Duas pesquisadoras brasileiras tiveram seus
trabalhos reconhecidos pela 17ª edição da premiação internacional Para
Mulheres na Ciência, iniciativa da multinacional francesa de cosméticos
L’Oréal em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco).
Thaisa Storchi Bergmann, do Instituto de Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi escolhida por suas pesquisas
sobre buracos negros; já Carolina Horta Andrade, da Faculdade de
Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), pelas suas
contribuições no desenvolvimento de um medicamento multifunção contra a
leishmaniose.
Bergmann é a única latino-americana entre as cinco pesquisadoras
premiadas na categoria principal. Elas foram selecionadas em cinco
regiões do mundo por um júri independente formado por 12 cientistas
internacionais proeminentes, escolhidos por Ahmed Zewail, ganhador do
Nobel de Química em 1999.
Entre os membros do júri internacional está a brasileira Beatriz
Barbuy, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da
Universidade de São Paulo (USP), ganhadora do Para Mulheres na Ciência
em 2009. Barbuy coordena o Projeto Temático Evolução
química e populações estelares galácticas e extragalácticas, por
espectroscopia e imageamento, realizado com apoio da FAPESP.
Entre os trabalhos de Bergmann que levaram à sua premiação estão
pesquisas sobre como os buracos negros influenciam a evolução das
galáxias via acreção (acumulação) e ejeção de matéria ao seu redor. A
pesquisadora foi a primeira a discernir o movimento orbital de uma
matéria em torno de um buraco negro supermassivo no centro de uma
galáxia próxima.
Já Andrade é a única brasileira entre as 15 jovens pesquisadoras que
receberão o prêmio na categoria “International Rising Talents”. O
reconhecimento se deu por conta de suas pesquisas para o desenvolvimento
de medicamentos multifunções contra a leishmaniose.
Em vez de atacar apenas uma das funções vitais do parasita, o novo
medicamento o ataca em vários lugares, o que aumenta as chances de
mata-lo ao mesmo tempo em que diminui sua resistência. Andrade foca no
desenvolvimento de uma versão de baixo custo do medicamento, acessível a
populações mais pobres, onde a prevalência da doença é maior.
A entrega dos prêmios será feira no dia 18 de março, na Universidade de Sorbonne, na França.
Fonte: Agência FAPESP
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