Presidente da ACBANTU
Devido ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Comissão da União Africana para a Implementação de Projetos de Agricultura e Pecuária assinado em 1º de Julho de 2009 vem ocorrendo diversas atividades com vistas a dar seguimento ao compromisso do Governo Brasileiro em apoiar o desenvolvimento agrário e o aumento da produção da agricultura familiar em países africanos.
Nesse sentido está ocorrendo à missão Brasil África em Ghana, da qual a ACBANTU participou através do Taata Raimundo Konmannanjy.
O convite para a nossa entidade compor este Grupo de Trabalho veio através do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
No dia 10/07/2011 em Ghana, o Taata Raimundo Konmannanjy expressou sua grande alegria por estar no continente africano levando a experiência da ACBANTU junto aos agricultores familiares dos Terreiros que produzem alimentos e comercializam para o PAA MDS/CONAB ao mesmo tempo em que compartilha com a Delegação Brasileira e dos demais países Africanos sobre esta cooperação técnica que trouxe muitos benefícios a todos nós.
Saímos de São Paulo no dia 09/07, às 01h30, chegamos em Johnnesburg às 14h00 do mesmo dia e pegamos o vôo para Acrra capital de Ghana as 19h00. Na chegada os participantes da missão foram recepcionados no aeroporto de Ghana pelo embaixador brasileiro o Dr. Luiz Fernando de Andrade Serra.
Foi oferecido um coquetel na casa do embaixador para os integrantes da missão juntamente com autoridades do governo de Ghana. De fato, foi uma grande recepção para nós brasileiros.
Tivemos varias reuniões no ministério da Agricultura, na sede da FAO em Ghana, com seus representantes legais, fomos conhecer os colégios, e no campo onde tinham as plantações de diversas culturas. É que o Brasil está tentado ajudar o país de Ghana na Alimentação Escolar e no desenvolvimento da agricultura.
Durante a penúltima reunião em Accra relatei o trabalho da ACBANTU no Brasil e sua atuação prioritária com os Povos de Terreiro (conhecido lá por Povos Tradicionais) e Quilombos, falei que somos parceiros do Fome Zero, que recebemos uma medalha do presidente da FAO por trabalhos realizados com a população negra em situação de risco alimentar no Brasil e da nossa experiência com o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, Agricultura Familiar Urbana e Periurbana, entrega de Cestas de Alimentos e da solicitação de aumento do per capita da Alimentação Escolar para as Comunidades Quilombolas igualando-a ao índice da Alimentação Escolar dos Povos Indígenas, pleito este aceito pelo Fundo Nacional de Alimentação Escolar – FNDE e as importantes parcerias como a do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS e a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB.
Citei com grande emoção, a importância de estar em terra africana, demonstrando o trabalho da nossa Instituição com as nossas comunidades e alegria que o momento me proporcionava de eu estar junto com a Missão do meu país ajudando a minha Mãe África, que era um sonho de minhas gerações passadas, pisarem na terra dos seus antepassados e no momento eu estava representando os meus antepassados, que todos nós não esquecemos a nossa Mãe, a África.
Quando olhei para os lados muitas pessoas se emocionaram, outros vinham e davam-me abraços longos, e dizendo que sempre estariam conosco, foi um momento que emocionou até os integrantes da missão.
No ultimo dia 20/07, no Ministério da Agricultura chegou-se a uma decisão em criar um comitê ente os dois países para colocar em pratica o que se foi combinado, com a presença do Ministro e do vice- Ministro, outras autoridades do ministério, o embaixador brasileiro em Ghana e a nossa equipe.
Tivemos no Castelo São Jorge El Mina, onde os negros ficavam alojados para ser embarcados nos navios negreiros, um lugar triste até o seu ar lá dentro era diferente, muito ruim dava uma tristeza e muitos se emocionavam da maneira que os antepassados eram tratados e de que maneira eles eram embarcados e muitos jamais voltariam para sua terra natal.
Visitamos o Centro Cultural Brasil House que é conhecido como Tabom, onde poucos escravizados retornaram com a compra da sua alforria ou com a “liberdade” dada pela Lei Áurea. Lá se encontra vários quadros de pessoas e cartas de brasileiros que tinham parentes em Ghana e de pessoas ganeses que tinham parentes no Brasil que foram produzidas pelo Projeto Cartas da África. É possível se aprender a língua portuguesa lá.
Ghana é um país muito parecido com o Brasil e com a Bahia. O seu povo tem alguns hábitos parecidos com os nossos: são muitos religiosos, gostam muito de uma pimenta, gostam de comer de mão, comem bastante azeite de dendê – feijão fradinho – quiabo – pirão de farinha, etc. Em vários momentos eu tomava muitos sustos de ver pessoas parecidas com o nosso povo. Conheci o líder do povo Achante em um dos territórios ricos do país. Quando falei que eu era membro de um povo tradicional o mesmo ficou alegre e veio me cumprimentar e tiramos várias fotos juntos.
Foi uma grande experiência estar participando de uma missão em que o nosso país vai ajudar um território Ancestral, uma parte da nossa Mãe a nossa querida Mãe África, foi mais do que um sonho.
Saímos de Accra na quinta-feira dia 21/07 e chegamos em São Paulo 22/07 e em Salvador as 23h00 do mês dia.
Agradeço muito a Nzaambi, os nossos Ancestrais e ao governo brasileiro por me conceder está honra de pisar em solo africano e de estar em uma missão, que foi fazer uma cooperação técnica para ajudar a nossa querida África.
Participaram desta missão o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS, Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA, Agencia Brasileira de Comunicação – ABC, Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, Fundo Nacional de Alimentação Escola – FNDE, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO e Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu – ACBANTU.
Toondele Nzaambi ye Bakulu!
Fonte:Correionagô
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