terça-feira, 5 de julho de 2011

Vulnerabilidade da mulher negra no sistema público de saúde, será discutida nos próximos dias 9 e 10

O índice de mortalidade materna em mulheres negras é 7,4 vezes maior do que em mulheres brancas, desde 2008, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas no  início deste  ano, o projeto realizado pelo ONG Bamidelê vem discutindo direito e saúde sexual e reprodutivo da mulher na Paraíba, com rodas de diálogos e cursos para tratar, entre outros assuntos, sobre morte materna.
Nos próximos dias 9 e 10, no Hotel Xênius, será discutida a vulnerabilidade da mulher negra no sistema público de saúde. O evento vai contar com a participação da educadora Cristina Nascimento (PE) e a professora da UFPB Socorro Borges, que vão abordar os temas Mortalidade Materna e aborto inseguro.
De acordo com a coordenadora do projeto, Luana Natiele Basílio, participam do curso mulheres quilombolas, de terreiros, articuladoras da juventude negra e do sindicato das domésticas. O primeiro módulo do curso já foi iniciado com os temas Identidade Negra e Direito e Saúde Sexual e Reprodutivo da Mulher Negra. “Infelizmente, como o curso propõe uma continuidade, não será aberto a outros participantes, explicou.”

A pesquisa divulgada pelo IBGE há três anos ratifica um dado divulgado em 2001 no Manual de Doenças Importantes por Razões Étnicas do Ministério da Saúde, que mostrava que o índice de morte materna em mulheres negras é de 275 para cada 100 mil mulheres, enquanto o índice em mulheres brancas é de 43.  Estes índices também são tratados no livro Gestantes Negras: vulnerabilidade, percepções de saúde e tratamento no pré-natal na Grande João Pessoa , dos autores Antônio Novaes e Ivanildes Fonseca.
 De acordo com Luana Basílio, o livro ressalta que o maior índice de mortalidade negra se dá em função do racismo institucional que a mulher negra sobre no atendimento. Entre as práticas do racismo está a utilização de menor quantidade de anestesia por pressupor que a mulher negra é mais resistente a dor , comentou Luana.
No ano passado, pelo menos 28 mulheres tiveram morte materna na Paraíba. As estatísticas mostram
que de 2006 a 2010, houve um aumento de 64,7% no número de casos na Paraíba, de acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS ) define mortalidade materna como a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da mesma, devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela.

Associação de Mulheres Negras Aqualtune
Fonte Larissa Claro
Correio da Paraíba - João Pessoa/PB
Ministério da Saúde | Institucional

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