por Mônica Aguiar
MULHER NEGRA
Ao analisarmos a situação da mulher negra no Brasil temos
que partir dessa desigualdade histórica entre a mulher branca e a negra,
abordando os avanços e obstáculos de gênero, a partir do referencial de raça.
Conforme o Censo Demográfico de 2000, somos 169,5 milhões
de brasileiros, dos quais 50,79% do sexo feminino. Os negros já perfaziam 45,3%
do total da população. As mulheres negras equivalem a 49% da população negra,
correspondendo a 37.602.461 habitantes. “Esses índices populacionais revelam
que ao tratar da população afro-descendente não podemos falar de” minorias
As mulheres negras contribuíram de forma inquestionável
para a construção socioeconômica e cultural de nosso país e foram decisivas
para as conquistas de direitos das brasileiras. Sua luta contra o racismo e o desmascaramento
do mito da democracia racial tem conquistado o envolvimento e o comprometimento
de outros setores da sociedade civil organizada. A mulher negra está exposta à
miséria, à pobreza, à violência, ao analfabetismo, à precariedade de
atendimento nos serviços assistenciais, educacionais e de saúde.
Trata-se de uma maioria sem acesso aos bens e serviços existentes
em nossa sociedade e, em muito, exposta à violência de gênero e racial. Entre
as conseqüências extremas desta situação está o seu aniquilamento físico,
político e social, que chega a atingir, profundamente, as novas gerações. “A
situação de máxima exclusão pode ser percebida quando analisamos a inserção da população
feminina em diferentes campos: social, político e econômico”.
HISTÓRIA DE LUTAS
O 25 de julho Dia da Mulher Negra Latino-americana vem com o propósito de construir um alerta visível para dizer ao mundo que nós, as negras da América Latina e do Caribe, existimos e vivemos em condições de opressão de gênero e racial/étnica singulares, o que implica em demandas próprias.
O Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha demarca que rompemos, para sempre, com os mitos "da mulher universal". É necessário consolidar esta data para simbolizar quem somos e como vivemos enquanto negras.
A democracia pressupõe o efetivo exercício do ir e vir. Isto não é uma realidade verdadeira para a população afrodescendente. as mulheres negras têm cidadania inconclusa.
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