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As mulheres negras tem sido parte importante da sociedade brasileira há cinco séculos. Como grupo social específico em defesa de seus interesses ou como parte do amplo contingente negro ou geral que luta por justiça social e inclusão social, sua atuação pode ser vista desde o regime escravocrata até hoje.
De fato, as lutas das mulheres negras por equidade se desenvolve ao longo dos séculos e devemos reconhecer que têm sido parte fundamental dos amplos segmentos que constróem cotidianamente o Brasil como nação. Ainda que violentamente invisibilizadas – pois atuam num contexto de racismo e sexismo – colocam a disposição da sociedade séculos de lutas, de pensamento a serviço da ação transformadora. Em seu horizonte, uma sociedade sem iniqüidades, sem racismo, sexismo, sem as desigualdades de classe social, de orientação sexual, de geração ou de condição física e mental, entre muitas outras.
Mas reconhecemos que, apesar de muitas lutas, ainda há um longo caminho a ser trilhado para que o Brasil venha a ser um ambiente confortável para a existência de todas. Violações cotidianas de direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais têm como legado os piores indicadores de qualidade de vida concentrados neste grupo particular. O que resulta em uma
mobilização que não cessa.
Nesta publicação, Criola oferece uma amostragem da reflexão atual das mulheres negras em torno de sua luta, suas reivindicações pela realização de direitos. Mais especificamente, são propostas de debate em torno de políticas públicas, das formas de luta anti-racismo e anti-sexismo e dos sujeitos políticos que representamos. Longe de esgotar o debate, o que trazemos são
provocações, propostas de caminhos, de modo a ampliar a visão que temos do campo em que atuamos.
Assim, pesquisadoras e ativistas aqui reunidas colocam seu pensamento à disposição, em diferentes perspectivas.
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