quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Templo religioso de matriz africana completa 22 anos

Por Joceline Gomes

O templo religioso de matriz africana Associação Beneficente Templo de Yemanjá (Assobecaty) completou, oficialmente, 22 anos dia 16 de fevereiro. Em comemoração a essa data-símbolo de resistência da cultura negra, houve uma grande celebração civil e religiosa na cidade de Guaíba, na Grande Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Na realidade, o espaço sagrado nasceu há mais de 60 anos, em Pelotas. Era dirigido por Mãe Quina de Yemanjá, mãe carnal de Mãe Carmem de Oxalá, que assumiu o comando do terreiro após o falecimento daquela. Mas foi no município de Guaíba que o Templo de Yemanjá transformou-se na Assobecaty, um ylê (casa) que, além  de assistência espiritual, realiza um importante trabalho social junto à comunidade local.
Buscando transformar a dura realidade das mulheres da região, por exemplo, Mãe Quina criou cursos de qualificação profissional, promovendo, ainda, seminários, debates sobre questões de gênero e saúde e outros eventos de interesse da comunidade negra. O terreiro foi o primeiro a montar uma central de comunicação, criando o Programa Conexão Afro – o primeiro programa virtual do segmento afro-religioso.
O local dispõe também de uma rádio comunitária (Estúdio FM), produz o jornal Conexão Afro e o Portal Conexão Afro, este, com links de utilidade pública, como biblioteca, rádio e jornal comunitário, eventos e um fale conosco para receber contatos não só do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil. Com estes meios de comunicação, a líder religiosa vem dando visibilidade significativa à comunidade negra do estado.
COMEMORAÇÕES – No dia em que completou 16 anos de existência jurídica, a Assobecaty promoverá um ato político, apresentando aos presentes suas principais frentes de atuação neste âmbito, nem como a pauta de lutas de 2011. No ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, as comemorações também servirão para anunciar a adesão da Assobecaty aos debates de inclusão social do negro e valorização de sua cultura.

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