Cerca de cinco mil manifestantes unidas para defender a luta contra a violência, por igualdade, dignidade, autônomia das mulheres em passeata organizada por entidades dos movimentos sociais .
Viviane Sousa a primeira mulher a ocupar a presidência de um sindicato de metalúrgicos no Estado de São Paulo, acredita que o passo inicial para mudar a postura das pessoas de uma sociedade machista é modificar no conjunto das ações a concepção de educação ffamiliar.
"......A luta é enorme, mas tivemos guerreiras que foram abrindo caminho e agora devemos continuar tomando o espaço que está aí para ser ocupado nas comunidades”, define.
A dirigente afirmou que, mesmo com o número menor de mulheres nas direcções das centrais, confederações, federações e sindicatos, houve ao longo da história uma melhora consideral da participação das mulheres nas instâncias de poder sindical, dada pela luta iniciada em 1993, quando a CUT institui a política de cotas para gênero, estabelecendo no mínimo de 30% de representantes de mulheres nas direcções. Esta medida ajudou na construção de um novo conceito, estimulando a entrada das mulheres para o movimento, promovendo a concientização da importância de seu impoderamento à ocupar cargos de poder.
A secretária estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-SP,
Sônia Auxiliadora, destacou ainda a relação de duas das principais reivindicações da Central Única dos Trabalhadores, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e o direito à creche, com a igualdade na vida privada. “O movimento sindical tem o desafio e a responsabilidade de debater o compartilhamento das tarefas entre homens e mulheres, a redução da jornada para 40 horas semanais sem aumentar a jornada de trabalho em casa, mas para podermos estudar, nos aperfeiçoarmos, termos tempo para o lazer e para descansar com a família”, apontou.
Reafirmou a importância de eleger uma mulher presidenta e destacou o compromisso da presidenta Dilma Rousseff, assumido por ela durante a campanha, de construir seis mil creches. “Precisamos estar juntas para cobrar da nossa presidenta avanços como a ampliação de creches públicas para que não sejamos privadas de entrar no mercado de trabalho ou ingressarmos na vida pública porque não temos ninguém para cuidar de nossos filhos.”
Também presente na manifestação, a cientista social Tatau Godinho indica que a percepção sobre a desigualdade cresceu, mas ainda não é muito claro onde ela se faz presente.
Para modificar esse quadro, afirmou, é necessário ampliar a atuação militante a partir dos próprios bairros e também democratizar os meios de comunicação. “Os grandes veículos passam uma imagem desqualificada da mulher, fútil, de alguém que só se preocupa com estética e vende para ela um único ideal legítimo, a família e os filhos. Devemos questionar essa imagem e indagar: se a imprensa diz falar em nome da sociedade, afinal, de qual sociedade está falando?”, pergunta.
Por fim, Tatau acredita que a eleição de Dilma representa a quebra de um paradigma. “Muitas mulheres estão nos movimentos sociais, mas não estão no cargo de direção. Estão na militância, mas o funil não permite chegar aos espaços de maior expressão política. Uma mulher na presidência mostra que as mulheres precisam e devem ajudar a conduzir o país, o sindicato, o movimento social.”
Políticas pela igualdade
Para a psicóloga e coordenadora do Observatório da Mulher, Rachel Moreno, a única forma de avançar na luta por igualdade é tomar as ruas e cobrar políticas públicas. “Apesar de a legislação garantir igualdade, e mesmo com a propaganda federal dizendo que agora podemos ser engenheiras, arquitetas e operárias, precisamos de oportunidades que nos permitam fazer isso acontecer”, comentou. .....
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