quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mulheres e Eleições

Por Mônica Aguiar



O quadro das mulheres para resultado das eleições no ano que marca 80 anos do voto feminino no Brasil, não é nada satisfatório para a sociedade brasileira, apesar dos dados apresentarem um crescimento de quase 32% de mulheres eleitas como prefeitas no pais que representam  11,37% .
Isto também pode ser observado quando realizamos o levantamento dos vereadores mais votados em várias Capitais do Brasil, deparamos com a triste realidade: - são os homens que ainda concentram maior número de votos.
Mesmo com a cota eleitoral de gênero que tem por objetivo não mais de reservar mais sim preencher garantindo uma maior participação das mulheres na vida política brasileira incluído-as nos pleitos eleitorais. As mulheres, ainda hoje, ocupam pouco espaço no ambiente político e institucional do País.
E  são  diversos fatores que as colocam nesta  condição ou quadro :
- Falta de oportunidade de ter formação política;
- Pouca visibilidade nas campanhas e peças publicitárias; 
- Pouquíssima representação e participação nas decisões da vida interna política principalmente dos maiores partidos;
- Quase nenhum recurso financeiro para viabilizar a campanha;
- Juntando tudo isto, ainda tem que lidar diretamente com a sociedade local, que mantém valores e estereótipos negativos com relação à participação da mulher na vida política.

Durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram participação na política, pois a nós eram negados os principais direitos políticos como: - votar e se candidatar.
 Isto ainda esta muito presente no imaginário das pessoas!

Hoje saímos de uma eleição onde as mulheres tiveram garantido 30% de participação no pleito eleitoral, mas deparamos com o quadro de percentual muito a quem do que eu em particular esperava. Muitas não foram se quer reeleitas.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do total de 448.771 candidatos às eleições municipais deste ano em todo o país, as mulheres representam a terça parte (30,702%), ou 137.783, enquanto os candidatos masculinos somam 310.988, o que equivale a 69,298%.

Em Belo Horizonte Capital das Minas Gerais, apenas uma mulher reeleita e perca de 02 cadeiras dando lugar a dois homens. “Libertas que sera Tamen”.
Belo Horizonte, reúne em sua região metropolitana cerca de 5,5 milhões de habitantes, sendo, assim, a terceira maior aglomeração urbana do Brasil.

Vejamos os lírios dos campos que nos cercam.  Deparamos com textos de análises, justificando o pouco percentual de não eleitas porque as mulheres ainda aceitam ser candidata “laranja”.
Afirmações que as mulheres são tímidas reforçando ainda mais os estereótipos e alimentando veladamente no imaginário das pessoas a incapacidade das mulheres de participação ao pleito eleitoral.  

Até quando as responsabilidades de diminuir as desigualdades econômicas, sociais e política e
ntre homens e mulheres serão apenas nossas? Das mulheres?
Como punir os grandes homens e partidos que usam as mulheres para preencher vagas?
Que não permite que as mulheres participem efetivamente como Dirigentes da vida interna dentro dos  partidos.   Não como mobilizadoras, ou apenas como dirigentes de secretarias temáticas, ou preenchendo cota de mulheres nas direções executivas, mas com poder, ocupando cadeiras em secretárias internas estratégicas. Atoras  políticas, como somos .
Muitas das vezes não é permitido e exercício da cidadania partidária.   
Muito é preciso ser feito. Se a tarefa for de fato somente nossa. Vamos à luta, pois as eleições não acabaram. 

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