A Prática pode causar problemas de saúde como dores, aumento da pressão, distúrbios do sono e até levar ao suicídio
A violência ou hostilidade no ambiente de trabalho pode trazer consequências psicológicas e físicas severas para as vítimas, que ainda são, em sua maioria, mulheres. Os sintomas mais frequentes incluem dores de cabeça e pelo corpo, depressão, insônia e outros distúrbios do sono, tremores, aumento da pressão arterial, estresse e, em casos extremos, pode até levar ao suicídio.
O assédio moral é um crime caracterizado pela exposição do trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras de forma repetitiva e prolongada. A vítima é normalmente isolada do grupo e passa a ser hostilizada, ridicularizada e culpabilizada pelo gestor. No geral, o assediador moral pode:
- Fazer críticas constantes;
- Impedir, sem explicação aparente, que a vítima se expresse;
- Amedrontar, ridicularizar, inferiorizar e menosprezá-la diante dos colegas;
- Ironizar ou fazer piadas ofensivas à vítima;
- Ignorar suas sugestões ou mesmo sua presença;
- Delegar tarefas sem sentido, que não serão utilizadas;
- Delegar prazos impossíveis de serem cumpridos ou que exigirão que a vítima trabalhe por um período muito mais longo do que sua jornada;
- Delegar funções através de terceiros, evitando se dirigir à vítima;
- Responsabilizá-la por erros publicamente, visando expor sua incapacidade ao restante da equipe;
- Desestabilizar a vitima emocional e profissionalmente, fazendo até com que ela peça demissão, em alguns casos;
- Demiti-la por insubordinação.
No caso específico da mulher, as agressões morais geralmente estão relacionadas à gravidez ou maternidade. Elas frequentemente envolvem controlar o tempo e frequência com que a vítima vai ao banheiro, culpá-la por ser mãe e, portanto, ter de dedicar muito tempo ao filho, impedi-la de acompanhar o filho a consultas médicas, etc.
O que fazer?
A pessoa que sofre com o assédio moral ou é testemunha dele nem sempre denuncia o agressor por medo de perder o emprego ou de sofrer represálias. Em alguns casos, o funcionário desconhece seus direitos e, por isso, nem sabe que está sendo vítima de um crime. Por isso, é importante que os trabalhadores informem-se sobre o tema e fiquem atentos aos sinais. O assédio moral não é um fato isolado, ele é determinado por uma situação prolongada de intimidação, constrangimento e degradação do funcionário e seu espaço de trabalho.
A vítima deve:
- Anotar detalhadamente todas as situações em que sofreu assédio moral, incluindo data e horário do acontecimento, nome do agressor e de possíveis testemunhas;
- Evitar conversar com o agressor sem testemunhas, procurando estar sempre acompanhado de um colega;
- Relatar o ocorrido ao sindicato ou departamento de Recursos Humanos;
- Relatar o ocorrido ao chefe do agressor;
- Exigir do agressor explicações por escrito do acontecimento e levar uma cópia à delegacia ou departamento de Recursos Humanos;
- Organizar-se com colegas que testemunharam os fatos ou que também são vítimas de agressões morais;
- Buscar apoio de colegas, amigos e familiares;
- Se você é testemunha desse tipo de situação, denuncie ao departamento de RH, sindicato ou outros órgãos pertinentes, como Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário