segunda-feira, 25 de abril de 2011

África Subsaariana lidera avanços nos ODM

IPC-IG/Charles KimaniRegião tem oito países entre os dez que avançam mais rapidamente em indicadores que medem progressos rumo aos Objetivos do Milênio


 dos dez países que avançaram mais rapidamente em um grupo de até 40 indicadores que medem progressos nos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) pertencem à África Subsaariana, aponta o estudo Atingindo os ODM: Uma Medida de Progresso, publicado pelo IPC-IG (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), um órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro.
Burkina Fasso lidera o ranking de 98 nações e territórios que integra o estudo, com melhoras em 91,3% de 23 indicadores analisados. O país registrou piora em apenas dois quesitos (8,7% do total) e não se manteve estável em nenhum. “O resultado mostra que, mesmo se assumirmos que essas nações não estão perto de atingir os ODM até 2015, elas estão obtendo mais progressos que todas as outras”, aponta o estudo.
O desempenho de Angola (segunda colocada) e da República Centro-Africana (terceira) também foram elogiados no estudo, com aceleração em 90% dos indicadores avaliados (20 em ambos os casos). Também integram a lista dos dez primeiros Senegal (sexto), Etiópia (sétimo), Togo (oitavo), Nigéria (nono) e Mali (décimo). Marrocos (quarto) e Nepal (quinto) são as exceções à África Subsaariana entre os dez primeiros.
Apenas duas nações da porção africana localizada ao sul do Saara estiveram na faixa dos 20 países com a colocação mais baixa: Sudão (84ª colocação) e Mauritânia (89ª). A primeira apresentou avanços em 13 (52%) de 25 indicadores analisados, piorando ainda em 11 (44%) e mantendo-se estável em um (4%). Já a Mauritânia melhorou em 12 (48%) dos quesitos, registrando queda em 12 (48%) e permanecendo igual em um (4%). O Kuait é o último colocado no ranking geral, com bom aproveitamento em apenas 3% dos 16 indicadores avaliados.
O relatório publicado pelo IPC-IG se propõe a apresentar uma nova abordagem sobre os avanços no cumprimento dos ODM. A metodologia leva em conta o compromisso dos países nos oito propósitos, medindo os esforços empreendidos em até 40 indicadores, entre 1990 e 2008, para acelerar as conquistas em cada uma das metas estabelecidas pelos países que integram a ONU.
Os progressos globais em mortalidade materna, por exemplo, diminuíram em 16 dos 21 países com dados disponíveis. Por outro lado, o indicador de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza melhorou em cerca de 80% das nações, enquanto os números referentes à educação universal básica ou primária aceleraram em 70% dos locais analisados.
“Nossa iniciativa avalia processos, e não níveis. Comparamos graus de progresso no cumprimento dos ODM estudando mudanças nos indicadores registrados antes e depois do anúncio das metas da ONU. Também recompensamos países por bons esforços na aceleração dos avanços nos ODM, em vez de rotulá-los como não cumpridores porque podem não alcançar os números que são alvo até 2015”, declara o economista Degol Hailu, que divide a autoria do estudo com a pesquisadora Raquel Tsukada.
Ainda segundo Hailu, reduzir à metade a proporção da população pobre requereria um maior desempenho de um país que começou a atuar para atingir os ODM com 80% de sua população abaixo da linha de pobreza (menos de US$ 1,25 por dia) do que uma nação em que apenas 20% da população era pobre. O mesmo se aplicaria a países de renda média: elevar o número de matrículas em educação básica seria mais fácil no caso de 40% a 50% do que nos de 90% a 100%.

Fonte : PNUD

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