quarta-feira, 31 de maio de 2017

Canal de TV voltado para mulheres é lançado no Afeganistão

Zan TV é a primeira emissora do país
 focada no público feminino

O Afeganistão deu um importante passo na luta por igualdade de gênero, lançando  o primeiro canal de televisão exclusivamente voltado para o empoderamento feminino no país: a Zan TV (‘TV Mulher’, em tradução livre).

Na emissora, todas as produtoras, executivas e apresentadoras são mulheres. Ao todo, são mais de 50 profissionais envolvidas no projeto.
A iniciativa é experimental e tem baixo orçamento. Assim, muitas das envolvidas são estudantes de comunicação que buscam sua primeira experiência no mercado.
Nós enfrentamos muitos desafios, uma vez que somos um canal de TV dedicado a mulheres e vivemos em uma sociedade dominada por homens, onde se dá menos atenção aos nossos direitos”, afirmou a apresentadora Shamela Rasooli à Reuters.
"Assim, nosso canal foi criado para que possamos lutar por direitos e levar nossas vozes a todos”, completou.

O regime Talibã, que dominou o Afeganistão nos anos 1990, manteve por muito tempo as mulheres fora da escola e programas jornalísticos foram tirados do ar. Assim, muitas delas não tem conhecimento específico sobre edição e técnicas digitais.
Um grupo de 16 homens trabalham fora das câmeras oferecendo treinamento na criação de gráficos, operação de câmera e edição de vídeos.
As instalações do canal receberam nesta quinta-feira, 25, a visita de um oficial das Nações Unidas. “O enviado da ONU, Tadamichi Yamamoto, visitou nosso estúdio em Cabul para incentivar as mulheres afegãs a contribuir com o panorama de mídia no país”, publicou a página oficial da emissora.

Fonte:estadão   /  Foto: Hedayatullah Amid/EFE

terça-feira, 30 de maio de 2017

Estilista Rose Palhares aponta investimento na educação cultural

Luanda- A estilista angolana Rose Palhares expôs a necessidade de se apostar fortemente na educação cultural como forma de se incentivar o consumo de bens culturais nacionais e potenciar a produção dos criadores angolanos.

Em entrevista à Angop depois de ter participado no Festival de Cannes, Rose Palhares afirma que o produto dos criadores angolanos tem qualidade para impor-se nos mercados internacionais.

A criadora avança, no entanto, para a necessidade de se investir na produção de matéria-prima no país para permitir com que os artistas, particularmente os estilistas, consiga obter os tecidos sem constrangimentos e a preços acessíveis e no final colocar ao dispor do público consumidor produtos também a preços acessíveis.

No que toca a sua participação no Festival de Cannes, onde teve a oportunidade de mostrar as suas criações, Rose Palhares adiantou ter sido uma grande vitrine com  grande responsabilidade.

“Sinto uma enorme responsabilidade por ter chegado até aqui e por ser a primeira estilista angolana a faze-lo. É um orgulho que não cabe em mim e ao mesmo tempo sinto uma enorme responsabilidade, que estou decidida a assumir. Conheci imensa gente da indústria, desde fotógrafos a modelos, tive a oportunidade de vestir mulheres fantásticas e claro deixei a minha marca por onde passei. Definitivamente, este foi um dos degraus mais importantes para a minha internacionalização”, reforçou a estilista.

Rose Palhares, formada em Design de Moda no Brasil, venceu em 2013 o prémio Criadora do Ano do Moda Luanda e foi distinguida Estilista Internacional do ano no Angola Fashion Week 2015, entre outras premiações.

A sua colecção apresentada no Moda Lisboa “Kiss from Rose”, em 2016, recebeu elogios da imprensa portuguesa e internacional, tendo sido considerada uma das designers africanas emergentes a seguir pela Vogue Itália.

Em Outubro de 2016, a ELLE South Africa apresentou Rose Palhares como uma das 5 designers angolanas a ter atenção nos próximos anos.

A estilista tem ainda no seu currículo os prémios "Melhor Traje Típico da Miss Cultura & Paz Angola", no México 2014, e “Estilista Internacional do Ano 2015 pelo Angola Fashion Week.
Rose Palhares foi homenageada pelo grupo Grupo da Mulher Africana como uma “Mulher de Mérito”, pela sua contribuição no crescimento do sector no país.

Participou no Moda Lisboa 16, edição Kiss, Moda Luanda 16, edição Think  Fashion e mais recentemente, no final do mês de Abril, esteve presente no L’Afrique C’est Chic, em Genebra, Suíça. 

Fonte:ANGOP
Fotos Intenet

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mulheres Negras Debatem Igualdade Racial e Empoderamento Feminino

As convidadas para  ‘Conversa com Bial’ desta terça-feira, 23 de maio, foram cinco mulheres negras que realizaram o debate pela igualdade racial e empoderamento da mulher, no rap à política internacional: Karol Conka, Alexandra Loras, Yasmin Thayná, Eliane Dias e MC Soffia. 
No palco,  mostraram muito orgulho pela cor da pele e provaram que,  o povo negro as mulheres negras estão muito longe de exaltar  as conquistas contra o racismo e suas expressões existentes, faltando muito a ser alcançado e reparado.

Ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra se licenciou do cargo ao decidir ficar na capital paulista.
Além de palestras sobre discriminação racial, seus projetos incluem um novo livro, que discorre acerca de grandes inventores negros — como John Gorrie, o criador da geladeira, e Garrett Morgan, que concebeu o semáforo.

"Muitos negros não entram na história como tal", afirma ela. Quanto à comparação entre o Brasil e seu país de origem, Alexandra é categórica: "São Paulo é a cidade mais negra do mundo em números absolutos. Quando cheguei aqui, achei que ia encontrar os ‘54% de negros’ na liderança. Mas não", conta. "Eu acredito que o Brasil seria primeira potência mundial se entendesse a importância dos negros", defende. 

Karol Conka é um exemplo da mudança do mercado do consumo, que tem se adequado às transformações sociais. Depois de cantar um de seus sucessos, a rapper comenta o fato de ter estampado cada vez mais seu nome e seu rosto em campanhas publicitárias.
Segundo ela, a representatividade no meio midiático é um fator importante, pois diz aos negros que eles não estão sozinhos. A partir disso, Karol discorre sobre suas referências em artistas negras, anteriormente raras no Brasil.

"Era Missy Elliot, Destiny Child. Eu tinha que ver as de fora do país", comenta. Pensando na representatividade negra no cinema, surge a plataforma ‘Afroflix’.

Sua criadora, a estudante de audiovisual Yasmin Thayná, dividiu o sofá com as outras convidadas e contou sobre sua contribuição ao tema.

"A ideia da Afroflix é disponibilizar qualquer conteúdo audiovisual que tenha pelo menos uma pessoa negra. Hoje, temos mais de 300 inscritos", explica.

 Além de cotas raciais, feminismo e violência na internet, entrou na pauta também a transição capilar de mulheres, que deixam de alisar artificialmente o cabelo para assumi-lo naturalmente.
A coordenadora do ‘SOS Racismo’ na Assembleia Legislativa de São Paulo e empresária dos Racionais MC’s, Eliane Dias, falou sobre seu trabalho na periferia, com o resgate da autoestima de jovens negras. 

A rapper mirim MC Soffia também mostra a importância do tema ao versar "Menina pretinha". Aos 12 anos, a estrela mirim da abertura das Olimpíadas 2016 diz que suas músicas têm missão social.

"Eu me inspiro em todas as mulheres que estão aqui", declara.

Fonte:Bonde/Observatório da Televisão/gshow/

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Rihanna e Lupita Nyong’o são as estrelas do novo filme

A história é incrível e é literalmente um sonho da internet se tornando realidade. 

Filme que começou como um meme no Twitter foi abraçado pela Netflix e, em breve, deverá se tornar uma maravilhosa realidade.

Rihanna e Lupita Nyong'o (Pascal Le Segretain
e in_dies_magis/Thinkstock/Getty Images)
De acordo com a EW, após uma tensa negociação durante o Festival de Cannes entre vários estúdios, o serviço de streaming levou a melhor nessa espécie de leilão e ganhou os direitos para produzir a história.
Rihanna e Lupita Nyong’o serão as protagonistas, enquanto Ava DuVernay (Selma) assume a direção e Issa Rae, da série “Insecure”, o roteiro. Sim, só garotas negras encabeçando o longa! 
E, por mais louco que possa parecer, o início de tudo foi com este tuíte abaixo – uma brincadeira com uma foto de Riri e Lupita . 
“Rihanna parece alguém que aplica golpes contra homens brancos e ricos e Lupita é a melhor amiga nerd que ajuda a planejar os golpes”.
Os usuários do Twitter ficaram tão animados com a história que foram até DuVernay e Rae pedir para elas colocarem esse conceito em prática. O que ninguém imaginava é que não só as quatro apoiariam o projeto como fariam ele se tornar realidade.
Desde então, o hype em cima do projeto só aumentou e, de acordo com fontes, o roteiro já está em produção e as filmagens devem começar em 2018.
Fonte:mdemulher

As marcas de sangue feminino nas “brincadeiras” machistas

Em tempos de golpes nos direitos sociais, numa sociedade onde mais de 500 mulheres são agredidas por hora e no país em que o presidente da república, no dia internacional das mulheres, diz que elas entendem de economia porque frequentam supermercados, a “brincadeira” de péssimo gosto de um grupo de estudantes de medicina, com pouca capacidade intelectual, poderia passar despercebida.

ivemos num país especificamente mais violento para as mulheres, onde os últimos acontecimentos refletem o caráter feminicida da sociedade brasileira. Execução da estudante negra Maria Eduarda;  se estendendo até os dias de hoje, repercutem nacionalmente os diferentes casos de machismo ocorridos na emissora mais alienante do país  e  em Aracaju, a estudante Yasmin Costa foi assassinada a facadas pelo namorado.

“Pintos nervosos”, foi assim que estes sete futuros “médicos”
se identificaram nesta postagem onde aparecem de calças arriadas
e fazendo com as mãos um gesto que remete a uma genitália feminina.
Diante deste cenário, tratar este tipo de comportamento inescrupuloso como “brincadeira” de jovens é, no mínimo, ignorar a carga de agressividade e repugnância que este ato traz. A medicina já é uma carreira majoritariamente dominada por homens brancos, assim como várias outras profissões dominadas pela elite nacional. Esta é a mesma elite branca que fica extremamente incomodada quando mulheres, principalmente negras, ocupam as cadeiras das universidades públicas deste país.
É de suma importância a formação crítica e ética de todxs xs profissionais da saúde. Especificamente na prática medica, a ética pode ser analisada sob três aspectos: a relação médicx-paciente, a relação dxs médicxs entre si e com a sociedade. Estes princípios perpassam pela equidade no tratamento aos doentes, pelo respeit
o à autonomia, sigilo e, principalmente, respeito à vida. Como confiar meu corpo e minha saúde a um profissional que rompe desde a faculdade com os princípios éticos da profissão?
Falta de respeito! Apologia ao estupro! Machismo na sua forma mais devastadora! Foi isso que vimos nas fotos divulgadas por estudantes de medicina da Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, a qual até agora apenas emitiu um comunicado informando a abertura de uma sindicância para apurar o ocorrido .
Essas fotos representam a sociedade machista em que vivemos e que (de)forma milhares de médicos no Brasil a cada ano.
A sociedade cobra uma retratação pública e a devida punição aos envolvidos neste absurdo! Eles devem voltar a cursar as disciplinas que constroem os valores éticos e morais da carreira médica.
O machismo intra-classe não é menor. Médicas (e, claro, outras profissionais da saúde) são vítimas constantes de comentários misóginos, assédios moral, psicológico e, muito comumente, sexual. Precisam se esforçar o dobro para conseguirem o respeito, o mesmo cargo e salário equivalente ao dos homens.
Sem falar do tão conhecido menosprezo, por parte de alguns médicos, às outras profissões na área da saúde.
Homens! Brancos! Médicos! Pronto! Onipotentes!
A saúde é um direito social e seus profissionais tem a responsabilidade de, além da formação técnica, serem bem formados política e criticamente. Estes futuros médicos estão mostrando que, mesmo diante de muita luta dos movimentos feministas, precisam aprender muito, precisam olhar para além de seus umbigos. A sociedade está mudando e estas pessoas não passarão. Cedo ou tarde cada uma delas sentirá a reação das que nunca trataram com naturalidade a agressão sofrida cotidianamente.
Doses altas de respeito não fazem mal a ninguém!

Postado por Pavio net  em Ciência e SociedadeDireitos HumanosFeminismo 
Grafite: Panmela Castro

Salgueiro terá como enredo do carnaval de 2018 as Matriarcas Negras

O Salgueiro anunciou o tema do carnaval de 2018. A  escola de samba já traz ,  muito em seus enredos a história africana e a influência da ancestralidade africana na cultura brasileira.

No próximo ano a escola terá em seu  enredo os ventres e sabedorias das matriarcas negras.
Salgueiro criou vários sambas-eredos para contar histórias da luta e de orgulho das influências da África: Em 1960 o Salgueiro fez um enredo sobre ‘Quilombo dos Palmares’, em 1963 sobre Xica da Silva’, em 1764 ‘Chico Rei’, em 1971 o tema foi ‘Festa para um rei negro’ , em 1992 foi ‘O Negro que virou ouro nas terras do Salgueiro’, em 2007 ‘Candaces’, e em 2016 ‘A ópera dos malandros’ e no ano de 2018 promete vir com tudo com o enredo ‘Matriarcas Negras’.

O carnaval de 2018 será a estreia do Carnavalesco Alex de Souza na Salgueiro. Em entrevista ao site Carnavalesco ele conta: “Este enredo não é meu, mas achei extremamente interessante. A ideia veio do Instituto Hoju. O Salgueiro foi a primeira escola a fazer um enredo em homenagem a uma mulher. Xica da Silva marcou a história da escola e ela ficou conhecida no país inteiro. A escola tem grandes figuras mulheres que fizeram parte de sua história”. Em sua apresentação à escola expressou toda sua paixão que tem pela Salgueiro e a alegria e dedicação que permearão seu trabalho.

Este tema precisa de muita dedicação para fazer jus à força das matriarcas negras que construíram e ainda constroem o mundo criando seus filhos sem respaldo nenhum. Elas merecem ser enredo de escola de samba e merecem ser respeitadas e reverenciadas todos os dias.

Fontes: Todosnegrossdomundo/carnavalesco/Geledes/Extra


Mulher Negra Brasileira, PhD em Harvard, Soma 56 Prêmios na Carreira

“Toda mulher dá a sua vida pelo que ela acredita”. A frase é atribuída à Joana D’Arc, a famosa heroína francesa que viveu no século XIV, mas pode muito bem ser usada para resumir a história de uma brasileira que tem o mesmo nome mais de 600 anos depois.

Joana D’Arc Félix de Souza, 53 anos, superou a falta de estrutura, a fome e o preconceito para se tornar cientista, PhD em química pela renomada Universidade de Harvard, dos Estados Unidos. Hoje, ela soma 56 prêmios na carreira, com destaque para a eleição de ‘Pesquisadora do Ano’ no Kurt Politizer de Tecnologia de 2014, concedido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim).

Desde 2008, ela também é professora da Escola Técnica Estadual (ETEC) Prof. Carmelino Corrêa Júnior, mais conhecida como Escola Agrícola de Franca, cidade do interior de São Paulo, e molda novas gerações a seguirem sua trajetória inspiradora.

 “Eu era a caçula de três irmãos, tinha certa diferença de idade, então minha mãe me levava com ela para o trabalho. Ela aproveitou que tinham jornais na casa da patroa e me ensinou a ler, para eu ficar mais quieta. Tinha quatro anos e ficava o dia todo lendo”, conta ela ao
O mesmo curtume que deu ao pai casa (a família vivia numa pequena moradia oferecida pelo patrão) e trabalho por 40 anos acabou influenciando a jovem Joana na hora de escolher uma faculdade. Contando com a ajuda de uma conhecida, ela decidiu prestar vestibular em química, pois estava acostumada a ver profissionais da área atuando no trabalho com o couro.

“Uma professora tinha um filho que fez cursinho e pedi o material para ela. Meu pai e minha mãe não tinham estudo, mas me incentivavam. Eles tinham consciência de que eu só cresceria através de estudos. Passei a estudar noite e dia até entrar na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)”, relembra a pesquisadora, que não se deixou abalar pelo preconceito que sofreu até o tão sonhado diploma.

“As cidades de interior têm aquela coisa de sobrenome: se você tem, pode ser alguém, se não tem, não pode. Sempre enfrentei preconceito. Na minha segunda escola, mesmo sendo estadual, tinha aquela coisa de classe para os ricos, classe para os pobres, com tratamentos diferentes. Em Campinas, fora da universidade, também senti um pouco. Infelizmente, o Brasil ainda é um país racista. Pode estar um pouco mais escondido, mas isso ainda existe. Mas não usei isso como obstáculo, e sim como uma arma para subir na vida”.

A vida acadêmica

Estimulada por professores a seguir na vida acadêmica e encantada pelo campo de pesquisa, Joana ainda concluiria mestrado e doutorado em Campinas – este último com apenas 24 anos. Um dos artigos da cientista saiu no Journal of American Chemical Society, e logo ela recebeu o convite para seguir os estudos nos Estados Unidos.
O pós-doutorado de Joana foi concluído na Universidade de Harvard. Um professor solicitou que ela aplicasse em seu trabalho um problema brasileiro, e ela optou pelos resíduos de curtume nas fábricas de calçados – desenvolveu a partir destas substâncias poluentes um fertilizante organomineral. Questionada sobre a condição de trabalho em solo americano e no seu país natal, a cientista aponta um fator que faz muita diferença.

“Nos Estados Unidos, eu pedia um reagente químico e em duas ou três horas conseguia. No Brasil, até eu arrumar dinheiro, fazer solicitação… Aqui tem mais burocracia. A questão de financiamento para pesquisa é bem mais rápida nos Estados Unidos”.

A brasileira ficaria mais tempo nos Estados Unidos não fosse uma tragédia familiar: sua irmã morreu aos 35 anos, vítima de parada cardíaca, mesma causa do falecimento do pai, apenas um mês depois. Joana decidiu voltar para o Brasil e cuidar da mãe e de quatro sobrinhos deixados pela irmã.

Novamente em Franca, a cientista procurou oportunidades em curtumes da cidade natal até que recebeu o convite para se tornar professora da ETEC em 2008.

“Quis desenvolver este trabalho de iniciação científica desde a educação básica, e o resultado foi excelente. Reduzimos a evasão escolar. A escola é tradicional, tem mais de 50 anos, e é agrícola. Muitos dos alunos são filhos de fazendeiros da região e não sabiam por que estudar. Muitos achavam que o ensino técnico era o fim, era o máximo que iriam conseguir. Mas, com as idas às feiras e congressos, eles começaram a pensar mais alto, em ir para a universidade, e não estudar só porque o pai manda”.

Colhendo os frutos

O trabalho com os resíduos de curtume é só um dos muitos de destaque que Joana executou nos últimos anos. Em especial, ela e sua equipe de alunos em Franca conseguiram desenvolver uma pele similar à humana a partir da derme de porcos. Isso ajudaria no abastecimento de bancos de pele especializados e de hospitais, além de baratear o custo de pesquisas, uma vez que a matéria-prima do animal é abundante e de baixo custo.

O projeto, com depoimento da cientista, está exposto até o mês de outubro no Museu do Amanhã (Rio de Janeiro). Ele é parte da mostra temporária “Inovanças – Criações à Brasileira”, que tem o intuito de revelar trabalhos inovadores de cientistas brasileiros, muitos deles desconhecidos do público.

Joana ainda comandou pesquisa que resultou na produção de um tecido ósseo feito a partir de materiais também encontrados na natureza: escamas de peixes e colágeno de curtume. Ela e alunos da ETEC vão em junho a uma feira em Oswegon, Estados Unidos, apresentar este projeto, juntamente ao da pele artificial a partir de tecido de porco.

Como resultado deste trabalho, a professora e cientista já soma 56 prêmios na carreira. Destaque para a eleição de ‘Pesquisadora do Ano’ no Kurt Politizer de Tecnologia de 2014, concedido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim), além de projetos vitoriosos em concursos do Conselho Regional de Química do Estado de São Paulo e da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece anualmente na USP (Universidade de São Paulo).

Para Joana, porém, a maior recompensa vem no dia a dia. “Alguns jovens estavam no caminho errado, mas fazendo a iniciação científica encontraram um rumo. Eles tomam gosto pela pesquisa. Muitos pais vieram me agradecer, e isso é muito gratificante dentro da escola básica”, diz ela, antes de concluir: “as armas mais poderosas que temos para vencer na vida são a educação e o estudo”.

Fontes Uol / jornalfloripa/negrasempoderadas/


terça-feira, 16 de maio de 2017

Apenas 0,8% de projetos sobre infância e adolescência chega ao final da tramitação no congresso brasileiro . Menos de 1%

Em 2016, dos 2.789 projetos apresentados por deputados e senadores no legislativo brasileiro relativos à criança e adolescência, apenas 23, ou 0,8% tiveram a tramitação concluída no legislativo.

Este  resultado do estudo esta registrado no Caderno Legislativo da Criança e do Adolescente, lançado pela Fundação Abrinq , hoje (16).

O caderno registra analise dos projetos, a morosidade na tramitação e caso fossem voltados  o impacto  na qualidade de vida das crianças e adolescentes.  

De acordo com a fundação, dos 23 projetos que tiveram a tramitação concluída, apenas 12 viraram Lei. Outros 11 foram arquivados e 2.766 ficaram parados em comissões.
O estudo, que monitorou todo o tipo de proposição legislativa: projetos de lei, PECs e emendas, também conclui que além da morosidade, o legislativo padece de falta de preparo dos nossos legisladores, já que muitos dos projetos de deputados e senadores são repetitivos ou sofrem de vício de inconstitucionalidade, como explica a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira: 

A maior parte dessas propostas ou repete obrigações já previstas em lei ou possui lacunas em sua redação, que comprometem sua execução efetiva. É comum, por exemplo, haver textos que invadem a competência dos Poderes Executivo e Judiciário. 

A situação da demora na análise das propostas voltadas para infância foi agravada, segundo a fundação, pela crise política. Em 2014 e 2015, por exemplo, de mais de mil propostas monitoradas apenas uma foi sancionada em cada um dos anos, ou seja, também menos de 1%. 

No estudo, a fundação aponta quais projetos de lei considera prioritários, e portanto apoia, quais apoia com ressalvas e quais projetos considera retrocessos. Para a fundação, um terço dos projetos não está de acordo com a defesa integral dos direitos da criança e do adolescente, alguns deles inclusive com retrocessos em relação aos direitos adquiridos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na Constituição. 

Um dos projetos que a fundação apoia, por exemplo, é projeto de lei 4.968/2016 do deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP) que propõe redução da jornada de trabalho das mães lactantes até os seis meses de vida do bebê, para que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses seja possível. Um dos projetos que a fundação é contra é a PEC 18/2011, do deputado Dilceu Sperafico (PP-PR) que permite o trabalho a partir dos 14 anos de idade. Para a fundação, o projeto fere uma cláusula pétrea da Constituição, que proíbe trabalho a menos de 16 anos.

Fontes: R7/oimparcial
Foto: Mônica Aguiar


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Senadora australiana se torna a primeira mulher a amamentar no Parlamento do país

Uma lei permitia a ação desde o ano passado, mas até então nenhuma política havia feito

A senadora Larissa Waters se tornou a primeira política a amamentar durante votação no Parlamento australiano, dando um passo importante, em defesa das mulheres que sofrem com este tipo de discriminação  em  diversos países que ainda questionam sobre a amamentação em lugares públicos.

Desde o ano passado, tanto o Senado quanto a Câmara dos Representativos (equivalente à nossa Câmara Federal) permitiram a amamentação dentro das câmaras legislativas, em decorrência da reação negativa da população após uma ministra ser aconselhada a armazenar seu leite materno para não atrapalhar seus compromissos oficiais.
Mesmo assim, nenhuma política havia feito até então. A senadora contou à BBC que seu gesto passa uma mensagem para que todas as mulheres se sintam bem-vindas no Parlamento. Além disso, ela criticou que o gesto ainda seja novidade no mundo.
Em 2016, uma deputada dividiu opiniões ao também amamentar seu filho no Parlamento espanhol. 
Já no Reino Unido, enquanto a proposta é defendida por mulheres ativistas, parte dos políticos se opõe à ideia.
Ao jornal Sky News, ela afirmou
"As mulheres estão presentes nos parlamentos em todo o mundo. É ótimo ver que isso está acontecendo no Senado [da Austrália]. As mulheres vão continuar tendo bebês e, se elas querem continuar fazendo seu trabalho, nós vamos ter que acomodar isso". 

Fontes:Estadão/Sky/BBC/publico/

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Suspeita de Fraude nas Cotas das Candidaturas de Mulheres

O Ministério Público Eleitoral está investigando as candidatas e os Partidos Políticos por suspeita de fraude para preencher a cota partidária e também os gastos de campanha dessas candidatas. 

De acordo com a investigação, 1.734 candidatas não tiveram nem o próprio voto, apontando para  indícios de fraude, como se estas mulheres tivessem sido usadas apenas para preencher as cotas de gênero.

Desde 2010, partidos devem ter, no mínimo, 30% de candidatos do sexo feminino.
Em Minas Gerais, 31 dos 35 partidos tiveram candidatas sem votos. 

Do levantamento feito aponta o partido que mais registrou candidatas com mulheres sem nenhum voto foi o PMDB, 152 casos. O advogado do PMDB, Wederson Siqueira, teve a coragem de assumiu  em rede pública que a candidatura feminina fictícia é prática comum nos partidos.

Na lista das cinco legendas com mais ocorrências estão o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB); o Partido Democrático Trabalhista (PDT); o Democratas ; e o Partido da República (PR).

Pela primeira vez no estado, a Justiça Eleitoral vai julgar ações por suspeita de fraudes nas listas de candidatos. Caso seja comprovado que estas mulheres que não tiveram votos foram inscritas apenas pra cumprir tabela, dirigentes partidários e candidatos, até os que não foram eleitos, podem ser punidos.

No estado já são 252 processos contra partidos e responsáveis por registros de candidaturas.

Para Áurea Carolina (Psol), vereadora mais votada em Belo Horizonte /MG, nas últimas eleições, estas possíveis fraudes nas candidaturas femininas representam um retrocesso.

“Vejo com muita perplexidade e indignação e ao mesmo tempo vejo como uma confirmação de uma crítica que nós fazemos às barreiras que nós mulheres enfrentamos pra participar da política institucional”.


O MPE já instaurou 890 procedimentos de investigação para apurar os fatos e ajuizou 20 ações penais contra dirigentes ou representantes de partidos políticos e coligações por falsidade ideológica eleitoral. Conforme a legislação, os dirigentes são responsáveis pela apresentação dos pedidos de registro de candidatos. Se condenados, eles deverão pagar multa e cumprir uma pena de até 5 anos de reclusão.
Também já foram ajuizadas 186 ações de impugnação do mandato e 46 ações de investigação judicial eleitoral, tendo como alvos os candidatos eleitos pelos partidos e coligações que teriam se beneficiado da fraude.


legislação

A lei das eleições, aprovada em 1997, previa que 30% das vagas em campanhas proporcionais (deputado estadual e federal e vereador) poderiam ser preenchida por mulheres. Como o texto era dúbio, muitos partidos não cumpriam essa reserva, por isso, desde de 2009, a lei foi alterada e a cota passou a ser expressamente obrigatória. Ano passado, para reforçar mais ainda essa necessidade de garantir espaço para as mulheres nos legislativos, a lei foi novamente alterada para assegurar também a reserva de no mínimo 5% e no máximo 15% dos recursos do fundo partidário para as campanhas das mulheres.

Fontes:Opovo/G1/Ag.PatriciaGalvão
Foto:arquivopessoal ( Áurea)


Nível da qualidade de vida dos negros tem uma década de atraso em relação ao dos brancos

Apesar da distância, entre 2000 e 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) da população negra brasileira cresceu em ritmo maior, 2,5% ao ano,
 segundo a ONU

Mesmo crescendo em um ritmo maior, o nível da qualidade de vida da população negra no Brasil está uma década atrasado em relação ao dos brancos. É o que mostra o mais recente estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – órgão da ONU – em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Segundo o documento “Desenvolvimento Humano para Além das Médias”, divulgado nesta quarta-feira,dia10/05,  entre 2000 e 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) da população negra cresceu, em média, 2,5% ao ano, acumulando alta de 28% no período, frente aos 1,4% anuais dos brancos ou 15% em dez anos. Mas, apesar do ritmo mais acelerado, só em 2010 o IDHM dos negros alcançou a pontuação (0,679) que já havia sido atingida pelos brancos dez anos antes (0,675).
O desenvolvimento humano dos brancos em 2010 já estava em 0,777. Era 14,42% maior que os dos negros, ainda que essa diferença tenha diminuído em relação a 2000, quando o IDHM dos brancos era 27,1% superior. O indicador varia de zero a 1 – onde quanto mais próximo de 1, melhor o IDHM – e mede a qualidade de vida para além da renda, ao levar em conta indicadores de saúde e educação.
Todas as três dimensões que compõem o índice apresentaram avanços nessa década. No caso da população negra, a maior contribuição para o crescimento do IDHM veio da educação, com uma alta média anual de 4,9%. A educação também foi a dimensão que mais avançou no IDHM da população branca, mas com taxa anual média de crescimento inferior, de 2,7%.

RENDA DOS BRANCOS É MAIS DO QUE O DOBRO DA POPULAÇÃO NEGRA

Com relação a renda, o estudo mostra um abismo entre os dois grupos. Em 2010, a renda domiciliar per capita média da população branca era mais que o dobro da população negra: R$1.097,00 ante R$ 508,90. Quanto à escolaridade da população adulta, 62% da população branca com mais de 18 anos possuía o fundamental completo, ante 47% da população negra. A diferença na esperança de vida ao nascer entre brancos e negros era de 2 anos, respectivamente 75,3 anos e 73,2.

SÓ EM SEIS ESTADOS NEGROS E BRANCOS TÊM IDHM SEMELHANTE

A ONU classifica o IDHM numa escala que vai de muito baixo (0 a 0,499) a muito alto (a partir de 0,800). Em 2010, em apenas seis estados brancos e negros estavam num mesmo patamar de desenvolvimento humano (em RR, MT, GO, SC e ES era alto em em AL baixo para ambos os grupos).
Em sete estados mais Distrito Federal, os negros tinham desenvolvimento humano considerado alto. Nos 19 estados restantes, era médio. Para a população branca, dois estados mais o DF estavam na faixa de muito alto desenvolvimento humano, 23 em alto e 2 na faixa de médio desenvolvimento humano.
As maiores diferenças percentuais entre o IDHM da população branca e negra, em 2010, foram observadas no Rio Grande do Sul (13,9%), Maranhão (13,9%) e Rio de Janeiro (13,4%). Já as menores diferenças percentuais estavam no Amapá (8,2%), Rondônia (8,5%) e Sergipe (8,6%).
A maior redução na diferença entre o IDHM dos brancos e negros, entre 2000 e 2010, foi observada em Santa Catarina (-0,047). Em contrapartida, Roraima apresentou aumento de 0,033 na diferença entre o IDHM de brancos e negros, de 2000 a 2010.

EM NENHUM MUNICÍPIO ANALISADO NEGROS TÊM IDHM MUITO ALTO

Também foram analisados indicadores de qualidade de vida de 111 municípios brasileiros. A população branca possuía IDHM muito alto em 50 municípios, enquanto a população negra não havia alcançado esse grau de desempenho em nenhum deles. A desigualdade entre brancos e negros, em relação a qualidade de vida, é maior em Porto Alegre (RS), onde IDHM da população negra foi 18,2% inferior ao IDHM da população branca. Em contrapartida, a menor diferença foi observada em Ribeirão das Neves (MG), onde o IDHM da população negra era 3,1% inferior ao IDHM da população branca.
Assim, o IDHM da população branca variou entre 0,701 (Ribeirão das Neves-MG) e 0,904 (Vitória-ES), e da população negra entre 0,654 (Caruarú-PE) e 0,790 (Vitória-ES).
Na dimensão esperança de vida ao nascer, os dados variam de 73,1 anos (Maceió) a 79 anos (Uberlândia) para a população branca, ao passo que, para a população negra, foi de 71,8 anos (Marabá) a 77,8 anos (Blumenau).
Na dimensão educação, o IDHM-E oscilou entre 0,614 (Viamão-RS) e 0,890 (Vitória-ES) para a população branca, e entre 0,505 (Pelotas-RS) e 0,745 (Vitória-ES) para a população negra. Por fim, na dimensão de renda, a renda domiciliar per capita média variou de R$ 469,00 (Caucaia-CE) a R$ 2.700,00 (Vitória-ES) para a população branca, e de R$ 345,00 (Caucaia-CE) a R$ 1.174,00 (Brasília-DF) para a população negra.

 Fontes:O Globo/Ag.Pat.Galvão/portallitapema/bemparana/umaoutraopiniao/dedihc/
Foto Mônica Aguiar


terça-feira, 9 de maio de 2017

De faxineira a juíza, a história de uma mulher negra e pobre no Brasil

Adriana Queiroz pagou parte dos seus estudos como limpadora de um hospital e escreveu um livro
                                           
Adriana, com 38 anos, é hoje titular da 1ª Vara Cível e da Vara de Infância e da Juventude de Quirinópolis, em Goiás. Tem cinco pós-graduações, estuda Letras nas horas vagas. Ela teve que se esforçar muito mais que a maioria dos seus colegas de aula para vestir a toga. E conseguiu. Hoje conta suas conquistas em um livro que acabou de lançar, Dez passos para alcançar seus sonhos – A história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito.

A luz do quarto de Adriana Queiroz estava sempre acessa nas madrugadas. Ela trabalhava durante o dia, estudava às noites e rezava para que quem apenas a via como uma mulher negra, pobre e filha de analfabetos não quebrasse seu sonho. Adriana não queria ser o que os outros esperavam dela, ela queria ser juíza em um país onde a taxa de analfabetismo das mulheres negras (14%) mais que duplica a das brancas (5,8%), segundo o IBGE.

A magistrada, que sempre estudou em escola pública, foi a terceira classificada no vestibular para cursar direito, mas a única faculdade de sua cidade era privada. 

Faltavam horas para o prazo da matrícula expirar quando Adriana plantou-se na frente do diretor da faculdade. Compartilhou seu sonho de estudar. “Ele se sensibilizou e me concedeu uma bolsa de 50% e diluiu o valor da matrícula nas mensalidades. Assim, durante o dia trabalhava na limpeza e à noite ia estudar”.

Para espanto dos seus conhecidos e familiares, durante a faculdade, Adriana resolveu ser juíza. “Quando anunciei isso as pessoas ficaram espantadas. Não era comum no meu contexto almejar um cargo tão alto. É como se fosse algo inacreditável, faziam questão de frisar que eu era pobre e negra, como se não tivesse nenhuma chance”, lamenta. Decidida, em 2002, terminou os estudos, pediu demissão na Santa Casa, onde já tinha sido promovida ao corpo administrativo e guardou suas coisas em duas sacolas plásticas. Partia para a capital para se preparar. “Eu não tinha nem mala”, relata.

Após alugar um quartinho no bairro da Liberdade e se matricular no curso preparatório para o concurso da magistratura o dinheiro da conta dava para, no máximo, mais dois meses. “Foi um momento muito crítico, o dinheiro estava acabando e eu não tinha conseguido trabalho”, conta Adriana. “Eu me vi de novo nesse dilema de ter ou não que abandonar”. Não precisou. O diretor do curso, o procurador Damásio de Jesus, viu nela uma “pessoa incomum”.

“Logo à primeira vista, olhando nos olhos daquela jovem advogada de 24 anos, tive certeza de que estava diante uma lutadora, uma pessoa incomum, de alguém que, sem dúvida, estava fadada a um grande futuro”, destaca o jurista no prefácio do livro. Damásio ofereceu para ela uma bolsa de 100% do curso durante dois anos e a empregou na biblioteca da instituição. “Fiquei sete anos estudando, sábados, domingos e feriados. Quando as pessoas iam viajar, eu ficava na biblioteca. Depois de inúmeras reprovações, eu consegui. Em janeiro de 2011 passei o concurso e me tornei juíza em Goiânia”.

Caçula de seis irmãos, a única deles que tem ensino superior, Adriana quer motivar agora com o livro a todas as pessoas que, assim como ela, "sonham, mas estão desacreditadas”. “É possível romper os paradigmas sociais”, encoraja. 

“Eu, particularmente, não sofro racismo hoje. Mas sim vivencio a grande surpresa das pessoas quando me veem. Porque quando o advogado vai procurar o juiz, ele não espera encontrar alguém como eu. Eu não me importo. Eu fico feliz de ter quebrado esse paradigma”. 

Fonte:Marina Martín /Elpais

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