A Igreja construída no século XVIII por escravos com o objetivo de receber os próprios escravos no seio da Igreja Católica, é também conhecida por sua arquitetura barroca – estilo de construção que defende o estado psicológico de liberdade e de atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. Em seu interior podem ser encontradas as imagens de alguns santos negros como São Elesbão e Santo Antônio do Catejeró. Após dois anos de reforma, os altares, as tribunas folheadas a ouro e os painéis de azulejaria portuguesa foram todos recuperados. Segundo a restauradora Rosândila Nunes, o trabalho de restauração dos traços originais se tornou bastante difícil pelo estado avançado de destruição em que as peças foram encontradas. “As pinturas estavam cobertas de fungos que formaram placas que impediam a visão das obras”, ressalta. As missas celebradas no apostolado apresentam cânticos em ritmos africanos acompanhados por atabaques, tamborins e repiques, sendo uma das maiores expressões do sincretismo baiano. Para Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA/FCP) a reabertura da igreja significa a preservação de um espaço importante para a história e cultura do Brasil. “Assegurar à população afrodescendente a proteção de seus hábitos e costumes religiosos garante a conservação e o respeito do patrimônio cultural material e imaterial das ordens religiosas com referências africanas”, afirma. A Basílica começou a ser erguida em 1704 pela Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos formada por negros escravizados e outros que já tinham alcançado a liberdade. A construção foi marcada pelo esforço dos escravos que doavam o pouco dinheiro que conseguiam juntar com isso a igreja demorou cem anos para ficar totalmente pronta. Após 308 anos de história, o local é espaço de reunião e reorganização dos membros da irmandade e de fortalecimento da história do Brasil com a mãe África.
Serviço: Contato: (71) 3241-5781
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