Por Agencia EFE
Recusa de escola em aceitá-la
como aluna provocou histórica decisão do fim da doutrina de segregação racial
na educação pública americana.
Linda Brown, uma mulher do
Kansas que na década de 1950 ficou famosa por um processo que proibiu a
segregação racial nas escolas dos Estados Unidos, morreu aos 76 anos, segundo
informaram nesta segunda-feira (26) meios de comunicação locais. Nascida
em Topeka, capital do Kansas, Brown tinha 9 anos quando o seu pai, o reverendo
Oliver Brown, tentou inscrevê-la em 1950 na escola pública primária mais
próxima à casa da família. A recusa da escola Summer School a aceitá-la
por ser negra provocou quatro anos mais tarde a histórica decisão do litígio
"Brown vs. Board of Education", com o qual o Tribunal Supremo pôs fim
à doutrina "segregada, mas igual" que regia na educação pública
americana desde 1896.
O Supremo determinou que
"separar (as crianças negras) de outras de idade e qualificações similares
unicamente pela sua raça gera um sentimento de inferioridade quanto à sua
posição na comunidade que pode afetar seus corações e mentes de um modo
improvável de reverter".
Além disso, concluiu que a
segregação era uma prática que violava a cláusula de "proteção
igualitária" prevista na Constituição.
Embora Brown tivesse dado o
nome, o litígio agrupava vários casos recompilados pela Associação Nacional
para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, em inglês) de estudantes afro-americanos
rechaçados em instituições educativas ao redor do país. A causa recebeu,
inclusive, ajuda de Thurgood Marshall, primeiro advogado negro a ser membro
Supremo Corte americana.
Um porta-voz da funerária de
Topeka Peaceful Rest Funeral Chapel confirmou à imprensa americana que Brown
morreu neste domingo por razões que não foram informadas.
Em entrevista à emissora
"PBS" em 1985, por ocasião do aniversário de 30 anos da sentença,
Brown disse sentir que a decisão do Supremo tinha tido "um impacto em todas
as facetas da vida das minorias em todo o país".
"Eu penso em termos do que
fez para nossos jovens, na eliminação desse sentimento de cidadania de segunda
classe. Acho que fez com que os sonhos, as esperanças e as aspirações de nossos
jovens sejam hoje maiores", acrescentou.
“Embora ela tenha se tornado um
ícone dos direitos civis, o “Brown” da sentença” Brown vs. Board of
Education" pertence ao seu pai, que foi quem apresentou o processo e que
morreu em 1961.
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