Rastafari é um movimento religioso que prega o retorno dos
negros à terra natal de seus antepassados, a África.

O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros em meados dos anos 30, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassie como o único monarca Africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e o conquistador do Leão de Judá, que foram dados pela Igreja Ortodoxa etíope, que existe há muito tempo e não tem relação com a Católica.
Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de idéias religiosas, vide a Guerra de Canudos e Guerra do Contestado, as quais tiveram seus respectivos líderes messiânicos.
O movimento é algumas vezes chamado Rastafarianismo, porém alguns Rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas.
O movimento Rastafari se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigraçãoe do interesse gerado pelo ritmo do Reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de Reggae jamaicano Bob Marley. Em 2000 haviam aproximadamente 1.000.000 de seguidores do Rastafari pelo mundo, segundo uma pesquisa, mas é algo realmente difícil de saber, pois muitos vivem longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com Rastafaris. Muitos dos Rastafaris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares de Levítico e Deuteronômio no Velho Testamento.
O encorajamento de Marcus Garvey aos negros terem orgulho de si mesmos e de sua herança africana inspiraram Rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e da África, um exemplo é o porque que não te ensinam sobre a Antiga Nação Etíope que derrotou os italianos 2 vezes e foi a única nação livre na África desde sempre. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo a natureza e da savana africana e seus leões, em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem da cultura africana.
Rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por uma visão de fora, quando os Rastas olham a vida de dentro, olhando para fora, e todo Rasta tem de encontrar sua própria verdade.
Outro importante identificador da Afrocentricidade é a identificação com as cores verde, dourado, e vermelho, representantativas da bandeira da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento Rastafari, e da lealdade dos Rastas a Haile Selassie, a Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possivelmente vivem. Estas cores são freqüentemente vistas em roupas e decorações. O Vermelho representa o sangue dos mártires, o verde representa a vegetação da África enquanto o dourado representa a riqueza e a prosperidade que a África tem a oferecer.
Muitos Rastafaris aprendem a língua amárica, que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Haile Selassie I, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente o inglês, mas diferenciado, o falado na jamaica (patois). Há músicas de reggae escritas em amharic.
Uma opinião que une os Rastafaris é que Ras, um título de nobreza Amharic correspondente a príncipe ou cabeça; também podendo significar principal. Tafari Makonnen que foi coroado como Haile Selassie I imperador da Etiópia em 2 de Novembro de 1930, é a encarnação do chamado Jah (Deus) na Terra, que é o Messias Negro que irá liderar os povos de origem africana a uma terra prometida de emancipação e justiça divina. Porém algumas correntes rastafaris não acreditam nisso literalmente. Parte porque seus títulos Rei do Reis, Senhor dos Senhores e Conquistador Leão da tribo de Judá, apesar de se encaixarem com aqueles que o Messias mencionou no livro de Judá, também foram dados, de acordo com a tradição etíope, a todos os Imperadores Salomônicos desde 980 a.C. , mas Selassié foi o único que recebeu, evidentemente, Todos os títulos, ainda os mais sagrados como "Supremo Defensor da Fé" e "Poder da Santíssima Trindade", Haile Selassie era, de acordo com algumas tradições, o ducentésimo vigésimo quinto na linha de imperadores etíopes descendentes do bíblico Rei Salomão e a Rainha de Sabá. O salmo 87:4-6 é também intrepretado como a previsão da coroação de Haile Selassie I.
No século X a.C., a dinastia Salomônica da Etiópia foi iniciada com a ascensão ao poder de Menelik I, filho de Salomão e da Rainha de Sabá, que visitava Salomão em Israel. 1 Reis 10:13 diz "E o Rei Salomão realizou todos os desejos da Rainha de Sabá, um destes sua própria generosidade Real. então ela voltou e foi para seu próprio país, ela e seus servos." Segundo a popular epopéia étíope Kebra Negast, Rastas interpretam isto como o significado que ela concebeu seu filho, e disto eles concluem que as pessoas negras são as verdadeiras crianças de Israel, ou hebraicas. Hebreus negros tem vivido na Etiópia por séculos, sem conexão com o resto do mundo judaico; a existência deles deram credenciais e ímpeto para os primeiros Rastafaris, validando a crença de que a Etiópia é na verdade Zion, a Israel de um Novo-Nome, já que só lá que a Casa de Davi reinava soberana, sob um país cristão/judaico, além do mesmo reino possuir a Arca da Aliança.
Alguns Rastafaris escolhem clasificar sua religião como Cristianismo ortodoxo etíope, Cristianismo Protestante, ou Judaísmo. Entre estas, os laços para a Igreja etíope são os mais difundidos, embora isto seja uma controvérsia para muitos clérigos etíopes. Rastafaris acreditam que as traduções comuns da Bíblia incorporam mudanças criadas pela estrutura da força branca racista. Alguns adoram a Kebra Negast, mas muitos destes Rastas classificariam-se como etíopes ortodoxos na religião e Rastafaris na ideologia. Alguns Rastafaris prestam pouca atenção ao Kebra Negast, e muitos consideram isto como nada próximo da santidade da Bíblia.
Para a religião Rastafari, Selassie I permanece seu Cristo e seu rei. Eles vêem Selassie como digno da adoração, e como tendo erguido-se com grande dignidade perante a imprensa internacional e de muitas das nações mais poderosas do mundo, quando ele era o único chefe de estado negro em todo o planeta. No começo os Rastas decidiram que sua permanente lealdade iria ser dedicada ao único comandante africano negro, Selassie, e estes eram bem como os livres cidadãos da Etiópia, leais a seu imperador e devotados à bandeira.
Muitos Rastafaris acreditam que Selassie é de certa forma a volta de Cristo e assim os Rastafaris são os verdadeiros Israelitas. Alguns Rastafaris ainda acreditam que Jesus era Moisés filho de José, enquanto Selassie I é Moisés filho de David e usam uma visão não milenar do reinado de Cristo e uma visão pós milenar para Selassie I. No coração do Rastafari está a crença de ser o próprio Rei ou príncipe (por isso eles se proclamam Rastafari). Como o Rei Midas cantou "Quando eu vi meu pai com a picareta e minha mãe com a vassoura, eu soube que o homem Rasta estava exilado" (Rei Midas, Rastaman exilado, 1980). Rastas dizem que eles foram escravizados, mas converteram isso ao seu próprio potencial divino, acreditando que como Selassie I interrompeu esse ciclo, eles também são dignos de Reis e Príncipes.
Rastas chamam Selassie De Jah ou Jah Rastafari, e acreditam haver uma grande força nestes nomes. Eles autoproclamam-se Rastafari para expressar a relação pessoal que cada Rasta tem com Selassie I. Rastas gostam de usar o número ordinal com o nome Haile Selassie I, com o número romano dinástico significando o primeiro deliberadamente pronunciado como a letra I - novamente como signicado da relação pessoal com Deus. Eles também o chamam de H.I.M sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty). Isso tudo reflete unidade, tendo em consideração que muitas das palavras Rastas começam com "I", como "I-Ration" e "I and I".
Fonte texto : http://www.revistaafrobahia.com.br/
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