No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, os Correios lançarão no Estado de Alagoas selo e cartões postais comemorativos, destacando a importância cultural e histórica do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, um dos símbolos da resistência negra no Brasil, e o maior da América Latina. Localizado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, o Parque foi o local onde viveu e morreu o líder negro Zumbi dos Palmares.
As peças que terão tiragem de 300.000 exemplares para selos e 3.000 para postais, cumprirão um importante papel ao conhecer a referência que é o espaço do Parque. “Foi onde aconteceram as primeiras lutas em busca contra a escravidão de africanos e seus descendentes , e pela igualdade de oportunidades,”, lembra. “Foi onde Zumbi foi o maior dos líderes contra a exploração do negro, fato que mudou a história do Brasil”, destaca.
A representante da FCP em Alagoas, Genisete de Lucena Sarmento, acredita que a iniciativa reforçará não apenas o aspecto antropológico por trás da temática do selo, mas também as lutas contemporâneas da população negra e dos religiosos de matriz africana por seus direitos fundamentais.
Peças filatélicas – Por meio da arte de Luciomar de Jesus, o selo e os postais retratam, ao fundo em azul, uma panorâmica do primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do país. À esquerda, em primeiro plano destaca-se a construção Muxima de Palmares (Coração de Palmares), em homenagem aos comandantes-em-chefe que formavam o conselho deliberativo do Quilombo.
Em segundo plano, há uma oca indígena, que representa a cultura dos primeiros habitantes da Serra da Barriga. À direita, aparece a edificação Onjo Cruzambê (Casa do Campo Santo), espaço de apoio às práticas das religiões de matriz africana. Ao lado da edificação, duas figuras femininas representam as práticas religiosas desse espaço sagrado. A técnica utilizada foi pintura. As peças serão comercializadas até 31 de dezembro de 2015.
O lançamento do selo fará parte da programação para o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra na Serra da Barriga onde está localizado o Parque Memorial. Entre as atrações programadas estão ainda um cortejo afro, asteamento com as bandeiras do Estado de Alagoas e da bandeira do município de União dos Palmares, além de apresentações culturais como de capoeira e danças.
Parque Memorial Quilombo dos Palmares – Foi para as matas fechadas da Serra da Barriga, que alcança até 500 metros de altitude, que milhares de negros escravizados fugiram durante o período de dominação holandesa. Tornou-se, assim, um dos principais pontos da história da resistência negra, abrigando o maior quilombo já implantado nas Américas, o Quilombo dos Palmares.
Fundado em 1590, Palmares se transformou em um estado autônomo. Tendo abrigado mais de 20 mil pessoas, resistiu por quase 100 anos aos ataques holandeses, luso-brasileiros e de bandeirantes paulistas. Em 1696, foi totalmente destruído, um ano depois que Zumbi, seu líder, foi assassinado por Domingos Jorge Velho, bandeirante contratado com a incumbência de sufocar a todos que constituíam o Quilombo.
Para que a história não se perdesse, no Parque Memorial foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo: paredes de pau a pique, cobertura vegetal, inscrições em kimbundo e yorubá, o Onjó de Farinha (Casa de Farinha), o Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), o Oxile das Ervas (Terreiro das Ervas), as ocas indígenas e a Muxima (Coração de Palmares).
O espaço do Parque, além das construções que referenciam o modo de vida daquela comunidade, dispõe de pontos de áudio – Acotirene, Quilombo, Ganga-Zumba, Caá-Puêra, Zumbi e Aqualtune – de onde é possível apreciar narrações dos aspectos cotidianos do quilombo e músicas da cultura negra em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e italiano.
No parque destacam-se ainda, os mirantes, de onde se avistam magníficas paisagens da Serra da Barriga. São as atalaias de Acaiene, Acaiuba, e Toculo. Completando o ciclo das edificações simbólicas, o restaurante Kúuku-Wáana (Banquete Familiar) oferece pratos da culinária afro-brasileira e, no Batucajé (palco), acontecem manifestações artístico-culturais.
Fonte e texto : FCP
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