segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cai a Taxa de Fecundidade

De acordo com dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2009, cada mulher brasileira tem em média 1,88 filhos –índice abaixo do nível de reposição, que é de 2,1.
Brasil terá no máximo 250 milhões de habitantes, estima presidente do IBGE, se mantida a evolução do crescimento demográfico constatado no Brasil após os anos 50, dentro de meio século a população brasileira atingirá o número máximo de 250 milhões de habitantes. A previsão é de Eduardo Pereira Nunes, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (29) depois de novos dados do Censo Demográfico 2010 divulgados hoje.
O presidente do IBGE explicou que o crescimento demográfico está condicionado à manutenção dos padrões das taxas de fecundidade, mortalidade e da continuidade do processo de imigração, tanto de brasileiros saindo do Brasil como de estrangeiros se instalando no país. "Mantidas essas condições demográficas, a população brasileira chega ao máximo daqui a cerca de meio século.
Depois, passa a decrescer.”

        * Imagens do Brasil no Censo 2010

Hoje, o país possui 190,7 milhões de habitantes, mas o ritmo de crescimento na última década (1,17% ao ano) foi o menor já registrado na história. Se mantida a taxa anual de 1,17%, o Brasil dobraria sua população em 60 anos, porém, a irrefutável tendência é de que tal índice diminua cada vez mais até passar a registrar valores negativos. "Entre 2040 e 2060 o país chegará ao ponto de inflexão. Hoje há uma tendência crescente que avança a ritmo decrescente. Dobrar a população, jamais", sustentou Nunes.
A taxa de fecundidade vem caindo no Brasil. De acordo com dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2009, cada mulher brasileira tem em média 1,88 filhos –índice abaixo do nível de reposição, que é de 2,1.
   Nunes destacou que o avanço e a disseminação de métodos anticonceptivos contribuíram para a queda da fecundidade. "O aumento da urbanização e a complexidade da sociedade brasileira faz com que famílias decidam postergar o primeiro filho para um período mais tardio. Consequentemente, o número de filhos por cada mulher é muito menor", acrescentou.
Brasil está muito longe da África
A pirâmide etária do Brasil nos anos 60 era muito semelhante à da África em 2005, segundo o IBGE. O quadro distingue-se por uma população majoritariamente infantil, a taxas de fecundidade elevadas, e pouquíssimos idosos. Em contrapartida, a projeção da pirâmide etária brasileira para 2050 se aproxima da situação na França em 2005, isto é, uma população na qual os idosos possuem uma importante participação relativa e a proporção de crianças, jovens e adultos é praticamente igual.
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"O Brasil está num caminho sem volta e muito longe do que hoje é a África e caminhando a passos largos para o que é o padrão europeu", disse o presidente do IBGE. Uma das evidências de tal processo é o aumento da longevidade. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro é de 73 anos.
De acordo com a Sinopse do Censo 2010, 7,4% da população tem idade igual ou superior a 65 anos. A população em idade economicamente ativa (entre 15 e 64 anos) representa 68,5% da população. Para Eduardo Pereira Nunes, num contexto ideal, seria uma quantidade de pessoas mais do que suficiente para sustentar as questões previdenciárias oriundas do envelhecimento da população, mas há de se considerar aspectos como a informalidade no mercado de trabalho e a baixa escolaridade.
Durante a apresentação da sinopse, Nunes ressaltou que o Brasil está munido de dados que permitem prever problemas previdenciários, a fim de evitar convulsões sociais como a vista na França no ano passado, após a decisão do governo em aumentar de 60 para 62 a idade mínima da aposentadoria.
"O principal impacto do envelhecimento recai sobre a previdência, mas também são grandes oportunidades de negócio", frisou o presidente do IBGE.

Fonte : Especial UOL

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