terça-feira, 11 de março de 2014

Infecção urinária é a segunda maior causa de aborto espontâneo no Brasil

Especialista diz que, devido a alterações imunológicas durante o período de gestação, mulheres ficam mais propensas a doença. Se o mal não for tratado corretamente há chances de ocorrer problemas com o bebê.

Quando o assunto é gestação, os cuidados com a saúde da mulher são redobrados, pois por nove meses ela irá carregar outra vida. Além de ter atenção com a alimentação, consumo de medicamentos, contato com produtos químicos e excesso de esforço físico, a futura mamãe deve se preocupar com as pequenas mudanças do corpo. Um simples desconforto ao urinar, por exemplo, pode indicar o início de uma infecção urinária, patologia que atinge com mais frequência às mulheres. "Na mulher, o canal que leva a urina da bexiga para o meio externo é mais curto e, devido a proximidade com o ânus, a chance de infecção bacteriana é maior", observa José Perandré Neto, médico urologista da Clínica Plena. 
Nas mulheres grávidas, a incidência da doença é ainda maior. Devido às alterações fisiológicas que ocorrem na gravidez, como a dilatação dos órgãos que compõem o sistema urinário, diminuição do espaço para a bexiga e alterações imunológicas, as gestantes são mais suscetíveis a complicações e sequelas graves decorrentes das infecções do trato urinário. "Em alguns casos, o mal acaba interferindo no bebê, podendo provocar o parto prematuro e até a morte prematura", explica o especialista.
 Aborto espontâneo
Dados de um estudo divulgado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) em 2007 revelam que a doença é a segunda causa de mortalidade prematura de fetos com até três meses, atrás apenas de alterações cromossômicas geradas por espermatozoides ou óvulos defeituosos. "Caso a infecção não seja descoberta logo no início ou tratada do modo correto, ela pode atingir os rins através do sistema urinário e evoluir para um quadro de infecção generalizada, aumentando a chance de abortamento espontâneo", comenta Andréa Sincero Sá, médica ginecologista da Clínica Plena.
A infecção urinária na gestação aumenta a chance de morte fetal e trabalho de parto prematuro, além da restrição de crescimento intra-uterino. "Caso isso aconteça, o bebê pode sofrer com as consequências como o baixo peso ao nascer. A realização do pré-natal iniciado precocemente com exames frequentes é a principal maneira para evitar danos tanto ao feto quanto para mãe", expõe.
Sintomas e prevenção
O primeiro sintoma da infecção urinária é a ardência ou dor ao urinar, bem como o cheiro desagradável e a cor opaca da urina, que também podem ser indicativos da doença. "Desconforto abdominal, febre, calafrios e vômito indicam que a infecção possa ter se agravado, por isso um médico deve ser consultado com urgência", orienta José Perandré Neto.
Já para as mamães que desejam prevenir a doença, o indicado é manter a hidratação do corpo consumindo bastante água durante todo o dia e ingerir alimentos ricos em Vitamina C, como mamão, laranja e brócolis. "Fazer a higiene pessoal corretamente e não reter a urina por longos períodos também auxilia na prevenção da doença", finaliza.
*Com informações de assessoria de comunicação.
Fonte e texto : A Critica UOL

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