A bancada feminina do Congresso Nacional, formada atualmente por 13
senadoras e 51 deputadas federais (10,77% dos 594 parlamentares que
integram o Senado e a Câmara dos Deputados) lançou na sede da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a campanha
“Mais mulheres na política”, que pretende garantir, já nas próximas
eleições, que 30% das vagas das casas legislativas de todo o país sejam
ocupadas por mulheres. A proposta prevê aumento dessa cota em 5% a cada
eleição até chegar ao índice de 50%.
De acordo com números levantados pela campanha, o Brasil ocupa hoje a
124ª posição, em ordem decrescente, entre 188 países, quanto à
participação feminina no Legislativo. Na Câmara, as mulheres ocupam hoje
9,94% das 513 cadeiras e, no Senado, detêm 16,05% das 81 vagas. Nas
assembleias legislativas e nas câmaras de vereadores, a presença
feminina limita-se, respectivamente, a 11% e 13,3%, apesar de a
legislação eleitoral mandar que os partidos políticos destinem pelo
menos 30% das vagas para as eleições às mulheres.
“Desejamos mais mulheres na política. Desejamos que as mulheres
tenham condição de exercer esse olhar da política, que é muito
diferenciado da maioria do Congresso Nacional, onde hoje, quase 90% são
homens. Somos 52% da população e desejamos ter essa porcentagem de
cadeiras”, disse a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Há duas propostas de emenda à Constituição no Senado, apresentadas
pelas senadoras Marta Suplicy e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “Na
década de 90, a mesma campanha foi desenvolvida e conseguimos aprovar a
lei que garantiu a cota de candidaturas. Mas, passados 20 anos,
percebemos que o avanço das mulheres e nossa presença no Parlamento
ainda são muito pequens, o que exige mudança radical nas leis”, disse
Vanessa.
Participaram também do lançamento da campanha os presidentes do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) , e da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), além do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que se candidatou ao
governo paulista, nas eleições do ano passado, pelo PMDB.
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