Pela primeira vez desde que foi criado, há cinco anos, o curso de Jornalismo e Políticas Públicas Sociais, aborda, hoje, o racismo e a cobertura da imprensa como seu tema principal. A disciplina de pós graduação acontece na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e é uma parceria com a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI). Seu objetivo é cooperar para a qualificação da formação de alunos de jornalismo (e outras áreas) em temas ligados à agenda social.
Para ministrar essa aula, a ANDI convidou as jornalistas Maria Carolina Trevisan, que coordenou o projeto "Imprensa e Racismo", executado pela ANDI e financiado pelas fundações Ford e Kellogg, e Fernanda Ancântara, representante do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEERT) e que atualmente trabalha na Revista Raça. O professor José Coelho, da ECA, dará apoio ao curso. "Há um abismo entre os avanços relacionados às políticas públicas para a equidade racial e a qualidade da cobertura da imprensa", afirma Carolina Trevisan. "É fundamental reorientar o olhar do jornalista sobre essas questões para que a imprensa possa cumprir com seu papel de oferecer informações e contextos para a sociedade e contribuir para a formação da opinião pública de maneira responsável."
O projeto "Imprensa e Racismo" pesquisou a cobertura de cerca de 40 jornais nacionais e regionais, entre 2006 e 2011, no que se refere às questões raciais. É uma iniciativa da ANDI em parceria com Geledés, CEERT, Instituto Mídia Étnica e Afirmese. Os principais resultados dessa pesquisa serão debatidos com os alunos a fim de demonstrar a construção jornalística diante desse tema e o que interfere na qualidade da cobertura.
Fonte: SEPPIR
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