quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Empresa que tem Mulheres na liderança Lucram mais

A descoberta é de um estudo da consultoria McKinsey lançada dia 23 


Mulheres quando estão em cargos de liderança nas empresas aumenta chance em 21% de uma empresa ter desempenho financeiro acima da média. 

A descoberta do estudo da consultoria McKinsey lançado na última sexta-feira (23).

Para o estudo, Delivering Through Diversity (“Entregando por Meio da Diversidade”), foram consideradas 1.007 empresas em 12 países, com várias métricas de diversidade e de desempenho financeiro. 

Pesquisa semelhante em 2014 trazia resultado menos significativo: naquela época, empresas com executivas nas suas equipes eram 15% mais propensas a ter uma performance mais elevada.

Apesar dessa tendência, a McKinsey relembra que a participação das mulheres entre líderes empresariais ainda é pequena. Mesmo as empresas com maior índice de diversidade têm apenas 10% de mulheres no seu corpo executivo, contra 1% entre as que estão nas últimas posições.

A pesquisa também mostra que, no geral, companhias no último quadrante de diversidade de gênero e cultural tiveram probabilidade 29% menor de atingir lucratividade acima da média do que as outras empresas. 

“Elas não apenas estavam fora da liderança como também se mostraram muito atrás”, escreve a pesquisa.

Por localidade, a Austrália tem a melhor performance em diversidade de gênero, com mulheres ocupando 21% dos cargos de liderança. 
Logo em seguida aparecem os Estados Unidos, com 19%, e Reino Unido, com 15%.Em termos de posições nos conselhos, a Austrália mantém a liderança, com 30%. Nos EUA, são 26%, e no Reuno Unido, 22%.

BRASIL : Em 2016,  em estudo sobre o perfil social, racial e de gênero nas empresas brasileiras divulgada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Instituto Ethos, constatou que as mulheres são  minoria  dos postos mais altos ocupando apenas 13,6% . Já as  gerência, a proporção de homens é quase o dobro que a de mulheres (68,7% comparados com 31,3%); no quadro executivo, a proporção de homens é seis vezes maior que a de mulher (86,4% de homens, comparado com 13,6% de mulheres); e nos conselhos de administração, é oito vezes maior (89% comparados com 11%).
As mulheres também são sub-representadas no ambiente profissional, de acordo com o estudo. No quadro funcional, o número de homens é quase o dobro do de mulheres (65,5% de homens e 35,5% de mulheres). 

Nesta mesma pesquisa também aponta que a população negra é sub-representada em cargos de chefia .

No quadro funcional, categoria de estagiários e trainees, o número de brancos é quase o dobro (62,8% de brancos e 35,7% de afrodescendentes). Em cargos de supervisão, os brancos são 72,2% contra 25,9% de afrodescendentes. 
Em cargos de gerencia, os negros são apenas 6,3% ante com 90,1% de brancos; no quadro executivo são 4,7%, comparados com 94,2% de brancos; e nos conselhos de administração são 4,9%, contra 95,1% de brancos.

Fonte: Gazetadopovo /Oglobo

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Anemia falciforme afeta saúde, rotina e emocional de portadores

Marcela Ganzella, enfermeira
responsável pelo estudo
Por Stella Arengheri 
Pesquisa da enfermeira Marcela Ganzella Sisdelli na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP buscou entender e analisar as dificuldades enfrentadas no dia a dia dos portadores de anemia falciforme, tanto práticas como emocionais. Doença crônica, genética, hereditária e grave, ela acomete, em sua maioria, negros e pardos, e interfere bastante no cotidiano dessas pessoas.
De acordo com Marcela, doenças como câncer, diabete, hipertensão e Aids são as enfermidades crônicas mais difundidas e noticiadas, enquanto a anemia falciforme não recebe a devida atenção. “A doença é negligenciada e este estudo pode agregar conhecimento não só para a equipe de saúde, que lida diretamente com as complicações e situações ligadas à enfermidade, mas também em pesquisas futuras relacionadas, uma vez que essa é uma área pouco explorada”, aponta a enfermeira.
Para realizar o estudo, Marcela acompanhou 11 portadores da doença que relataram, por meio de entrevistas, todas as experiências da vivência diária com a anemia falciforme. A doença é causada pela presença, no organismo, de uma hemoglobina mutante – proteína cuja principal função é o transporte de oxigênio – chamada de S, o que leva à alteração genética. A anemia falciforme pode causar inúmeras complicações, como úlceras de perna ou crises álgicas (dor ocasionada pela obstrução do fluxo sanguíneo) e até acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “Essas complicações se agravam nas mulheres gestantes”, alerta Marcela. “Dependendo da gravidade da úlcera de perna ou do AVC, a movimentação física pode se tornar mais difícil, o que faz com que as atividades profissionais também sejam prejudicadas, uma vez que, frequentemente, os pacientes precisam se ausentar do trabalho.”
A enfermeira diz que o mesmo ocorre com aqueles que vão à escola, e esses fatos abalam a autoimagem dos doentes e causam desesperança quanto ao futuro. “Exercer alguma atividade laboral, doméstica ou remunerada, cria situação de estabilidade, significa a retomada do papel de pessoa socialmente responsável. Na sua impossibilidade, imposta pelas complicações, limitações físicas e continuidade do tratamento, o papel de provedor da família é alterado.”
Segundo a pesquisadora, por falta de informações, a população não relaciona essa anemia a fatores como as crises dolorosas, infecções, vaso-oclusões, dores, isquemias e complicações pulmonares, responsáveis pela morte de 20% a 30% de pacientes adultos portadores da doença.
Outro fator apontado como preocupante por Marcela é que as pessoas não conhecem o tratamento, que é focado na prevenção das complicações, e a transfusão de sangue é o principal deles, muito menos a dificuldade do paciente para manutenção da terapia.
“Alguns entrevistados relataram aderir à cultura do silêncio como forma de autoproteção e, em muitos casos, não houve procura por tratamento, seja por vergonha ou medo de ser vítima de preconceito. Cada fase da vida, adolescente e adulta, tem um motivo para não tratar. Inclusive, podem ausentar-se das aulas ou do trabalho e calam-se sobre a sua condição para manter as relações, o que afeta seu tratamento”, alerta.
Há ainda, as dificuldades relacionadas à gestação e à maternidade. A enfermeira esclarece que, durante a gestação, a mulher com anemia falciforme fica mais propensa a contrair infecções bacterianas, abortar, ter um parto prematuro e hemorragias, além das crises dolorosas serem mais intensas e frequentes. No entanto, em alguns casos, o sonho de ser mãe leva ao enfrentamento das complicações, talvez pela falta de informações.
Algumas mulheres que participaram do estudo tinham filhos e narram suas dificuldades durante a gestação e, portanto, o medo de engravidar novamente. No entanto, aquelas que ainda não tinham filhos sonhavam ser mães, mas tinham medo das complicações.”
Marcela lembra que é fundamental para a mulher que deseja engravidar receber todas as informações sobre as condições de uma possível gestação. “A mulher com anemia falciforme pode engravidar, mas ela deve ter conhecimento dos riscos para optar pela maternidade e, caso decida engravidar, deve ser acompanhada por uma equipe de saúde especializada.”
Marcela alerta ainda que os profissionais de saúde da rede básica “não são capacitados para trabalhar com as complicações ocasionadas por esta doença, como, por exemplo, cuidar de uma úlcera de perna ou uma crise álgica”.  

Soluções

Marcela explica que “se o paciente tiver acesso aos medicamentos (fornecidos pelo SUS), às consultas médicas com hematologista e à transfusão de sangue quando necessária, provavelmente conseguirá trabalhar e contribuir com a sociedade e, assim, sentir-se mais útil”. Ela ainda sugere “a elaboração de programas sociais nos quais as pessoas com anemia falciforme possam assumir atividades laborais compatíveis com a doença, como uma oportunidade de manutenção do emprego e do aumento da renda”.
Apesar das adversidades, o sorriso no rosto e a fé dos participantes da pesquisa impressionaram a pesquisadora. “O que me marcou foi conhecer as dificuldades dessas pessoas no dia a dia, seja pelo tratamento, pela incerteza de uma complicação, ou pelo receio do futuro, além das dificuldades financeiras. Mesmo assim, expressam uma enorme vontade de viver. São pessoas muito simples que me receberam muito felizes em suas casas. Me agradeceram pelo simples fato de estarem sendo ouvidas.”
Mais informações: e-mail maganzella@gmail.com, com Marcela Ganzella Sisdelli
Fonte: Ciências e Saúde 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Falando das Mulheres Negras : Atriz Letitia Wright " Pantera Negra"

Conheça  a atriz negra nascida em Guiana e 

crescida em Londres em 9 fatos 

Por By Rachel McGrath



Não constitui exagero dizer que Pantera Negra é um dos filmes mais aguardados da década, e o protagonista Chadwick Boseman tem estado no centro das atenções, com razão.
Porém, agora que o filme finalmente estreou, Chadwick vai dividir os holofotes com os atores e atrizes fenomenais com quem contracena no filme, incluindo Daniel Kaluuya, Lupita Nyong'o e Danai Gurira. Uma delas em particular chamou nossa atenção: Letitia Wright.
Letitia faz o papel de Shuri, irmã do Pantera Negra. Ela é a criadora da armadura usada pelo herói, suas armas e suas engenhocas. Além disso, sua personagem tem todas as melhores falas e costuma roubar a cena de outros tranquilamente.
Com mais uma atuação no cinema como a personagem da Marvel prevista para este ano, achamos que não vai demorar nada para Letitia Wright virar uma favorita dos fãs. A seguir, você conhece melhor a atriz em nove fatos:

1. Seus trabalhos na TV incluem as séries Black Mirror e Top Boy

Com 24 anos, Letitia Wright já acumula uma sequência de papeis impressionantes, incluindo um de protagonista no episódio Black Museum, elogiado pela crítica, de Black Mirror.
Letitia fez seu nome em 2011, na série da Channel 4 Top Boy, representando a personagem Chantelle na primeira temporada.
Como se não bastasse, ela também já foi vista em Doctor WhoHumansHolby City Cucumber.

2. Ela já foi comparada com Leonardo DiCaprio

Pode parecer uma comparação inesperada, mas Michael Caton-Jones, que dirigiu Letitia no drama de 2015 Urban Hymn, se derramou em elogios à atriz e disse que trabalhar com ela foi como dirigir DiCaprio, então com 16 anos, em O Despertar de um Homem.
Desde Leonardo DiCaprio eu não tenho essa sensação em relação a alguém", falou o diretor ao jornal The Guardian. "Já trabalhei com muitos atores muito bons, mas eu me oriento por meus instintos. Meu instinto me diz que Letitia pode ganhar as dimensões que ela quiser.
"Ela é simplesmente maravilhosa. A câmera a ama. Ela possui uma honestidade emocional."

3. Ela é da zona norte de Londres e se orgulha disso

Letitia tem muito orgulho de suas raízes. Nascida e criada na Guiana, ela se mudou com sua família para Tottenham, na zona norte de Londres, aos 7 anos de idade.
Revelando os lugares que frequentava na adolescência, ela contou à Time Out: "Eu ia ao cinema Hollywood Green, em Wood Green, e nas noites de verão ficava sentada diante do Alexandra Palace.
"Tottenham foi um lugar incrível para viver na adolescência, porque é tão centrado na comunidade. É um caldeirão de culturas. Sempre vou ser uma garota da zona norte de Londres."

4. Letitia é uma das atrizes que ajudou a lançar o movimento Time's Up


Quando o movimento foi lançado, em novembro, 300 mulheres do setor do entretenimento, incluindo atrizes, diretoras e produtoras, assinaram uma carta prometendo solidariedade a qualquer pessoa que foi a público para denunciar sua experiência de ter sofrido assédio sexual no trabalho.
Letitia foi uma das pessoas que assinou a carta. Ela explicou anteriormente que tomou consciência pessoal de tudo o que estava acontecendo "quando Lupita [Nyong'o] denunciou Harvey Weinstein".
Ela disse à Time Out: "Foi tipo 'ei, não são apenas atrizes que estão lá longe. É a atriz que está no set aqui do meu lado, preparando-se para dizer seus diálogos."
"Alguns meses depois, Brie Larson reuniu todas as mulheres no set e falou 'ei, existe uma coisa chamada Time's Up'. Logo depois, recebi um e-mail de America Ferrera – que eu cresci assistindo na televisão."

5. Se algum dia for feita uma cinebiografia de Letitia Wright, ela já sabe quem deveria fazer o papel principal.

"Naomie Harris" foi sua resposta imediata quando a pergunta foi feita no Bafta.

6. Letitia foi nomeada Atriz Britânica Revelação no Bafta de 2015

E ela estava em boa companhia. A atriz e roteirista Charlie Covell (MarcellaPeep Show) e o ator Alex Lawther (The End Of The F***ing World) também estavam entre os finalistas.
7. Ela espera que sua personagem Shuri sirva de inspiração a meninas
A personagem de Letitia em Pantera Negra, Shuri, é a criadora de todos os figurinos e truques tecnológicos do herói, e a importância disso não passou despercebida pela atriz.
Falando na première mundial de Pantera Negra, ela disse à E!: "É um privilégio fazer uma personagem que uma garota possa ver, assistir a este filme e pensar 'ei, acho que vou querer ser cientista. Vou querer mexer com tecnologia.' Acho isso incrível."
8. ... e toparia fazer um Pantera Negra 2 ou um filme sobre Shuri
Mas ela não está com pressa, e no tapete vermelho da première europeia do filme, ela disse, brincando: "Vamos ver onde o futuro nos leva...
"Neste momento temos um Pantera Negra forte, muito bom – Chadwick Boseman. Ele chegou para ficar e ele é incrível. "Eu vou continuar a criar engenhocas para ele, porque amo meu irmão."
9. Vamos poder vê-la na tela outra vez daqui a alguns meses
Letitia Wright vai retomar o papel de Shuri em Vingadores: Guerra Infinita, que chegará aos cinemas no final de abril.
Fonte:hoffpost

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Anistia Internacional aponta em relatório grandes retrocessos na garantia dos direitos humanos no Brasil

Diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck
O relatório da Anistia Internacional  , "O Estado dos Direitos Humanos no Mundo",  foi  divulgado mundialmente nesta quarta-feira (21) . 

Segundo a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, as crises econômica e política de 2017 serviram de “cortina de fumaça” para tentativa de líderes políticos de avançar uma “agenda muito regressiva” em relação aos direitos sexuais e reprodutivos, dos trabalhadores, das mulheres, na segurança pública, acesso à terra e aos recursos naturais e do direito de protestar. 

Retrocessos no Congresso 
Segundo a ONG, membros do Congresso tentaram avançar com quase "200 propostas de novas leis e modificações da legislação existente" que ferem os direitos humanos.
Entre as propostas legislativas apontadas estão as que trataram da redução da idade para julgamento de jovens, da alteração no Estatuto do Desarmamento, restrição do direito de manifestação pacífica, criminalização dos movimentos sociais, mudanças na demarcação de terras indígenas e quilombolas e diminuição nas proteções trabalhistas e previdenciárias. 
Jurema Werneck destacou, porém, que a mobilização da sociedade foi capaz de barrar o andamento de algumas dessas propostas.

“É preciso dizer também que se houve coisa ruim, o Congresso foi capaz de ouvir a mobilização, por exemplo, no caso da PEC 181, de milhares de mulheres e pessoas, brasileiras e de fora do Brasil, que mandaram uma mensagem clara ao Congresso. A mensagem final é essa, a mobilização faz um freio”.

A proposta trata da ampliação da licença-maternidade para mulheres que tivessem filho prematuro. No entanto, na ocasião, deputados ligados à bancada conservadora fizeram um acréscimo para que na Constituição Federal fosse definido que o direito à vida começa desde a concepção, o que, segundo organizações e especialistas, proibiria qualquer tipo de aborto no país, inclusive os previstos em lei. O texto ainda tramita no Congresso e não chegou a ser votado.
Apontou ainda como parte do retrocesso a aprovação da reforma trabalhista e as iniciativas – até agora mal-sucedidas – de modificar as regras da Previdência, promovidas pelo governo do presidente Michel Temer.
A entidade também criticou a sanção por Temer, em outubro, da lei 13.491 que transfere à Justiça Militar a prerrogativa de julgar militares que cometerem crimes contra civis durante operações internas das Forças Armadas. "Esta lei viola o direito a um julgamento justo, uma vez que os tribunais militares no Brasil não oferecem garantia de independência judicial", afirma o relatório. 

Homicídios cometidos pela força policial  
A coordenadora de pesquisa e políticas da Anistia Internacional no Brasil, Renata Neder, destacou:  
De um lado, [o Estado brasileiro] é responsável pelo alto número de homicídios, pela sua omissão em não implantar políticas públicas de redução de homicídios e também é responsável porque uma porcentagem significativa dos homicídios é cometido pela polícia em serviço, ou seja, agentes do Estado são eles próprios aqueles que violam o direito à vida", disse. 
De acordo com a coordenadora, o Brasil registrou 61 mil assassinatos por ano, o maior número da história . A maioria das vítimas é jovem, negra, do sexo masculino, morador de favelas e periferias.
Segundo a Anistia, as autoridades brasileiras "não adotaram medidas para reduzir a taxa de homicídios, que permaneceu alta para jovens negros.

"não adotaram medidas para reduzir a taxa de homicídios, que permaneceu alta para jovens negros." A ONG destacou que o número de homicídios aumentou nas grandes cidades, sobretudo no Nordeste, e que 61.619 pessoas foram mortas em 2016, das quais 4.657 eram mulheres.
Uso das forças militares 
Em relação às mortes decorrentes de oposição à intervenção policial, Renata Neder afirmou que não existem dados oficiais em todos os estados, mas no Rio de Janeiro o número passou de 1 mil em 2017. Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública, o índice vinha diminuindo, porém nos últimos cinco anos, os casos mais que dobraram. Em 2013, foram 416 casos; em 2014, 584; em 2015,645; em 2016, subiu para 920 e no ano passado foram 1.124.

"As políticas de segurança pública continuaram a se basear em intervenções policiais altamente militarizadas, motivadas principalmente pela chamada política de 'guerra às drogas'", apontou a Anistia.
A coordenadora disse que o modelo de segurança adotado é falido e criticou o uso de forças militares. 
“Um modelo voltado para o confronto, focado na guerra às drogas, com uma polícia altamente militarizada, com operações de segurança altamente militarizadas e com o uso crescente das Forças Armadas nas funções de policiamento e no exercício da segurança pública”.
Sistema prisional 
O relatório trata também da superlotação do sistema prisional - que chegou a uma população de 727 mil presos, sendo 64% de negros e 40% ainda não foram julgados, o Plano Nacional de Segurança apresentado as pressas pelo ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes em janeiro do ano passado,  como uma tentativa de abafar o escândalo   das rebeliões em presídios no Amazonas, em Roraima, no Rio Grande do Norte e na Paraíba  que deixaram 125 mortos.
"O plano deveria se concentrar na redução dos homicídios, no enfrentamento do tráfico de drogas e numa revisão do sistema prisional. Entretanto, um plano detalhado e abrangente jamais foi apresentado ou implementado, e a situação da segurança pública se deteriorou durante o ano", avaliou a Anistia.

Outro ponto mencionado pela organização é a repressão com força desnecessária a manifestações pacíficas, o assassinato de defensores dos direitos humanos, trabalhadores rurais, indígenas ,conflitos agrários, ataques a religiões de matriz africana e rebeliões e mortes dentro do sistema socioeducativo.

LGBTI
Entre outras violações de direitos humanos no Brasil, a Anistia ainda apontou a violência cometida contra pessoas LGBTI. Segundo dados compilados pelo Grupo Gay da Bahia, 277 pessoas LGBTI foram assassinadas no Brasil entre 1º de janeiro e 20 de setembro. De acordo com a Anistia, é o maior número registrado desde que o grupo começou a compilar esses dados, em 1980.
Ainda no tema sobre sexualidade, a Anistia citou a autorização concedida em setembro por um juiz federal do Distrito Federal que permitiu a psicólogos aplicar "terapias de conversão" com o objetivo de modificar a orientação sexual de pacientes.
Intervenção no Rio de Janeiro
Durante o lançamento do relatório, a diretora Jurema Werneck informou que organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional e o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, vão criar um observatório para acompanhar eventuais abusos e violações de direitos humanos cometidos por agentes das forças militares durante a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, decretada no dia 16 pelo presidente Michel Temer.
Para a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, a intervenção é uma medida “inadequada e extrema”, que “coloca em sério risco a população do Rio de Janeiro”.
“A Anistia está desenvolvendo uma série de ações e apresentando informações, por meio de diálogo com a população, para dizer que a intervenção federal no Rio de Janeiro não é uma justificativa para desrespeito aos direitos humanos, para violação dos direitos da população, particularmente da população favelada, da população que vive nas periferias, da juventude negra”, disse.
A coordenadora Renata Neder disse que o decreto deixa “inúmeras brechas e incertezas”, como não definir o funcionamento de órgãos como, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Assembleia Legislativa, durante a intervenção.

Discurso de ódio
Na avaliação de Jurema Werneck, o relatório aponta que o mundo continua sendo um lugar “extremamente difícil e perigoso”, onde os “líderes políticos têm insuflado discursos de ódio e o medo”.
 O relatório traz informações sobre a situação dos direitos humanos em 159 países onde a Anistia Internacional atua.
Ela destaca que nas Américas e no Caribe a situação de desigualdade, de discriminações e das altas taxas de violência letal são bastante preocupantes. O relatório aponta os casos de perseguição a jornalistas e prisão de defensores dos direitos humanos na Turquia, inclusive de diretores da Anistia Internacional, e a perseguição e prisão de líderes LGBT na Rússia, que levaram a uma mobilização internacional para reverter a situação. “São diferentes situações, mas que em muito se assemelham à situação do Brasil: líderes políticos atentando contra os direitos, falhando na proteção de direitos e a população enviando o recado de que isso é inaceitável”, afirmou.

Fontes: Anistia/ o globo/redebrasilatual/cartacapital/DW/agenciabrasil/G1/destakjornal/independente/terra

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

STF concede prisão domiciliar a gestantes e mães presas no país

Foto : Nossa Politica
O habeas corpus foi ajuizado pela Defensoria Pública da União e pelo Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu). Ele se estende a todas as unidades federativas do Brasil

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (20) conceder prisão domiciliar a presas sem condenação gestantes ou que forem mães de filhos com até 12 anos. A decisão beneficia ao menos 4,5 mil detentas, cerca de 10% da população carcerária feminina, segundo levantamento parcial do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), do Instituto Terra Trabalho e Cidadania (ITTC) e da Pastoral Carcerária Nacional. 

Com a decisão do Supremo, cada tribunal terá 60 dias, após a publicação da decisão, para implementar a medida, que valerá também para mães que tiverem crianças com deficiência. Não poderão deixar a prisão mulheres já condenadas e que cumprem pena; e também aquelas que, mesmo sem condenação, são suspeitas de crimes praticados com violência ou grave ameaça, contra os próprios filhos ou em situações "excepcionalíssimas", a serem justificadas pelo magistrado que negar o benefício. 

O julgamento
 O julgamento desta terça no STF se baseou em pedido apresentado pelo Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu), apoiado por diversas entidades humanitárias e defensorias públicas. Na sessão, as entidades apontaram condições degradantes a que os filhos das presas são submetidos quando nascem e são criados numa cadeia, argumentando que o encarceramento não pode se estender a eles. 

"São espaços inadequados, com doença e violência, risco à vida e obstáculo a ambiente saudável e de cuidado familiar. Não pode a prisão alcançar os filhos. Não há hipótese na lei de prisão degradante",

 disse a advogada Nathalie Fragoso, em nome do Cadhu, acrescentando que as prisões no Brasil são ambientes propícios para disseminação de doenças como a sífilis, que pode ser transmitida no parto para as crianças que nascem na cadeia. Relator da ação, o ministro Ricardo Lewandowski foi o primeiro a votar favoravelmente ao pedido. 
Citando dados oficiais, destacou que apenas 34% das prisões femininas contam com dormitório adequado para gestantes, só 32% dispõem de berçário somente 5% dispõem de creche.
Com base em estudos, ministro considerou "duríssima" a situação das gestantes e mães de crianças presas no país.
"Partos em solitárias sem nenhuma assistência médica ou com a parturiente algemada ou, ainda, sem a comunicação e presença de familiares. A isso soma-se a completa ausência de cuidado pré-natal (acarretando a transmissão evitável de doenças graves aos filhos, como sífilis, por exemplo), a falta de escolta para levar as gestantes a consultas médicas, não sendo raros partos em celas, corredores ou nos pátios das prisões, sem contar os abusos no ambiente hospitalar, o isolamento, a ociosidade, o afastamento abrupto de mães e filhos, a manutenção das crianças em celas, dentre outras atrocidades", afirmou.
"No caso das mulheres presas, a privação de liberdade e suas nefastas consequências estão sendo estendidas às crianças que portam no ventre e àquelas que geraram. São evidentes e óbvios os impactos perniciosos da prisão da mulher, e da posterior separação de seus filhos, no bem-estar físico e psíquico das crianças", completou, depois.
Lewandowski foi acompanhado por 3 ministros ministros da Segunda Turma do STF: Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Edson Fachin divergiu parcialmente, para que fosse feita análise mais rigorosa da situação das mulheres presas, considerando apenas o interesse da criança.
Fontes e textos G1 /Nossapolitica

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Ganhos Salariais e Participação das Mulheres no Mercado de Trabalho Cresce, de 2007 a 2016

A diferença na participação e remuneração das mulheres no mercado de trabalho ainda existe, mas dados do Ministério do Trabalho revelam que a participação das mulheres no mercado formal aumentou de 40,85% em 2007 para 44% em 2016. Um período de dez anos analisados .

Remuneração 
O estudo apresentado neste  período,  também demostra que ouve ganhos a diferença salarial diminuiu de 17% para 15%.  Em 2007, o rendimento dos homens era R$ 1.458,51 e das mulheres R$ 1.207,36. Já em 2016, a média salarial masculina era de R$ 3.063,33 e a feminina, R$ 2.585,44 . O levantamento considerou os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2016 e avaliou a distribuição dos 46,1 milhões de empregos formais registrados.

Mesmo com as mulheres sendo maioria entre os trabalhadores  com ensino superior completo no país neste período,  representando 59% dos 9,8 milhões profissionais com esse nível de escolaridade e trabalho com carteira assinada em 2016, a remuneração média dos homens com ensino superior completo era de R$ 7.537,27, e as mulheres recebiam R$ 4.803,77, ou seja, 36% a menos.

Já no setor de Serviços, a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho formal é equilibrada – 48,8% feminina e 52,2% masculina. A maior diferença de participação por gênero ocorre entre os setores produtivos considerados mais masculinos, onde se destacam a construção civil e o extrativista mineral. Em 2016, 9,9% do total de 1,9 milhão de trabalhadores da construção civil eram mulheres.

Setores
O único setor econômico em que as mulheres são maioria é o da Administração Pública. Elas ocupam 59% dos 8,8 milhões de postos de trabalho. Segundo os dados do ministério,  as principais ocupações femininas são de auxiliar de escritório, assistente administrativo e vendedora de comércio varejista.

Para analista do de Políticas Sociais do Observatório Nacional do Mercado de Trabalho do Ministério do Trabalho,    "Na média, as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Esta situação pode ser explicada pelo fato de que a participação feminina no mercado de trabalho formal está concentrada em ocupações que apresentam remuneração mais baixa. Além disso, as mulheres ocupam menos os cargos de chefia e ainda há fatores discriminatórios no ambiente de trabalho, que precisam ser combatidos", afirma Mariana Eugênio.

Já no  último trimestre do ano de 2016, os desemprego é maior entre as mulheres e chegando  a 13,8%. O índice médio de desocupação chega  a 12% no Brasil, para os homens, era de 10,7% e para as mulheres, de 13,8%.

A dificuldade de inserção no mercado de trabalho, continua  cada vez mais restrito para as mulheres .  Sem vagas, cresce procura por trabalhos independentes do salário. A entrada ou a recolocação no mercado  passa a ser ainda mais custosa. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a taxa de desocupação entre as mulheres com mais de 14 anos continua acima do índice geral, que inclui os dois gêneros.
O nível da ocupação (que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) na análise entre gêneros também é distinta e menos favorável às mulheres. Em 2012, o percentual era de 56,3% no país – o número relativo aos homens era de 68,5% e o de mulheres, 45,2%.

Em 2016 inicia-se um processo brusco de recuo na ocupação, de  54%, sendo 64,3% entre homens e 44,5%, entre mulheres.
A recessão na qual o país mergulhou é um dos principais fatores que contribui para que milhares de mulheres e sua maioria chefe de família e negras ficassem fora do mercado ou que recorressem a outras ocupações.
Com menos vagas e salários menores, muitas mulheres têm recorrido à oferta de trabalhos domésticos, ainda que temporariamente. 

Dados publicados : Segunda, 19 de Fevereiro de 2018 

Fontes : G1/Ministério do Trabalho Assessoria de Imprensa

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Adolescentes Famosos Negros São Alvos de Racismo

Ator JP Rufino
Por Mônica Aguiar

O ator JP Rufino, de 15 anos, é mais uma vítima de racismo nas redes sociais. Tudo aconteceu durante transmissão ao vivo em seu Instagram, quando participava do desfile das escolas  de samba vencedoras neste carnaval 

O ator, fez "prints" da imagem onde o perfil de um homem dizia as mensagens "eca" e "macaco sambando. 

JP Rufino deu  resposta destacando dez pontos  sobre as atitudes racistas:
....“E durante sua transmissão ao vivo, do nada você recebe esse e por mim inabalável comentário, já que sou muito bem resolvido e bem preparado para qualquer tipo que seja a espécie de críticas ou ‘maldades”.
.............
Por último... Que não poderia me calar...Deixar passar... tamanha falta de noção. Com todo respeito à sua pessoa...Mesmo com a sua falta de respeito à minha: Desnecessária e infeliz colocação. #SemMimimi  #RACISMOÉCRIME  #MECALARJAMAIS", escreveu o ator.

Fãs de JP, que estará no elenco de "Orgulho e Paixão", nova novela das 18h, defenderam enviando várias mensagens de apoio ao ator. Algumas pessoas chegaram a entrar no perfil e enviar respostas aos ataques,  chamando atenção para o crime de racismo ali cometido : 

"racistas não passarão" e "espero que você aprenda a ser uma pessoa melhor".

Outra adolescente negra,  vítima de racismo neste inicio de ano, foi a funkeira MC Loma, também de 15 anos. Um perfil a chamou de "macaca" e também recebeu uma resposta à altura da funkeira.

MC Soffia
A jovem rapper MC Soffia, de apenas 13 anos, também foi alvo de racismo nas redes sociais. 
Soffia lançou em janeiro seu novo single “Barbie Black” com a participação do rapper Boss in Drama, que divulgou uma foto da parceria em seu Instagram. Nos comentários, uma internauta usando um perfil chamado “marieechloe” postou:

“Cabelo sujo cheio de caspa, que achas?”. Na imagem, a jovem rapper usava glitter no seu cabelo estilo black power.

Em vários shows e fotos, McSóffia reafirma sua luta no combate ao racismo : 
"Sei que a maior arma contra o racismo”

É por causa de situações como essa que desde que começou sua carreira, aos 6 anos, Mc Soffia luta para que todas as crianças negras se aceitem e se identifiquem, seja com um brinquedo ou uma personagem que faz sucesso na novela. 

Vários famosos e celebridades também sofrem com o racismo nas nas redes sociais. 
  • O cantor Thiaguinho : vítima de preconceito em um restaurante;
  • Gloria Maria, foi barrada na porta de um hotel de luxo no Rio de Janeiro;
  • Thalma de Freitas chegou a ser levada a uma delegacia por ‘engano’.
  • O cantor e ator Seu Jorge revelou que foi muito discriminado durante a temporada que passou na Itália;
  • Jonathan Azevedo foi abordado pelo segurança;
  • Érico Brás é Kênia Maria foram retirado de avião pela Polícia Federal;
  • Sheron Menezzes foi agredida verbalmente por vários comentários preconceituosos numa foto que postou.
  • Preta Gil, Gaby Amarantos , o jogador Daniel Alves, Ludmilla, Maju Coutinho, Dudu Nobre , Benedita da Silva,  
  • Taís Araújo, Lázaro Ramos, a bebê Titi, filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, foram recentemente vítimas de comentários racistas na internet. A cada dia a  lista só cresce.

Ofensas racistas sempre estiveram presentes no Brasil e mundo, mas hoje com grande ênfase nas redes sociais deixando de ser apenas veladas.

Mesmo com conhecimento que tal prática é Crime, os racistas  tem promovido  injúria nas redes sociais cotidianamente, independente se são ou não famosos e celebridades. No Brasil todas as pessoas negras tem uma historia de racismo para contar.

São milhares de esforços de tentar conscientizar a população contra o racismo e suas mazelas. Os artistas estão cada vez mais se manifestando contra os ataques e inclusive tomando medidas judiciais.


Fontes: revistaglamuor/Correiodoestado

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