terça-feira, 15 de março de 2011

Marcha pelo Dia Internacional das Mulheres reúne cinco mil manifestantes no centro de São Paulo

 
  Cerca de cinco mil manifestantes unidas  para defender a luta contra a violência, por igualdade, dignidade, autônomia das mulheres  em passeata organizada por entidades dos movimentos sociais .

    Viviane Sousa a  primeira mulher a ocupar a presidência de um sindicato de metalúrgicos no Estado de São Paulo, acredita que o passo inicial para mudar a postura das pessoas de uma sociedade machista é modificar no conjunto das ações a concepção de educação ffamiliar.
"......A luta é enorme, mas tivemos guerreiras que foram abrindo caminho e agora devemos continuar tomando o espaço que está aí para ser ocupado nas comunidades”, define.
A dirigente afirmou que, mesmo com o número menor de mulheres nas direcções das centrais, confederações, federações e sindicatos, houve ao longo da história uma melhora consideral da participação  das mulheres nas instâncias de poder sindical, dada pela luta iniciada em 1993, quando a CUT institui a política de cotas para gênero, estabelecendo no mínimo de 30%  de representantes de mulheres nas direcções. Esta medida ajudou na construção de um novo conceito, estimulando a entrada das mulheres para o movimento, promovendo a concientização da importância de seu impoderamento à  ocupar cargos de poder.

A secretária estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-SP,
Sônia Auxiliadora, destacou ainda a relação de duas das principais reivindicações da Central Única dos Trabalhadores, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e o direito à creche, com a igualdade na vida privada. “O movimento sindical tem o desafio e a responsabilidade de debater o compartilhamento das tarefas entre homens e mulheres, a redução da jornada para 40 horas semanais sem aumentar a jornada de trabalho em casa,  mas para podermos estudar, nos aperfeiçoarmos, termos tempo para o lazer e para descansar com a família”, apontou.

Reafirmou a importância de eleger uma mulher presidenta e destacou  o  compromisso da presidenta Dilma Rousseff,  assumido por ela durante a campanha, de construir seis mil creches. “Precisamos estar juntas para cobrar da nossa presidenta avanços como a ampliação de creches públicas para que não sejamos privadas de entrar no mercado de trabalho ou ingressarmos na vida pública porque não temos ninguém para cuidar de nossos filhos.”

Democratizar e liderar
Também presente na manifestação, a cientista social Tatau Godinho indica que a percepção sobre a desigualdade cresceu, mas ainda não é muito claro onde ela se faz presente.
Para modificar esse quadro, afirmou, é necessário ampliar a atuação militante a partir dos próprios bairros e também democratizar os meios de comunicação. “Os grandes veículos passam uma imagem desqualificada da mulher, fútil, de alguém que só se preocupa com estética e vende para ela um único ideal legítimo, a família e os filhos. Devemos questionar essa imagem e indagar: se a imprensa diz falar em nome da sociedade, afinal, de qual sociedade está falando?”, pergunta.
Por fim, Tatau acredita que a eleição de Dilma representa a quebra de um paradigma. “Muitas mulheres estão nos movimentos sociais, mas não estão no cargo de direção. Estão na militância, mas o funil não permite chegar aos espaços de maior expressão política. Uma mulher na presidência mostra que as mulheres precisam e devem ajudar a conduzir o país, o sindicato, o movimento social.”

Políticas pela igualdade

Para a psicóloga e coordenadora do Observatório da Mulher, Rachel Moreno, a única forma de avançar na luta por igualdade é tomar as ruas e cobrar políticas públicas. “Apesar de a legislação garantir igualdade, e mesmo com a propaganda federal dizendo que agora podemos ser engenheiras, arquitetas e operárias, precisamos de oportunidades que nos permitam fazer isso acontecer”, comentou. .....

 



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