terça-feira, 12 de julho de 2011

Médico sugere inclusão da prevenção da violência doméstica na saúde

Huambo – O médico Fernando Ferreira Vicente sugeriu hoje, na cidade do Huambo, a inclusão da prevenção da violência doméstica nas prioridades do sistema nacional de saúde, atendendo ao facto deste fenómeno estar relacionado com a saúde mental dos indivíduos que a praticam.
 Em declarações à Angop a propósito da violência doméstica e suas implicações, o médico considerou que tal fenómeno é responsável por uma epidemia silenciosa e admitiu ser impossível medir a dimensão das suas consequências.
 O também director do hospital municipal da Caála defendeu, por esta razão, a necessidade do sistema nacional de saúde, dentro de suas acções específicas, investir na prevenção, assim como na atenção e recuperação das vítimas de violência doméstica.
 Segundo Fernando Vicente, cabe ao sector da saúde liderar acções específicas, intersectoriais e de cidadania, buscando a qualidade de vida, ambiente saudável, incorporação de direitos e superação de processos de dominação, de exclusão e de violência física, moral e emocional.
 Realçou que o combate a este fenómeno que, no seu entender, tem vindo a atingir proporções alarmantes, passa também pelo estabelecimento de relações entre as autoridades sanitárias e os demais sectores da sociedade, com realce para o da educação, comunicação social e justiça.
 Caracterizou a violência um problema nacional, sendo necessário o engajamento de todos para a sua erradicação na sociedade angolana.
 Fernando Vicente sublinhou que a violência doméstica está inscrita nos determinantes sociais de saúde, cuja definição pode ser extraída na carta de Ottawa (1ª conferência internacional sobre promoção da saúde) acerca dos pré-requisitos para a saúde.
 “É importante que a saúde pública se envolva no processo de prevenção da violência doméstica. Sabemos que a maior parte dos crimes e dos homicídios resultantes deste fenómeno são cometidos por pessoas que estão com estado mental alterado e que poderiam não ter cometido esses crimes se tivessem tido algum atendimento preventivo ou alguma forma de atenção especializada”, argumentou.

Fonte : ANGOP

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