Paris, (Lusa) -- Os conflitos armados privam 28 milhões de crianças de educação no mundo, expondo-as a ataques contra as suas escolas e a violências sexuais, entre outras, revela um relatório da UNESCO hoje divulgado.
Em 67 milhões de crianças em idade de frequentar a escola primária que não estão escolarizadas, "42 por cento, cerca de 28 milhões, vivem em países pobres palco de conflitos", diz o organismo da ONU no relatório sobre a crise, os conflitos armados e a educação.
O número de 28 milhões parte de 2008, precisou à Agência France Press (AFP) a UNESCO, acrescentando não haver estatísticas anteriores.
Um dos principais problemas é que as partes em conflito utilizam as crianças e as escolas, explicou o autor do relatório, Kevin Watkins.
No Afeganistão, 613 ataques contra escolas foram reportados em 2009, contra 347 em 2008.
Por outro lado, as violências sexuais e violações são "largamente utilizadas como técnicas de guerra", a par dos serviços sexuais, entre outros, "impedindo as crianças de ir à escola, em particular as meninas", segundo o relatório.
A UNESCO, Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, põe em causa o sistema de ajuda humanitária, que "passa ao lado das crianças" destes países, nomeadamente porque "menos de dois por cento da assistência humanitária" (cerca de 108 milhões de euros) é afeto à educação, o que "não permite responder senão a um número ínfimo de pedidos de ajuda" para este setor, referiu Watkins.
A organização propõe a criação de uma comissão internacional sobre a violação e as violências sexuais, apoiada pelo Código Penal internacional, e para "reformular o sistema de ajuda humanitária", nomeadamente ao nível de fundos comuns.
Lusa/fim
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