Jovens indígenas da região do Alto Rio Solimões (Amazonas) serão capacitados para que possam ajudar suas comunidades e municípios a enfrentar desafios e a buscar soluções em relação a temas ligados à segurança alimentar e nutricional no contexto indígena; ao direito humano à alimentação adequada; e à Convenção nº 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da OIT.
Por meio de uma iniciativa do Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas (PCSAN), estudantes das etnias Ticuna e Kokama estão participando de oficinas de comunicação. As atividades começaram no final de agosto e se estenderão até meados de novembro. Ao todo, 42 adolescentes indígenas das comunidades de Umariaçu (Tabatinga), Filadélfia (Benjamin Constant) e Colônia São Sebastião (São Paulo de Olivença) serão capacitados e, posteriormente, atuarão como multiplicadores.
Nas oficinas, os adolescentes produzirão peças de comunicação utilizando ferramentas como jornal mural, fotografia, rádio, vídeo e blog. Espera-se que, a partir das atividades, os estudantes sintam-se motivados a contribuir com a promoção, disseminação e mobilizações que fortaleçam a Segurança Alimentar e Nutricional nas comunidades indígenas.
“O Programa Conjunto, por meio das oficinas de comunicação, pretende fortalecer a participação dos jovens indígenas como agentes capazes de ajudar a promover mudanças em suas comunidades”, destaca Cristina Albuquerque, responsável pelo PCSAN no UNICEF.
Entre os parceiros das oficinas de comunicação, estão as prefeituras de Tabatinga, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença; Funai Alto Rio Solimões; Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Solimões; lideranças indígenas das três comunidades (Umariaçu, Filadélfia e Colônia São Sebastião), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Rádio Nacional Alto Solimões e Organização Geral dos Professores Ticuna (OGPTB).
PCSAN
O Programa Conjunto vem sendo realizado, desde 2010, por cinco organismos das Nações Unidas (FAO, PNUD, OPAS/OMS, OIT e UNICEF), em parceria com o governo brasileiro, representado pela Fundação Nacional do Índio (Funai); Ministério da Saúde (MS); Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Seu propósito é contribuir para a garantia dos direitos à saúde e à alimentação saudável para a população indígena nas regiões prioritárias em que atua - Alto Rio Solimões (AM) e Dourados (MS).
A iniciativa conta com o financiamento do Fundo das Nações Unidas para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e parcerias com instituições públicas locais, universidades, entidades da sociedade civil, lideranças e organizações indígenas envolvidas na implementação das ações.
A partir de demandas das comunidades e prioridades estabelecidas nos programas governamentais do Brasil, desde 2010, o Programa Conjunto tem apoiado a qualificação e integração de políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional nas duas regiões, especialmente nas áreas da saúde, da alimentação e do desenvolvimento social em nível local, com a finalidade de garantir direitos e promover a equidade. O projeto contribui ainda para o empoderamento dos povos indígenas com relação à Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas e à Convenção n°169 da OIT, além do alcance dos ODM.
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