A Associação dos Jogadores Profissionais (PFA) da Premier League apresentou esta semana um projeto que prevê a demissão de esportistas que cometerem o crime de racismo previsto na Declaração dos Direitos Humanos que consagra a ideia da igualdade independente de raça, cor, religião, nacionalidade ou sexo. O presidente da PFA, Gordon Taylor acredita que os conselhos e clubes esportivos responsáveis pela contratação de seus atletas precisam ser responsabilizados pela conduta de seus jogadores dentro e fora do campo. “Se há jogadores que são considerados culpados de insultos racistas, os clubes e atletas visados têm de estar conscientes de que esse é um motivo sólido para a rescisão de contrato”, afirma. Entre as atividades da data estão uma entrevista coletiva, um boletim de imprensa e um protocolo especial antes das partidas, com os capitães das seleções lendo uma declaração contra o preconceito. Após a leitura, as seleções e árbitros se reúnem no centro do campo e mostram uma mensagem que ratifica a posição do futebol contra a discriminação. O Código Disciplinar da FIFA que descreve as punições por violações ao Estatuto da FIFA, é válido em todos os jogos e competições organizados pela entidade máxima do futebol. O cumprimento dessas normas é obrigatório para todas as federações e seus dirigentes, jogadores, árbitros e todas as outras pessoas aceitas pela FIFA em um jogo ou competição, inclusive os espectadores.
Luta contra o racismo - O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) que participou recentemente do Fórum Racismo no Futebol, ocorrido no Rio de Janeiro acredita na democratização dos instrumentos legais como o Estatuto da Igualdade Racial no combate ao racismo e valorização da diversidade étnica. “A discriminação racial precisa ser tratada como um delito inafiançável. Precisamos resguardar o direito a dignidade humana”. E completa: “A Fundação Palmares manifesta seu apoio à iniciativas que promovem o respeito aos direitos fundamentais das vítimas dos crimes de racismo dentro ou fora do país”.
Entrada do negro no futebol brasileiro – Introduzido no Brasil no final do século XIX, pelos ingleses o futebol não admitia mulatos ou negros nos campos e nas arquibancadas eram raridade. O esporte era praticado pela elite branca das cidades. E os negros para poderem jogar nos clubes de elite eram obrigados a se submeter a situações como usar toucas para esconder o cabelo crespo e se maquiar com “pó de arroz” para clarear a pele, e parecerem como os jogadores brancos. A popularização da história do futebol brasileiro deve-se em parte pela inserção do negro no esporte considerado “paixão nacional” e sua passagem do amadorismo para o profissionalismo. Existem algumas pesquisas e histórias populares que explicam o surgimento do drible como uma estratégia que os negros utilizavam para se desvencilhar dos adversários brancos sob pena de serem punidos, caso se esbarrassem em campo.
Pioneiro - O foi o primeiro time de elite do futebol brasileiro a se pronunciar no combate à desigualdade racial no esporte. Há 89 anos, o clube se recusou a demitir seus jogadores negros, condição imposta para que participasse do campeonato do ano seguinte, no episódio que se tornou conhecido como “Camisas Negras”
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