Obstetras, obstetrizes, doulas e enfermeiros obstetras que atendem
parturientes de forma humanizada sentam no chão durante o parto. Eles
explicam que essa é a única forma de observar a evolução do trabalho de
parto, examinar a gestante sem incomodá-la e ainda permitir que a mesma
fique na posição que considerar mais confortável para parir.
Durante o trabalho de parto e o expulsivo, muitas mulheres preferem
ficar agachadas no chão ou sentadas na banqueta para parir de cócoras –
uma posição que facilita o nascimento do bebê pois a gravidade ajuda ele
a nascer com mais facilidade e evitar lacerações.
Muitos médicos, no entanto, ainda fazem a paciente ficar deitada na
cama em posição ginecológica o que não contribui para, por exemplo,
aliviar as contrações e o nascimento do bebê. Desta maneira, segundo
médicos humanizados, são evitados procedimentos desnecessários e
possíveis violências obstétricas, como a episiotomia.
Mães, doulas, obstetrizes e demais ativistas do parto humanizado
começaram uma campanha neste fim de semana nas redes sociais após um
médico dizer na semana passada em um congresso no Rio que é ‘humilhante’
para um obstetra sentar no chão para atender um parto. Ele alegou que
não estudou tantos anos para ficar no chão.
Com a hasthag #sentandoparaopartonormal mulheres têm publicado
fotos dos seus partos com os profissionais que sentaram, observaram e
esperaram a mulher parir seu bebê.
A obstetra Roxana Knobel publicou uma outra foto onde diz que sentada
no chão é a melhor maneira de atender uma gestante. “Não consigo
imaginar melhor lugar para uma pessoa ‘assistir’ um parto do que sentada
no chão, logo abaixo da parturiente. É confortável, é respeitoso, é
emocionante, é super prático. É o melhor lugar!”, relata.
A médica Carla Andreucci Polido postou sua foto deitada no chão
atendendo uma parturiente com uma lanterna na mão. “Essa foto é só para
dizer que me sentar ou me deitar no chão para assistir um parto, sem
tirar a mulher de seu conforto, é um dos melhores aspectos da
obstetrícia que pratico. ‘Rebaixar-me’ seria desperdiçar toda minha
formação e minha expertise apenas para fazer cirurgias cesarianas com
hora marcada”, publicou a médica.
Fonte: Folha UOL
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