quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Empoderamento da mulher no mercado é tema do encontro realizado pela ONU em São Paulo

O empoderamento da mulher no âmbito corporativo, é o eixo central da 3ª edição do Fórum WEPs 2018, ( Fórum dos Princípios de Empoderamento das Mulheres: Um diálogo entre países da América Latina e Caribe e a União Europeia), promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 29 a 30, na cidade de São Paulo.

Uma parceria inédita, ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e União Europeia,reunidas para promover uma série de debates para sensibilizar importantes setores empresariais e empreendedorismo. O objetivo é aumentar e fortalecer o compromisso com a igualdade de gênero no mundo corporativo e a implementação de políticas para o empoderamento econômico das mulheres.

Representantes de Estados, empresas e instituições da América Latina e do Caribe, assim como o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, se encontraram nesta quarta-feira (29),  para debater os desafios pendentes na igualdade de gênero no mundo empresarial.

Durante o Fórum foi laçado o "Programa Regional Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios", assinado por, aproximadamente, 1.800 executivos do mundo todo. Só na América Latina, 60% das mulheres estão no mercado informal e a diferença salarial é, em média, de 22%, e apenas 2% das empresas da região possuem uma mulher no cargo de diretora executiva, conforme dados divulgados hoje.

A necessidade de promover a diversidade dentro das empresas já é compreendida por boa parte das companhias nacionais e internacionais. Estudos destacam que a diversidade é um fator que traz grandes benefícios. No entanto  tais ações não são capazes, muitas vezes, de dar conta da complexidade dos recortes da sociedade – principalmente quando esses extrapolam o gênero.

A diretora regional
da ONU Mulheres para
América Latina e Caribe, Luiza Carvalho.
Foto:(EFE/Fernando Bizerra Jr.)
A diretora regional da ONU Mulheres para América Latina e Caribe, Luiza Carvalho, destacou os avanços da região nos âmbitos legal e jurídico, mas destacou que ainda existe um "grande déficit" por parte dos governos e do setor privado.
"Nos últimos 15 anos, vimos uma maior incorporação de mulheres ao mercado de trabalho, se comparado a outras regiões do mundo, mas foram incorporações precárias, a maioria no setor informal, ganhando menos", informou para agência EFE.

A ministra da Mulher e da Igualdade de Gênero do Chile, Isabel Plá, ressaltou uma "reforma constitucional " já aprovada pela Câmara que coloca o Estado com a "obrigação" de promover a igualdade de direitos.
"A reforma, que ainda deverá passar pelo Senado, procura eliminar toda discriminação arbitrária: discriminação para acessar o mercado de trabalho, discriminação salarial ou qualquer outra que menospreze a dignidade das mulheres”.
Ela salientou também a importância das "políticas de Estado" e o "empoderamento econômico" para fazer frente à violência doméstica.
"Há uma relação muito direta entre o empoderamento econômico e a liberdade para sair do círculo de violência. No Chile, muitas mulheres permanecem em situações violentas por dependência financeira do agressor", acrescentou.

Cida Bento  
Com atuação em psicologia institucional, a Coordenadora  do CEERT Cida Bento,  durante sua apresentação,  avaliou  que há mudanças significativas em relação às mulheres negras, sobretudo na mídia e em manifestações nas ruas, espaços nos quais é feita a disputa por novas perspectivas de desenvolvimento. 
No entanto, ainda há um caminho para percorrer.
 “Quando estamos nesta sala, esquecemos que mais da metade da população brasileira é negra. Não podemos esquecer disso”.
CIDA BENTO, COORDENADORA DO  (CEERT),
DURANTE APRESENTAÇÃO NO EVENTO EM SÃO PAULO
 (FOTO: BRUNNA CASTRO/Epocanegocios)
“Quando dizemos que, em uma determinada empresa, a questão de gênero está mudando, essa mudança é para quem? Tem que ser para todas as mulheres”, “ O “guarda-chuva de gênero” muitas vezes não comporta mulheres negras, indígenas e quilombolas. “Existe um outro Brasil que é muito mais instável”,
“Hoje nós temos mais mulheres negras empreendedoras do que mulheres brancas, mas onde elas estão? Têm acesso à crédito? O que os bancos podem fazer em relação a isso?”, questiona  Cida Bento, coordenadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).

Cravinho, por sua vez, afirmou que a UE avançou em matéria de igualdade entre homens e mulheres, mas defendeu que ainda existe "um grande caminho a ser percorrido.
"Não há lugar para complacência. Devemos reconhecer o que foi feito, a situação é melhor do que há 10 ou 20 anos, mas está longe das ambições", argumentou.
Para o embaixador, as mulheres entre 30 e 45 anos na Europa "estão mais bem preparadas, mas participam menos do mercado de trabalho" devido a uma série de barreiras ainda existentes.

O "Fórum WEPs 2018 em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a União Europeia, foram destacados, por exemplo, países da América Latina que adotaram medidas para avançar no quesito igualdade .

Fórum WEPs 2018: Um diálogo entre países da América Latina e Caribe e a União Europeia
Data: 29 e 30 de agosto de 2018
Local: Villa Blue Tree Events: Rua Castro Verde, 247, Jardim Caravelas –


Fonte e entrevistas: ONUMULHER/Época Negócios/Bol/Agencia EFE
Pesquisa e edição Mônica Aguiar

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