) o concurso recebeu 20 inscrições de diversos estados do país.
Promovida com apoio da Fundação Ford, a iniciativa premiará as seis melhores propostas audiovisuais sobre a representação das mulheres na publicidade televisiva brasileira. O material será avaliado por uma comissão de especialistas. Serão distribuídos três prêmios – de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente para os primeiros colocados – e três menções honrosas no valor de R$ 1,5 mil cada.
A diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, considerou “um sucesso a quantidade de inscrições. Não é fácil produzir um vídeo de um minuto, com sentido, começo, meio e fim. Além disso, o tema do concurso é bastante específico e suscita um debate que, embora percebido pela população, como ficou claro na pesquisa que realizamos em parceria com o Data Popular e que serviu de referência para os vídeos, não é comum nas escolas de comunicação, no meio publicitário e que ainda carece de referências teóricas no país. O Instituto Patrícia Galvão tinha exatamente o objetivo de contribuir para o aprofundamento e disseminação da reflexão sobre essa temática tão importante para as mulheres, porque, em nossa compreensão, a publicidade – em particular na TV – reforça conceitos, preconceitos e estereótipos que realimentam uma cultura de discriminação e violência contra as mulheres, sendo que poderiam e deveriam fazer exatamente o oposto”.
A vice-diretora executiva do Instituto, Mara Vidal, avalia que “o concurso é um avanço no sentido de propor um diálogo sobre a representação da mulher na mídia. E as respostas que tivemos demonstram que temos uma produção de propaganda pouco conectada com a realidade e a população brasileira, e, além disso, distante da mulher negra”.

Fonte e texto : Patrícia Galvão 

Congresso aprova ações de defesa dos direitos das mulheres e contra a violência

Duas ações importantes no combate à violência contra a mulher marcaram o dia  (25/03) no Congresso Nacional. O plenário do Senado aprovou o Projeto de Lei 298/2013, que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, proposto pela comissão parlamentar mista de inquérito que investigou o assunto, em 2012. O fundo será constituído por recursos previstos no Orçamento da União, doações, contratos e convênios firmados com entidades públicas, além de rendimentos gerados pelos recursos do próprio fundo.
Mais cedo, os presidentes do Senado e da Câmara assinaram termo de compromisso com a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que prevê um plano de trabalho para ações voltadas para os direitos das mulheres. Com isso, eles passam a fazer parte da campanha "Compromisso e atitude pela Lei Maria da Penha".
Na mesma sessão solene em que os dois presidentes assinaram o compromisso com a ministra, também foi entregue o Prêmio Bertha Lutz em homenagem a mulheres que se destacaram. Segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), todas as ações fazem parte das comemorações do Mês da Mulher, e ressaltou a importância da aprovação do projeto de criação do fundo.
“Hoje, nós tivemos uma sessão solene do Congresso Nacional que homenageou as mulheres que se destacaram e, por isso, receberam a premiação do Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz. Comemoramos também o Dia Internacional da Mulher. Na oportunidade, nós fizemos um apelo aos líderes partidários para que pudéssemos avançar hoje, na Ordem do Dia, na apreciação de uma matéria muito importante, que está diretamente ligada a esta data: o Projeto de Lei 298/2013”, disse o presidente do Senado.
O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados. Já a campanha adotada pelos presidentes das duas Casas do Congresso prevê que eles devem unir esforços para divulgar a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180, e as informações sobre legislação para o enfrentamento da violência contra as mulheres. A campanha também recebeu o apoio de 11 empresas que vão desenvolver ações para sensibilizar e ampliar o conhecimento do público sobre os direitos das mulheres.

Fonte e texto: Ag. Brasil 

Câmara aprova cota para negros em concurso público do governo federal

Câmara dos Deputados aprova projeto que reserva aos negros 20% das vagas em concurso público do governo federal Foto: Ailton de Freitas / Agência O GloboO plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira projeto de lei de autoria do governo que reserva 20% das vagas de concursos públicos da administração federal para negros, foram 314 votos a favor ,36 contra e 6 abstenções. Os deputados rejeitaram, no entanto, duas emendas aprovadas mais cedo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que elevavam esse percentual para 30%. Outra emenda rejeitada estabelecia reserva de vagas para pretos e pardos também nas nomeações para cargos de confiança federais — os chamados cargos de Direção e Assessoramento Superiores conhecidos pela sigla DAS. 
Agora o texto agora será submetido à votação no Senado.
o Presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em ato de celebração do resultado,   cedeu a cadeira para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que congratulou o apoio dos e das  deputadas e  da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. 
Três deputados votaram contra: Marcos Rogério (PDT-RO), Marcelo Almeida (PMDB-PR) e Alexandre Leite (DEM-SP). Como a proposta já tinha recebido o aval de outras duas comissões — de Direitos Humanos e Trabalho —, ela seguiu ontem mesmo para o plenário. 

De acordo com projeto  as cotas serão aplicadas durante dez anos, em concursos que ofereçam pelo menos três vagas. 
A redação encaminhada pelo governo, no entanto, permite a adoção de mecanismos de controle para evitar fraudes. “Na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público”, diz o texto, sem especificar como seria feito o controle.
O projeto foi enviado à Câmara em novembro, em regime de urgência constitucional. Ontem, a CCJ limitou-se a aprovar a constitucionalidade da proposta, bem como de cinco emendas, sem análise de mérito. Nem todas as emendas foram acatadas pelas Comissões de Trabalho e Direitos Humanos. As emendas mais polêmicas acabaram sendo rejeitadas pelo plenário à noite.

De acordo com o governo, 30% dos servidores federais declaram-se como pretos ou pardos, ainda que esses dois segmentos representem 50,74% dos brasileiros. A estimativa considerou os dados de 82% do total de 519 mil servidores federais e foi incluída na mensagem elaborada pela secretária-executiva do Ministério do Planejamento, Eva Chiavon, e pela ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Fonte e foto : O GLOBO

segunda-feira, 24 de março de 2014

SABEDORIA

por Mônica Aguiar

Eu hoje vistoriando matérias nas páginas do Face, encontrei um perfil . Em primeira mão achei que era apenas mais um dos milhões de perfis, com informações sobre alimentos, suas funções associadas  ao emagrecimento. Costumeiramente eu leio os conteúdos  assinados  por  mulheres, e  ao ler,  fiquei maravilhada com tantas informações. Resolvi então  reproduzir algumas  que é pura  fonte de sabedoria  e ancestralidade:

CHUCHU

Família - Cucurbitaceae
Elementos – Ar / Feminino
Orisás – Yemanja e Oxum
Fonte de mineral como ferro, magnésio, potássio, fósforo e cálcio. 
Contem vitaminas A, B e C.
Diurético mineralizante indicado para problemas renais e da bexiga.
O chá das folhas ou cascas combate a hipertensão.
Têm quantidades consideráveis de Niacina, uma das vitaminas do Complexo B, que promove o crescimento, contribui para a saúde da pele e estimula o apetite.




SALSA

Família: Apiaceae
Orixás: Oxum e Exu
Elementos: Água / Feminino
Vitaminas A, C e K. Rica em sais minerais como o ferro. É contra indicada para gestantes.
Usos Tradicionais: amenorréia, anemia, artrite, asma, cálculos biliares, câncer, ciática, cistite, contusões, convalescença, deslocamentos, dismenorréia, dor de dente, edema, edema pulmonar, fadiga no olho, febre, flatulência, gonorréia, gota, halitose, hipertensão, icterícia, inflamação renal, lumbago, malária, pedras no rim, pele seca, reumatismo, sífilis.
Propriedades Medicinais: afrodisíaco, anti-helmíntico, antioxidante, anti-reumático, anti-séptico, antiespasmódico, carminativo, diurético, emenagogo, expectorante, laxante, nutritivo, sedativo.
O alto teor de clorofila da Salsinha facilita na utilização de oxigênio. O óleo volátil da Salsa auxilia no aumento da circulação na área tônico digestivo.


ROMÃ

Nome científico: Punica granatum
Orixás: Xangô e Ogun
Elementos: Fogo / Masculino
Empregada em problemas gastrointestinais e urinários, febre, cólicas, anginas e 
O chá em gargarejo combate as inflamações da garganta e afecções bucais.
O xarope feito com o do suco do fruto é indicado contra amigdalites, afecções das vias urinárias, gastrites, cólicas intestinais e hemorróidas.




MANGA
Nome científico: Mangifera indica L, Anacardiaceae
Orixás: Ogun e Iroko
Elementos: Terra/Masculino

Vitamina A, B1, B2, B5 e C.
Cálcio, sódio, potássio, ferro, fósforo.
Afecções respiratórias, distúrbios do estômago e rins, anemia e carência de vitamina C.
Terapeuticamente as folhas combatem a bronquite asmática, estomatite, gengivite e contusões. O chá do lenho da árvore serve para debelar leucorréia e diarréia. O fruto é rico em caroteno; todavia, é contra-indicado para pessoas com problemas renais. As folhas e os frutos, quando arrancados, liberam um líquido que, em algumas pessoas, provoca urticária, sendo combatida com a infusão das próprias folhas.

QUIABO
Nome científico: Hibiscus esculentus L.


Orixás: Xangô, Oiá, Iemanjá, Oxossi, Oxumaré, Ibeije


Elementos: Fogo / Masculino
Vitaminas A, B C.
É reserva de cobre e ferro; rico em fibras.
Os frutos, folhas e flores são indicados contra bronquites, pneumonias e tuberculose pulmonar. É laxante e regulador das funções intestinais.
Sua baba auxilia no tratamento de diabetes.
Só deve ser comido bem tenro, e as sementes são a maior fonte de proteínas.
Pode ser plantado em vasos e gosta de muito sol.







LIMÃO


Gênero: Citrus
Família: Rutaceae
Orixás: Orumilá e Ossaim
Elementos: Terra / Feminino
Vitamina A, B1, B2, B5, C.
Potássio, cálcio, fósforo, sódio, ferro.
Combate reumatismo, afecções do fígado, retempera energia e reforça as defesas do organismo. 
Terapeuticamente, o limão é usado em todo mundo com diversas finalidades. É indicado com mais freqüência para combater resfriados, gripes, e suprir a falta de vitamina C do organismo.
Limonada com hortelã
Suco de um limão, folhas de hortelã e água gelada.
Bater no liquidificador, deixar tomar gosto, coar e servir.


Foto: AGRIÃO
Nome científico: Nasturtium officinale R.Br
Orixá: Iemanjá
Elementos: Água / Feminino
Vitaminas A, B, C, D e E.
Rico em ferro, enxofre, potássio, cálcio, sódio, cloro, magnésio, fósforo.
Purificador do sangue, excelente expectorante, com larga utilidade nos casos de gripes e afecções pulmonares; é diurético, estimulante, digestivo e vermífugo.
Alivia reumatismo, ácido úrico, escorbuto e bócio.
Os brotos são tônicos para o coração e cérebro. De preferência, ingerir cru.
Os fumantes devem fazer uso uma vez por semana para a desintoxicação do organismo.
Acredita-se que, usada em excesso, pode provocar irritações no estômago e cistite.

Adquira vida, peça seu combo já!

Alexandre Nascimento
AGRIÃO


Nome científico: Nasturtium officinale R.Br
Orixá: Iemanjá
Elementos: Água / Feminino
Vitaminas A, B, C, D e E.
Rico em ferro, enxofre, potássio, cálcio, sódio, cloro, magnésio, fósforo.
Purificador do sangue, excelente expectorante, com larga utilidade nos casos de gripes e afecções pulmonares; é diurético, estimulante, digestivo e vermífugo.
Alivia reumatismo, ácido úrico, escorbuto e bócio.
Os brotos são tônicos para o coração e cérebro. De preferência, ingerir cru.
Os fumantes devem fazer uso uma vez por semana para a desintoxicação do organismo.
Acredita-se que, usada em excesso, pode provocar irritações no estômago e cistite.




MANDIOCA

Gênero: Manihot
Elementos: Fogo/masculino
Orisás: Exu e Xangô 
Vitaminas A, B, C
Cálcio, ferro, fósforo.
É amplamente empregada na culinária, seja em forma de farinha, que é a base de farofas e pirões, ou na forma de polvilho.
Na medicina popular, é comum a aplicação de cataplasma com farinha de mandioca para ajudar no processo de maturação de furúnculos em abcessos, artrite e reumatismo. Em casos de engasgos produzidos por espinhas de peixe ou pequenos ossos, para facilitar o deslocamento costuma-se dar a farinha de mandioca. 
Indicada para convalescentes e desnutridos.




BATATA DOCE


Nome científico: Ipomoea batatas
Orixás: Iemanjá, Ogun e Oxumaré
Elementos: Água / Feminino
Vitamina A, B, C.
Alto teor de ferro, sódio, cálcio, silício, cloro. Tem menos potássio que a batata inglesa.
É emoliente, antiinflamatória e antianêmica.
As folhas também são ricas em vitaminas A, B, C e ferro.
As folhas são emolientes e seu cozimento serve para tumores e inflamações, sobretudo da boca e da garganta, aplicando-se em gargarejos.


Fonte :Combos Orgânicos  



Curta Histórias 2014

domingo, 23 de março de 2014

Cartilha debate importância de mais espaço para a mulher na política

Foi lançada  no Congresso Nacional, uma cartilha que aborda a importância da participação de mais mulheres nos espaços de discussão política. A cartilha Mais Mulheres na Política tem por objetivo conscientizar a população, e principalmente os políticos, sobre a abertura de espaços para que as mulheres ocupem as cotas dos partidos e assumam seus mandatos.
"Nós queremos que os espaços nos partidos políticos sejam ampliados. Que as mulheres possam ocupar espaços de poder nas executivas dos partidos políticos. Nós queremos que a estrutura dos partidos políticos favoreça as mulheres em questões como horários de reunião, até creche em convenções partidárias para que as mulheres possam participar", disse a coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).

Segunda a publicação, há um "grave problema de sub-representação feminina" nos espaços políticos, que precisa ser modificado. Para tanto, diz o texto, é necessária uma reforma política que "leve em conta políticas afirmativas e regras mais eficientes", para garantir "condições efetivas de sucesso para as candidaturas femininas".

Por lei, desde 2010 os partidos políticos são obrigado a preencherem 30% das vagas com candidaturas femininas. Mesmo assim, dos 81 senadores, apenas oito são mulheres, e dos 513 deputados só 44 são do sexo feminino.

A cartilha é uma iniciativa conjunta do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e da bancada feminina no Congresso Nacional.

Apesar de sanções previstas em lei contra o racismo, a regra é a impunidade


Em um país com mais de 50% da população formada por pretos e pardos, o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, comemorado hoje em todo o mundo, poderia ser uma data inócua. No Brasil, porém, os dados mostram que a nação pacata, supostamente orgulhosa da própria miscigenação, não passa de um estereótipo. A cada dois dias, um relato de racismo com indícios suficientes para se transformar em denúncia é registrado na ouvidoria do governo federal, administrada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Nas delegacias do Distrito Federal, a média diária de boletins de ocorrência chegou a 1,3 neste ano. O número total de queixas subiu 40% entre 2012 e 2013 — saindo de 310 para 434. A despeito do aumento das notificações, a punição dos agressores ainda é difícil e, quando ocorre, termina em prestação de serviços à comunidade. Limitações legais e racismo nas próprias instituições fazem parte do roteiro da impunidade. 

Um característica da lei é que tanto o crime de racismo quanto o de injúria racial preveem pena de 1 a 3 anos (veja O que diz a lei). “Condenados primários a penas inferiores a 4 anos não ficam presos. Cumprem a pena em regime aberto, o que, na prática, é ficar em casa, com restrições de locomoção e a obrigação de se apresentar periodicamente”, explica Thiago Pierobom, promotor de Justiça do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do DF e dos Territórios (MPDFT). Devido à impossibilidade da restrição de liberdade, mesmo se houver condenação ao fim do processo, juízes relaxam a prisão dos agressores, ainda que feitas em flagrante. O número de gente que passa pouco tempo atrás das grades por práticas racistas é tão pequeno que nem aparece nas estatísticas oficiais do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

A cobradora de ônibus Claudinei Gomes, 33 anos, não se deixou abater pelas dificuldades que enfrentou para registrar um boletim de ocorrência sobre xingamentos que recebeu enquanto trabalhava, há menos de um mês, no Distrito Federal. Ela foi chamada de negra ordinária e preta safada por uma passageira. Sem saber nem o nome da agressora, Claudinei sabe que o crime ficará impune. “Entendo que não há o que fazer. Mas tenho certeza de que ela soube que eu registrei, pois o caso teve repercussão. Tenho certeza de que ela vai pensar duas vezes antes de xingar alguém por causa da cor da pele. Serviu para alguma coisa”, afirma. 

Denúncia via telefone 

Em um ano de existência, o canal de denúncias da Secretaria de Igualdade Racial do DF (Sepir-DF) contabiliza 130 notificações formalizadas e encaminhadas às autoridades competentes, entre cerca de 10 mil ligações recebidas, muitas para pedir informações. Nenhum dos casos encaminhados pela pasta se tornou condenação. A maioria ainda está sob apuração dos órgãos acionados. Para denunciar, basta ligar 156, opção 7. 

Fontes: Correios Brasilienses / CEERT

Campinas terá Fórum para fomentar ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas

Campinas terá um Fórum Permanente de Educação e Diversidade das Relações Étnico-Raciais. O principal objetivo do Fórum será propor, orientar e gerir ações para o ensino da história e da cultura africanas e afro-brasileiras em todas as escolas de ensino fundamental e médio da cidade. Estes ensinamentos estão previstos na Lei Federal 10.639/ 2003 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), mas ainda não são cumpridos plenamente em Campinas e na maioria das cidades do País. O Fórum também deverá promover o diálogo sobre racismo e cultura africana.

A posse do Colegiado (composto por 14 membros) aconteceu nesta sexta (21 de março), Dia Internacional de Luta Pela Eliminação da Discriminação Racial,  no Plenarinho da Câmara Municipal. O Colegiado terá representantes da Prefeitura (6), da Câmara Municipal de Campinas, do Movimento Negro, de entidades sindicais e das universidades PUC-Campinas, Unicamp e Unisal. A criação do Fórum é uma das ações resultantes da campanha de combate ao racismo É Racismo. Não é Um Mal Entendido!, lançada pelo mandato do vereador Carlão do PT em parceria com grupos e militantes do Movimento Negro de Campinas, no início de 2013.

Carlão explica que este Fórum já existe em várias outras cidades e que a eleição dos membros será a cada 2 anos. “A execução das ações propostas pelo Fórum será de responsabilidade da Prefeitura, mas deverão envolver também as escolas estaduais e particulares”, explica ele. O vereador acredita que o ensino da história e cultura africana para as crianças e adolescentes é a contribuição mais importante para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial.


Fonte: Cor da Cultura

quarta-feira, 19 de março de 2014

Festival de Mulheres Negras " Latinidades 2014"




Foto: Shirley Campbell Barr
 
Indiscutível e orgulhosamente negras, damos a notícia de que o Festival Latinidades 2014 terá a honra de contar com a riquíssima presença da poetisa e antropóloga Shirley Campbell Barr. Nascida na Costa Rica, ela vem de uma família de mulheres combativas e figura entre os grandes nomes da literatura feminina negra da diáspora. Sua poética, centrada na figura da mulher negra, incorpora o repertório das múltiplas formas de resistências afro-diaspóricas. Autoestima, resiliência, altivez e identidade são noções facilmente acessadas em seus poemas publicados nos livros Naciendo (1988), Rotundamente negra (1994) e Desde el principio fue la mezcla (2007). No dia 23 de julho, teremos, pois, a oportunidade de dialogar com as histórias dessa Griô da Diáspora Negra, que nos ajuda a ampliar nossos horizontes para além dos limites impostos pelas fronteiras nacionais. #latinidades2014 #festivallatinidades #griôsdasdiásporanegra #shirleycampbell #venhamtodas 






O Festival Latinidades 2014, contará com a riquíssima presença da poetisa e antropóloga Shirley Campbell Barr. Nascida na Costa Rica, ela vem de uma família de mulheres combativas e figura entre os grandes nomes da literatura feminina negra da diáspora.
 Sua poética, centrada na figura da mulher negra, incorpora o repertório das múltiplas formas de resistências afro-diaspóricas. Autoestima, resiliência, altivez e identidade são noções facilmente acessadas em seus poemas publicados nos livros Naciendo (1988), Rotundamente negra (1994) e Desde el principio fue la mezcla (2007). No dia 23 de julho, teremos, pois, a oportunidade de dialogar com as histórias dessa Griô da Diáspora Negra, que nos ajuda a ampliar nossos horizontes para além dos limites impostos
 pelas fronteiras nacionais.


Criado em 2008. anualmente o projeto aborda temáticas que se desdobram em oficinas e mesas de debate com especialistas de todo o país, bem como convidadas/os internacionais. O resultado das experiências e falas dessas/es especialistas resultam em uma publicação-referência, disponível para download gratuito no espaço Afrodigital.
A primeira atividade aconteceu na Casa Roxa, sede da Associação Lésbica Feminista Corturno de Vênus, na Região Administrativa do Guará, Distrito Federal.

Em 2009 foi realizado evento sob o tema Mulheres Negras na Comunicação, no Sindicato dos Urbanitários do Brasil e na Praça Zumbi dos Palmares.

Em 2010, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, foi realizado na Esplanada dos Ministérios, no formato de três dias de seminários e um de apresentações artísticas, sob o tema Censo, o qual deu origem à publicação Latinidades – Censo e Políticas públicas para as Mulheres Negras. A programação agregou desfile de moda baseado nas vestimentas de santo, feira de afro-negócios, seminários e debates.

O tema do festival no ano de 2011 foi Mulheres Negras no Mercado de Trabalho e também esteve inserido no contexto da programação da II Conferência do Desenvolvimento – CODE, promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada – Ipea.

Em 2012 o tema foi Juventude Negra, quando se reuniu, em uma semana, cinquenta mil pessoas, dez shows, três performances teatrais, cinco lançamentos literários, dois dias de Feira Preta com vinte stands de cinco estados brasileiros e, ao final, a organização da publicação com o mesmo tema.

2013

Arte e Cultura Negra – Memória Afro-descendente e Políticas Públicas foi o tema que movimentou debates, palestras, recitais e lançamentos literários e agregou, mais uma vez, cinquenta mil pessoas. A participação internacional se intensificou, com a participação de representantes de Cuba, Colômbia, Nigéria, Zimbabwe, África do Sul, Estados Unidos, Congo, Holanda, Nicaragua e Inglaterra.

Levantamento inédito mostra o conflito entre o que os espectadores veem e o que gostariam de ver nas publicidades exibidas na televisão

Pesquisa Representações das mulheres nas propagandas na TV (2013) 

Realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão, a pesquisa Representações das mulheres nas propagandas na TV revela que 56% dos entrevistados, homens e mulheres, consideram que as propagandas na TV não mostram as brasileiras reais.
Para 65% o padrão de beleza nas propagandas está muito distante da realidade das brasileiras e 60% consideram que as mulheres ficam frustradas quando não se veem neste padrão. Na percepção da sociedade, as mulheres nas propagandas são majoritariamente jovens, brancas, magras e loiras, têm cabelos lisos e são de classe alta.
Por outro lado, a maior parte dos entrevistados deseja que a diversidade da população feminina brasileira esteja mais representada: 51% gostariam de ver mais mulheres negras e 64% gostariam de mais mulheres de classe popular nas propagandas.
 80% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres brancas; e 51% gostariam de ver mais mulheres negras  **
83% veem as mulheres reais como sendo em sua maioria de classe popular, mas 73% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres de classe alta
**
73% veem mais loiras do que morenas nas propagandas na TV, mas 67% gostariam de ver mais morenas
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83% veem mais mulheres com cabelos lisos nas propagandas na TV, mas maioria gostaria de ver mais mulheres com cabelos crespos/cacheados
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87% veem mais mulheres magras nas propagandas na TV; 43% gostariam de ver mais mulheres gordas
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 78% veem mais mulheres jovens nas propagandas na TV, mas maioria gostaria de ver mais mulheres maduras 

A pesquisa Data Popular/Instituto Patrícia Galvão revela ainda que 84% concordam que o corpo da mulher é usado para promover a venda de produtos nas propagandas na TV; e 58% avaliam que as propagandas mostram a mulher como objeto sexual.
Além disso, 70% defendem punição aos responsáveis por propagandas que mostram as mulheres de modo ofensivo.
Especialistas veem demanda por propagandas mais atualizadas
Segundo avaliação da diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, a pesquisa revela que a percepção dos entrevistados, mulheres e homens, é clara: a propaganda veicula modelos ultrapassados. “A irrealidade da representação da mulher é percebida pela absoluta maioria e há uma clara expectativa de mudança. Aqui se revela um paradoxo: se pensarmos a partir da lógica de mercado, pode-se dizer que anunciantes e publicitários, em razão de uma visão arcaica do lugar da mulher na sociedade e de um padrão antigo de beleza, não estão falando com potenciais consumidoras”, aponta.
“Nós, mulheres negras, somos invisíveis para a mídia, que não enxerga que tomamos banho, usamos xampu, comemos margarina, fazemos serviços domésticos, e, em particular, somos pessoas com poder aquisitivo”, exemplifica Mara Vidal, vice-diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão. Para ela, existe aí “um racismo manifesto com relação à nossa capacidade, às nossas qualidades e ao nosso poder de compra”, pontua.
Para o diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, o principal mérito da pesquisa é mostrar como as empresas perdem dinheiro com a representação distante da realidade, uma vez que as mulheres movimentam hoje, no Brasil, um mercado consumidor de R$ 1,1 trilhão por ano e determinam 85% do consumo das famílias, segundo dados do próprio instituto. “Não estamos falando de um nicho consumidor, mas do principal mercado consumidor brasileiro. Então, há uma miopia do ponto de vista de oportunidades de negócios”, considera.
Sobre a pesquisa
Para a pesquisa Representações das mulheres nas propagandas na TV, encomendada ao Data Popular pelo Instituto Patrícia Galvão, foram realizadas 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país, entre os dias 10 e 18 de maio deste ano.


Fonte: Ag. Pat. Galvão

Cem milhões de mulheres jovens são incapazes de ler

Segundo pesquisa feita entre 2013 e 2014, 175 milhões de meninos e meninas de países em desenvolvimento não leem uma só frase; desse total, 61% são mulheres.

 Cerca de 175 milhões de jovens de países de média e baixa renda são incapazes de ler uma só linha - e a maior parte deles, 100 milhões, é mulher. O dado foi divulgado nesta segunda-feira, 10, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para chamar a atenção para a necessidade de colocar a igualdade de gênero no centro da nova agenda mundial de desenvolvimento.A Unesco reforçou o "grave desequilíbrio entre os gêneros" que sofre a educação em escala mundial. Segundo dados de 2011, apenas 60% dos países alcançaram a paridade no ensino primário (chamado de fundamental no Brasil) e 30% no caso do ensino secundário (ensino médio). Essas porcentagens se reduzem a 20% e 10%, respectivamente, no caso dos países de baixa renda. De acordo com a Unesco, as meninas dos países árabes são as que se encontram em pior situação, seguidas pelas da Ásia Meridional e Ocidental e da África Subsaariana. "Com as tendências atuais, a previsão é que apenas 70% dos países alcançarão a paridade no ensino primário em 2015 e apenas 56% conseguirá no segundo ciclo", informou a organização, em comunicado. "É simplesmente intolerável que as meninas fiquem para trás. Para as meninas pobres, a educação é uma das vias mais poderosas em direção a um futuro melhor, que as ajudará a escapar do círculo vicioso da pobreza", afirmou em nota a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova. 

 

Fonte: Estadão 

No rastro da pantera: a democracia da abolição e o black feminism de Angela Davis

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2012, durante o Fórum Internacional 20 de Novembro realizado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), tive a oportunidade de ouvir uma palestra de Angela Yvonne Davis.
Estava diante da professora universitária e ativista política que integrou a lista das dez pessoas mais procuradas pela Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI), considerada inimiga do Estado sob falsas acusações. Feminista, socialista e militante contra a discriminação racial, integrou o Partido Pantera Negra para Autodefesa (Black Panther Party for Self-Defense) fundado em 1966 e derrocado nos anos 1980 após anos de repressão da polícia estadunidense. A partir de sua experiência como prisioneira política, Davis dedica-se à luta antiprisional e chama atenção para o caráter racial da expansão do complexo carcerário nos EUA. Para ela, há uma conexão entre as políticas de controle populacional e as políticas de aprisionamento.
Como no Brasil, a população carcerária naquele país é predominantemente negra. Enquanto nas prisões brasileiras 60% das(os) detentas(os) são negras(os), nas prisões norte-americanas representam cerca de metade da população carcerária, considerando-se que apenas 13% da população estadunidense é composta por afro-americanas(os). No período imediatamente posterior à abolição, novas instituições foram criadas para incorporar as(os) negras(os) dentro da ordem social, através do aparato jurídico e do controle dos corpos pelo poder do Estado. A democracia da abolição, expressão utilizada por Du Bois, não poderá ser alcançada pelo segmento negro da população, enquanto esse não dispor de meios econômicos para sua subsistência.

A naturalização da criminalidade da população negra esconde o racismo impregnado nas relações sociais e nas instituições políticas, o qual funciona como impeditivo da sua mobilidade social. O sistema penal, tanto brasileiro quanto norte-americano, tem por intuito controlar indivíduos considerados “indesejáveis”, ao mesmo tempo que garante a manutenção das assimetrias raciais.

É a partir dessa perspectiva que Davis realiza seu trabalho com mulheres negras encarceradas. Para ela, os cortes da previdência social norte-americana atingem diretamente mulheres negras e pobres consideradas “reprodutoras” da criminalidade. A imagem construída por esse discurso nos EUA mobilizou a substituição de políticas sociais por políticas de controle da natalidade impostas a esse contingente da população. No Brasil, em que pese as diferenças históricas e o contexto político, a criminalização das(os) negras(os) desde o ventre de suas mães não é uma realidade distante. Apreciações sobre controle da natalidade pautam os discursos de alguns governantes como o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Para ele, a quantidade de gravidezes de mulheres moradoras das favelas tem relação direta com o aumento da criminalidade: “Isso é uma fábrica de produzir marginal. O Estado não dá conta”.

Não é preciso esforço para entender que se trata, em sua maioria, de mulheres negras. Davis lembra que, nos anos 1970, as reinvindicações pelo direito ao aborto legal e acessível para todas as mulheres geraram inúmeros debates na opinião pública estadunidense. Esse direito consistia um pré-requisito fundamental para a emancipação de mulheres das diferentes classes e pertencimento raciais. No entanto, o movimento de controle da natalidade não refletia os reais interesses das mulheres da classe trabalhadora, além de partir de premissas claramente racistas. A distância que se acendeu entre feministas negras e brancas durante a campanha pelo direito ao aborto, deveu-se pela incapacidade desse movimento de compreender suas demandas em relação à reprodução. Para as mulheres negras, o controle da natalidade pela esterilização tinha a ver com o genocídio da população negra e não com a emancipação das mulheres.

Em situação semelhante, as organizações de mulheres negras brasileiras empreenderam, nos anos 1990, a luta contra a esterilização em massa que, sem dúvida, reproduziu os valores eugenistas que pautaram as políticas de saúde pública no século XIX. O controle da reprodução das mulheres pobres à sua revelia estava afinado com o discurso neoliberal. Acreditava-se que a esterilização era uma alternativa plausível para a contenção da pobreza, como se ter menos filhas(os) gerasse automaticamente melhores condições de vida para a população. O direito à equidade racial nas políticas de saúde reprodutiva de mulheres negras constitui uma bandeira do feminismo negro que não pode ter abandonada a perspectiva de classe. O que Davis nos alerta é que mulheres racializadas mais desfavorecidas (negras, indígenas e “chicanas”) da América do Norte têm sido forçadas a optar pela infertilidade definitiva, dado que as circunstâncias econômicas a que estão submetidas as têm obrigado a renunciar ao próprio direito à reprodução.

Não é esse o modelo de direitos sexuais e reprodutivos que queremos. Se no período colonial as mulheres negras raramente podiam criar suas/seus filhas(os) pelas circunstâncias da escravidão, na contemporaneidade ainda padecemos do racismo institucional que reduz e precariza o acesso aos serviços públicos de saúde, levando ao alto índice de violência obstétrica e mortalidade materna. Nas palavras de Angela Davis, o racismo que vivemos hoje é muito mais perigoso, pois está impregnado nas estruturas sociais, políticas e econômicas: o controle da vida e da morte pelo exercício de poder do Estado encontra legitimidade na hierarquização dos agrupamentos raciais. Portanto, o racismo incrustado nas políticas de controle da reprodução e nas políticas do sistema prisional necessita ser denunciado e debatido exaustivamente em toda sua complexidade, para que se constituam estratégias de enfrentamento.
Seguimos no rastro da pantera na construção de um projeto de emancipação coletiva cada vez mais atento às condições materiais de reprodução das relações de poder. Somente assim, nós mulheres negras poderemos vislumbrar a verdadeira abolição. 

Fontes : Blogueiras Negras / CEERT

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