A ministra sul-africana do Interior, Nkosazana Dlamini-Zuma, foi domingo eleita presidente da Comissão da União Africana, sucedendo ao gabonês Jean Ping na liderança do órgão-chave da instituição continental, anunciaram fontes da organização.
"Ela obteve 37 (votos), mais três do que o exigido para a maioria", disse uma fonte da União Africana (UA), citada pela AFP, numa informação entretanto confirmada pelo governo sul-africano.
A mesma fonte, que falou na condição do anonimato, acrescentou que a ministra sul-africana, ex-ministra dos Negócios estrangeiros e ex-esposa do chefe de Estado Jacob Zuma, venceu à quarta volta da votação, em que participaram os chefes de Estado reunidos na cimeira da UA em Adis Abeba.
Após a votação, elementos da delegação da África do Sul sorriam e congratulavam-se mutuamente pelo resultado.
"É bom para a África subsahariana. Nós (naquela região do continente) nunca tivemos este cargo", disse por seu lado um delegado do Zimbabwe, citado pela AFP.
Dlamini-Zuma, que contava à partida com o apoio dos países-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), conseguiu somar 37 pontos, o suficiente para derrotar o seu adversário e presidente da comissão desde 01 de Fevereiro de 2008, o gabonês Jean Ping.
A eleição do presidente da comissão, que havia sido adiada em Janeiro deste ano depois de nenhum dos dois candidatos ter conseguido os dois terços necessários na primeira votação, ameaçava tornar-se um factor de divisão e uma ameaça à credibilidade da União Africana se não fosse decidida na cimeira que decorre em Addis Abeba.
A diplomacia sul-africana e o seu presidente, Jacob Zuma, intensificaram esforços, nas últimas semanas, junto das nações e governos africanos no sentido de garantir os votos necessários para a eleição de Dlamini-Zuma.
Nkosazana Dlamini-Zuma é a primeira mulher a ocupar a presidência da Comissão da UA.
Jakkie Cilliers, do Instituto de Estudos de Segurança sedeado na África do Sul, disse à AFP que os votos em Dlamini-Zuma foram aumentando de uma ronda para a outra.
"Ela ficou à frente na primeira ronda e, depois disso, foi sempre aumentando", disse Cilliers, acrescentando que "os chefes de Estado queriam uma decisão".
Antes da eleição, Dlamini-Zuma desvalorizou preocupações de alguns analistas, que temiam uma polarização na organização por considerarem que a África do Sul violara a regra não escrita de deixar o cargo para os países mais pequenos.
"Não acredito que o continente fique polarizado", disse, acrescentando que o vencedor "garantirá que a comissão trabalha com todos os países, votem em quem votarem".
Fonte: ANGOP
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