O Jornal Folha de São Paulo e o Cine Livraria Cultura promove hojé dia (15), às 19h30, a pré-estreia do filme "Elza", de Ernesto Baldan e Izabel Jaguaribe. O documentário, que está previsto para estrear no dia 18 de março, explora imagens de arquivo, números musicais, entrevistas e depoimentos para perfilar a vida e a carreira de Elza Soares.
Participam da produção nomes como Caetano Veloso, Jorge Benjor, Paulinho da Viola e Maria Bethânia. O filme conta com depoimentos e cenas de arquivos dos mais importantes na vida da cantora. Nascida e criada numa favela do bairro de Água Santa no Rio de Janeiro, Elza da Conceição Soares casou-se e teve filho com apenas 12 anos de idade. Com 18 anos, o filho de Elza morre, e pouco depois, seu marido.
Alguns anos depois, Elza conhece Garrincha. Casou-se, teve um filho, e mais uma vez um filho morreu (aos 9 anos de idade), em um acidente de carro. O casamento com Garrincha durou 15 anos. O impulso para a carreira veio do show de calouros – apresentado pelo renomado músico brasileiro Ary Barroso – onde recebeu as maiores notas. Ao fim da década de 50, Elza fez uma turnê de um ano pela Argentina, ao lado de Mercedes Batista. Tornou-se popular com a canção Se Acaso Você Chegasse (de 1960), na qual introduziu o scat ao estilo Louis Armstrong, misturando jazz e samba.
Mudou-se para São Paulo, onde se apresentou diversas casas noturnas e teatros. A voz rouca e vibrante tornou-se sua marca registrada. Após terminar seu segundo LP, intitulado A Bossa Negra, Elza representou o Brasil na Copa do Mundo, de 1962, no Chile. Nos anos 70, fez turnê pelos Estados Unidos e Europa. O estilo “levado” e exagerado da cantora fascinou o público do mundo todo.
Elza Soares teve inúmeras músicas no topo das listas de sucesso no Brasil ao longo dos seus 50 anos de carreira, como Boato, Cadeira Vazia, Só Danço Samba, Mulata Assanhada e Aquarela Brasileira. A Bossa é Negra e Elza Pede Passagem são seus dois álbuns mais aclamados, sendo que este segundo é considerado o representante do samba-soul dos anos 70.
Em 2000, foi premiada como “Melhor Cantora do Milênio” pela BBC em Londres, quando se apresentou em um concerto ao lado de Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Virgínia Rodrigues. No mesmo ano, estreou uma série de shows de vanguarda, no Rio de Janeiro, dirigidos por José Miguel Wisnik.
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