segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ato Heróico da Revolta dos Malês

   O Ato Heróico da Revolta dos Malês, ocorrido no dia 25 de janeiro de 1835, nesta cidade do Salvador, se constitui em um referencial de alto grau de simbolismo para a o necessário grifo histórico, político e cultural da participação do povo negro nas lutas desde áfrica até o Brasil,  contra o poder assassino e opressor, uma contribuição à elevação e consolidação da auto – estima de pertencimento na diáspora africana.
Este fato histórico, que envolveu negros e negros escravizados, de diversas origens do continente africano, marcou sítios, praças ladeiras, ruas e becos da cidade do salvador, hoje para nós sítios históricos revolucionários daquele momento de rebelião a exemplo da Ladeira da Praça, Baixa dos Sapateiros, Pelourinho, Terreiro de Jesus, Praça Municipal, Praça Castro Alves, Barroquinha, Palma, Preguiça, Campo da Pólvora, São Bento, Água de Meninos, etc.
Tanto quanto a revolta dos búzios ocorrida no final do século 18, esta rebelião Malê ocupa papel singular na historiografia da participação do povo negro na luta contra o poder opressor no Brasil colonial.
Não temos dúvida que, caso tivéssemos sidos vitoriosos(as) naquela batalha, a sociedade atual teria seu tecido sócio – político com justiça social.
Apesar de reprimido, torturado e executado pelo braço armado do estado, aquele movimento foi certamente o mais importante nas Américas e impactou significativamente a sociedade brasileira da primeira metade do século 19, tamanha foi a ousadia revolucionária, considerando também a fúria da punição aplicada pelo poder opressor responsável pelo sentenciamento de 231 pessoas e consumação do fuzilamento de quatro lideres na praça do campo da pólvora.
Com base no conjunto de simbolismos e referência histórica para todo estado da Bahia, a partir da realidade do inegável fato de ser o mesmo, um estado e uma capital de inquestionável maioria negra, é que nós estamos conclamando toda a sociedade brasileira, particularmente a baiana e em especial a população negra , bem como todas as instituições comprometidas, para engrossarem as fileiras desta campanha “implantação de símbolos referenciais da Revolta do Malês na Bahia” tendo como sítio a praça do campo da pólvora, local onde, devido sua luta por justiça social, foram em 14 de maio de 1935, fuzilados quatro heróis, tendenciosamente condenados à pena capital : Jorge, Pedro, Gonçalo e Joaquim.
Em complemento aos símbolos requeridos, esta campanha defende também, que a estação do metrô daquela praça, como forma de justa homenagem referencial ao sitio histórico, acrescente a palavra Malês ao seu nome, passando a denominar-se “estação campo da pólvora – Malês”.
Movimento este, que exige das autoridades governantes e legislativas, todas as condições necessárias à consecução da instalação destes justos e honrosos referenciais, em uma cidade cujas praças e ruas são, na sua esmagadora maioria, grifadas por estatuas, bustos, monumentos, símbolos e denominações, em homenagem aos representantes, não por acaso brancos, que ocuparam o poder, ao longo da trajetória histórica, dentre os quais, diversos oriundos de famílias, as quais foram sustentadas por processos de exploração, violências, torturas e assassinatos contra aqueles e aquelas que construíram, ainda que involuntariamente, as bases econômicas e culturais deste pais.
Salve os Herois e heroínas da revolta dos malês ! ! !
Salve a revolta do Malês: uma atitude que dá orgulho a nossa africanidade ! ! !
Determinação do passado lição para as lutas dos dias atuais! ! ! 
FÓRUM CONEM BAHIA
Fonte : Correio Nagó

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