Alagoas será a sede do IX Seminário Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, que vai acontecer nos dias 29 e 30 deste mês, no Hotel Jatiúca Resort, em Maceió. Reunindo ialorixás e babalorixás de 22 estados brasileiros, além de técnicos do Ministério da Saúde (MS). O evento tem o objetivo de discutir questões ligadas às Condições de Saúde, Política Nacional de Humanização do SUS, Religiões de Matriz Africana, Políticas Públicas e Controle Social.
Promovido pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileira, que este ano completa dez anos, o seminário visa contribuir para a troca de saberes e experiências entre os terreiros e o Sistema Único de Saúde (SUS). E, ainda, dar continuidade a parcerias com os núcleos da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e os programas e ações do SUS. ”Com o seminário, queremos discutir as ações do SUS e sensibilizar os gestores e conselheiros de saúde sobre a importância da implementação da Política Nacional Integral da População Negra. Isso porque, a política se tornou Lei, de acordo com o Estatuto da Igualdade Racial”, afirmou o presidente da rede, José Marmo da Silva. Os dois dias do seminário serão marcados por uma programação que terá temas importantes, por fazerem parte das discussões diárias dos babalorixás e ialorixás. No dia 29 a partir das 8h30 horas, os participantes farão uma homenagem às Deusas das Águas. Após esse momento, às 10h30, acontecerá a abertura oficial, dando início as palestras e oficinas. A primeira palestra tem como tema: Exu: a dinâmica da vida, da comunicação e da saúde. A comunicação também estará na pauta da tarde, abrindo os trabalhos que começam às 14 horas, tendo como tema :Comunicação: Racismo como determinante das condições de saúde. Dois painéis estão programados, o primeiro irá tratar sobre religiões de Matriz Africana, Políticas Públicas e o Controle Social e o segundo irá abordar a População Negra, os Terreiros e os Desafios no enfrentamento do HIV/AIDS. A programação deste dia será encerrada com a apresentação do vídeo “Cuidar nos Terreiros”, que aborda as práticas de cuidados dos terreiros. Segundo dia - O diálogo entre os participantes abre a programação do segundo dia do evento, quando os participantes estarão, das 8h30 às 10h30, divididos em três salas, que dão nomes aos representantes de religiões de Matriz Africana. Nomes que deram uma grande contribuição aos seus seguidores. Na sala Mãe Andressa (Tambor de Mina), as discussões estarão em torno do tema os Terreiros e a Segurança Alimentar e Nutricional, no Pai Joãozinho da Goméia (Angola) – Terreiros, Sexualidade e Direitos Humanos e na mestre Borel – Juventude dos Terreiros. Em seguida acontecem três painéis, que irá abordar os temas Dialogando com as Políticas Públicas: Políticas Nacional de Humanização do SUS, de Saúde do Homem e Saúde do Idoso. As Religiões Afro-Brasileiras e o Imaginário Social será o tema da palestra das 14 horas e, a partir das 15:30, será feito um balanço das ações, atividades, desafios e perspectivas nos últimos dez anos da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde.O evento conta com o apoio do Ministério da Saúde e a colaboração do Fundo de População das Nações Unidas.
Resistência
As religiões afro-brasileiras mantiveram-se, ao longo dos anos, como um dos espaços de resistência cultural negra, formando uma estruitura que marca de forma significativa a cultura brasileira. São mais de 150.000 terreiros instalados em todo Brasil constituindo as diversas expressões das religiões de matriz africana. Os terreiros são espaços de inclusão para os grupos historicamente excluídos, de acolhimento e de aconselhamento.As práticas rituais e as relações interpessoais que são construídas nestes espaços possibilitam as trocas afetivas, produção de conhecimento, acolhimento.
Fonte SEPPIR
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