"A violência masculina ganhou a esfera pública, mas na cabeça de muitos é ainda um assunto particular, vinculado aos patrões culturais e ao fato da prevalência de uma sociedade machista", explica a diretora da ONU Mulheres, Lucía Salamea-Palacios à Agência Efe.
"A Justiça a respeito da violência de gênero não é precisamente a que melhor funciona, é uma dívida histórica da democracia, mas com as mulheres é pior, porque acaba custando a vida delas", denuncia Ana Lucía Herrera, presidente da Comissão de Transição, um organismo que trabalha com o governo equatoriano para criar um Conselho das Mulheres e Igualdade de Gênero na Assembleia Nacional.
Apesar de a Constituição de 2008 ser uma das constituições mais completas da América Latina e Caribe, persiste o "problema da Justiça, de regulamentações e da falta de decisão por parte dos organismos públicos", diz Ana Lucia.
O Equador apresenta uma taxa de "femicídio" de 30 para cada 1 milhão, número superior a média de 19 para 1 milhão, segundo estudo de 44 países do Centro Rainha Sofia em 2010. A taxa na América Latina, onde só 12 países forneceram números, o dobro mundial.
Segundo Ana Lucía, um dos maiores problemas é a "banalização da violência de gênero", fruto, em parte, do tratamento dado pela mídia.
Ana Carcedo, no estudo de 2011 "Femicídio no Equador", criticou o uso de expressões como "crime passional", que "minimizam a responsabilidade do agressor" e "a gravidade do assassinato". Ana pede uma abordagem diferente dessas notícias, mas aprova a publicação dos casos, pois na falta de dados oficiais isso permite uma apuração das vítimas.
Agencia Patricia Galvão
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