Marco da resistência da cultura de origem africana no Estado do Espírito Santo, o Museu Capixaba do Negro teve as obras de restauração visitadas nesta quinta-feira, 17, pela ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR), Luiza Bairros. Criado em 13 de maio de 1993, com o objetivo de reunir e preservar a história da cultura negra, o espaço é parte da agenda que a ministra cumpre na capital capixaba, Vitória, onde se reuniu com representações governamentais e do movimento social.
Pela manhã, ela foi recebida pelo vice-governador, Givaldo Vieira, o prefeito João Coser e secretários municipais de várias áreas. No período da tarde, o encontro foi com o Movimento Negro. À noite, a ministra foi agraciada com a Comenda Chico Prego, em sessão solene na Assembléia Legislativa do Estado, em homenagem aos 162 anos da Revolta de Queimados. A agenda foi encerrada com uma audiência com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
A viagem ao Espírito Santo faz parte de um cronograma de visitas aos estados, iniciadas este mês pela ministra, visando à ampliação de parcerias e convênios entre o governo federal e os governos estaduais com foco na expansão das políticas de promoção da igualdade racial para todo o território nacional.
O que foi a Revolta de Queimados?Marco da negritude em busca da liberdade, a Revolta, ou Insurreição, de Queimados (19 de março de 1849), representa o maior símbolo da resistência do africano à escravatura no Espírito Santo.
A Revolta aconteceu no município da Serra, em 1849. Na ocasião, segundo relatos históricos, cerca de 300 escravos - liderados por negros como Elisiário, Chico Prego e João Monteiro, o João da Viúva - se rebelaram para cobrar uma suposta promessa feita pelo Frei Gregório José Maria de Bene, um italiano.
Neste período, o missionário teve a ideia de construir uma igreja na Freguesia de São José do Queimado. No entanto, para construir o templo, ele precisava do trabalho dos escravos. Foi justamente aí que Gregório prometeu a carta de alforria para os escravos.
A promessa não foi cumprida e, durante cinco dias, os revoltosos percorreram as fazendas, obrigando alguns donos de escravos a conceder a alforria. O movimento foi contido pela polícia da província. Os rebelados foram presos e julgados, cinco deles sendo condenados à morte.
O líder da insurreição, Elisiário, escapou da cadeia depois que a cela foi esquecida aberta. Os negros atribuíram o acontecimento a Nossa Senhora da Penha. Elisiário refugiou-se nas matas do Morro do Mestre Álvaro e nunca mais foi recapturado. Já Chico Prego foi capturado e enforcado em praça pública na própria Freguesia do Queimado.
Por Comunicação Social SEPPIR/PR
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