O fim da diferença de oportunidades oferecidas a homens e a mulheres e o combate à violência de gênero são alguns dos temas que estarão em discussão durante o Seminário Internacional Brasil-Estados Unidos sobre o Empoderamento de Meninas. O evento conta com a participação de cerca de 80 adolescentes de 13 a 17 anos de várias partes do Brasil, além dos Estados Unidos, do Chile, México e Uruguai.
Nos três dias do evento, elas vão discutir entre si e com representantes do governo, políticas públicas com recorte de gênero, para compreender quais os principais desafios e oportunidades na vida das meninas, além de promover o direito de participação de crianças e adolescentes em todos os espaços da vida pública.
A estudante norte-americana Samantha Lockwood, de 17 anos, que há sete mora no Brasil, considera que o problema ocorre tanto nos dois países, mas de forma diferente. “Nos Estados Unidos parece que acontece mais no trabalho, gerentes, diretores que não querem dar empregos para mulheres ou querem pagar menos, e não acontece tanto isso no Brasil, pelo menos pelo que eu percebi. No Brasil é mais no esporte, na igualdade de importância dos pensamentos: o que elas acham parece que é menos escutado. É mais ou menos a mesma coisa, mas em diferentes áreas. No Brasil é mais no social, na vida. No total, parece que somos menos escutadas”.
Moradora de Campo Grande (MS), Letícia Catellan, de 16 anos, que participa dos projetos Escola do Legislativo e Parlamento Juvenil do Mercosul, considera o seminário muito importante, pois discute um problema que ocorre em todo o mundo. “Aqui tem adolescentes de todo o Continente Americano, são garotas que observam e estão prontas para falar, serem ouvidas, contar quais são as suas experiências”, disse.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, declarou que o seminário é uma porta que se abre entre as gerações para que as meninas possam entrar e ocupar os espaços de poder. “O nosso objetivo é realmente marcar, nesta nova geração, a participação igualitária como um dos caminhos para consolidar a democracia. A democracia não existe se não tiver 52% da população ativamente participando”.
Maria do Rosário lembrou que o Brasil tem avançado na questão da igualdade de gêneros, com as mulheres ocupando mais espaço de desenvolvimento. “As mulheres já são maioria em todos os níveis de ensino, têm conquistado importantes espaços em concursos públicos e ocupam cada vez mais profissões mais renovadas em possibilidades, que antes eram ocupadas apenas por homens”, disse.
A ministra ressaltou ainda que todas as políticas públicas pensadas nos últimos anos pelo governo valorizam as mulheres. “Nós podemos dizer que todas as políticas no Brasil, como o Programa Minha Casa, Minha Vida, priorizam a mulher chefe de família, a chave é da mulher, o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], há condição de financiamento e renda para as mulheres. Cada uma das políticas públicas que nós pensamos no Brasil, o Bolsa Família, o Brasil sem Miséria, o Brasil Carinhoso, tem um olhar de gênero hoje”.
De acordo com ela, o seminário é o princípio de uma mudança no paradigma da igualdade de gêneros. “Nós avaliamos aqui a conjunção de ser jovem, ser adolescente e ser mulher. E o que nós buscamos com essas adolescentes é o protagonismo delas na superação dessa violência, para que essa geração possa ser uma geração que não se naturalize mais a violência de nenhuma forma. A violência de gênero e nenhum tipo de violência”, declarou.
Fonte: Agencia Brasil
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