Stacey Abrams |
Stacey Abrams deu um grande salto ao concorrer a governadora da Georgia, no ano passado.
Na próxima
semana vai ser a porta-voz da resposta ao discurso do Estado da União.
Stacey Abrams, a candidata do
Partido Democrata que esteve perto de ser a primeira governadora negra nos
Estados Unidos, foi escolhida para responder em direto e para todo o país, no
dia 5 de Fevereiro, ao discurso do Estado da União do Presidente Donald Trump.
"Numa altura em que a
nossa nação precisa de ouvir os líderes que podem criar uma união à volta de um
objetivo comum, é uma honra responder pelo Partido Democrata ao discurso do
Estado da União", disse Abrams numa No ano passado, Stacey Abrams saltou deu um grande salto na política nacional nos EUA ao candidatar-se ao cargo de
governadora da Georgia, um dos estados do Sul do país com um passado marcado
pelo racismo e pela escravatura. Se vencesse, seria a primeira governadora
negra da História dos EUA.
Em Novembro, perdeu a
eleição para o candidato do Partido Republicano, Brian Kemp, mas a derrota por
apenas 55 mil votos num universo de quase quatro milhões de eleitores valeu-lhe
o reconhecimento como uma das vozes mais representativas de um novo Partido
Democrata – muito mais progressista e à esquerda do que se julgava antes da
eleição de Donald Trump, em 2016.
Antes de concorrer a
governadora, Stacey Abrams esteve dez anos na Câmara dos Representantes da
Georgia, onde foi a líder da minoria do seu partido entre 2011 e 2017.
Limitação do voto
Durante a campanha eleitoral,
distinguiu-se pela luta contra as políticas de limitação do direito ao
voto, que afetam de forma desproporcional os eleitores afro-americanos.
Medidas aprovadas pelo governo do Partido Republicano, como a exigência de que
os dados pessoais dos eleitores fossem exatamente iguais aos que estão
registados nas bases de dados do estado, impediram muitas pessoas de votar.
Depois da eleição, uma
organização liderada pelo diretor de campanha de Stacey Abrams, a Fair Fight
Action, interpôs uma ação em tribunal para que o sistema eleitoral da
Georgia seja alvo de uma reformulação profunda. Segundo a organização, dos 53
mil eleitores cujo direito ao voto foi suspenso antes das eleições por causa da
lei das bases de dados, 70% são negros, apesar de representarem um terço da
população do estado.
Discurso adiado
O discurso anual do Presidente
dos EUA foi adiado na semana passada devido ao encerramento parcial
de algumas agências e departamentos públicos norte-americanos. Foi reagendado
para a noite da próxima terça-feira, 5 de Fevereiro (2h de quarta-feira em
Portugal).mensagem partilhada no Twitter.
O líder da minoria do Partido
Democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que o convite a Abrams foi feito há
três semanas. "Ela é uma excelente porta-voz e uma líder incrível. Liderou
a batalha pelo direito ao voto, que está na raiz de quase tudo o resto",
disse Schumer.
Durante 35 dias, 800 mil
trabalhadores foram enviados para casa ou forçados a trabalhar em serviços
mínimos, sem salário, porque as agências em causa não viram os seus
orçamentos anuais renovados pelo Congresso.
E o Congresso não chegou a
acordo porque o Presidente Trump e o Partido Republicano exigem que o Partido
Democrata dê o aval a um reforço de 5,7 mil milhões de dólares no orçamento do
Departamento de Segurança Interna. Esse dinheiro seria gasto no início da
construção de um muro na fronteira com o México, que a Casa Branca diz ser
essencial para travar a imigração ilegal – e que o Partido Democrata diz ser um
desperdício de dinheiro numa construção "imoral" e ineficaz.
Como o impasse afetaria milhões de pessoas há mais de um mês (os 800 mil funcionários públicos, mais as
suas famílias e outros milhares de trabalhadores de empresas privadas com
contratos públicos), o Presidente Trump recuou e aceitou, na passada
sexta-feira, uma proposta do Partido Democrata que adia o problema: as agências
foram reabertas, mas as duas partes têm de resolver o impasse de fundo até 15
de Fevereiro, ou o país poderá enfrentar um novo encerramento parcial do
governo federal.
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