O jornalista Éric Zemmour foi condenado pela Justiça francesa na semana passada pelo delito de incitamento ao ódio racial, em razão de afirmar em programa de televisão que traficantes são principalmente "negros e árabes".
O julgamento que aconteceu em Paris provocou um intenso debate sobre os limites da liberdade de expressão da França e a apologia ao racismo, em face dos ideias republicanos considerados sagrados à história daquele país europeu. A repercussão também foi intensa por causa de Zemmour ser um popular comentarista de mídia e colunista do Le Fígaro, um dos mais importantes jornais franceses.
Zemmour, cujos pais eram berberes judeus que emigraram da Argélia na década de 1950, disse ao tribunal que não era um "provocador", mas um observador fiel da realidade, embora criticado pelos que comungam com os pensamentos politicamente corretos. O jornalista recebeu manifestações de apoio vários políticos de centro-direita e alguns da esquerda.
Apesar das alegações sobre o direito de expressão, o Ministério Público acusou o jornalista de se utilizar do estereótipo de que a imigração à Europa está ligada ao crime. As frases que levaram ao processo foram ditas no ano passado. Zemmour em referência a supostos abusos da polícia francesa na abordagem a árabes e negros disse que não via nada de anormal na postura, porque para ele a maioria dos traficantes são negros e árabes. "Isso é um fato", afirmou. Disse ainda que empresários devem ter o direito de recusar candidatos negros ou árabes na hora de contratar novos funcionários.
Fonte : Igualddae e Identidade de Ricardo Leão
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