Foto: /Reprodução/Tamoios News |
Por Mônica Aguiar
Um fato histórico poderá acontecer, com a posse da vice-prefeita de Ilhabela, Gracinha (PSD), se
tornar a primeira prefeita negra da região.
A RMVale teve em sua história eleitoral apenas seis prefeitas.
Gracinha é a segunda mulher prefeita da cidade, antes dela , foi eleita a
professora Nilce Signorini, em 1997.
A data de posse esta prevista para amanhã (21) de
maio, as 18 horas, onde Maria das Graças Ferreira (Gracinha), deverá assumir o
Executivo de Ilhabela, após a câmara de vereadores ter cassado, o prefeito Márcio Tenório (MDB), já afastado dia (14) , por
determinação judicial, por ser alvo de investigação de uma ação da Polícia Federal.
"Encaro esse grande
desafio como uma cidadã que tem o objetivo de manter seus princípios e
trabalhar para que todos os serviços e equipamentos públicos funcionem",
disse a nova prefeita.(publicação no Jornal o Vale)
Em jornal o Vale por Julia Carvalho, ....... Segundo o Codivap (Consórcio de
Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral
Norte), pelo menos desde 1970 não há registro de prefeitas negras na região. De
acordo com a Ong Afronorte, Gracinha será a primeira.
Com 39 municípios, o Vale tem
atualmente seis prefeitas -- as mulheres são 53,56% da população da RMVale.
Gracinha será a única prefeita
mulher do Litoral Norte na atual gestão.
CONTRATEMPO
A sessão extraordinária para a
posse da prefeita Maria das Graças Ferreira dos Santos Souza, foi marcada para
dia 17, mas Gracinha não compareceu . Sua ausência na posse foi amparada pela Lei Orgânica em seu artigo 42, que prevê o prazo de até dez dias, para que a prefeita
seja empossada.
Apesar
dos ruídos políticos sobre a ausência de Gracinha, a prefeitura de Ilhabela emitiu uma nota
oficial sobre a ausência de Gracinha na sessão de posse justificando .......”A prefeita explica que não se recusou a
tomar posse e que não o fez no dia de hoje (17), pois esteve mobilizada,
juntamente com as equipes da Prefeitura e Defesa Civil, tomando providências
para solucionar os problemas causados pelas fortes chuvas que acometeram a
cidade desde quarta-feira (15), que deixou Ilhabela em Estado de Alerta, após o
registro de precipitação de 139.2mm nas últimas 24h..”
TRAJETÓRIA
Gracinha é baiana, natural de
Uruçuca, com 58 anos de idade, 44 deles vividos em Ilhabela.
Formada em Gestão Pública pela Uninter, entrou
para a política em 1996, quando foi eleita vereadora, chegando mais tarde à
presidência da Casa. Sempre atuou nas causas comunitárias, na Pastoral da
Criança e na sociedades de amigos do bairro em defesa de crianças e adolescentes e da regularização fundiária.
Foi vereadora em três ocasiões,
em 1996, 2000 e 2012, quando ocupou a presidência da Câmara local.
EM
AÇÃO
A prefeita de Ilhabela, Maria
das Graças Ferreira, a Gracinha, esteve reunida na manhã desta sexta (17), com
todo o secretariado e funcionários do Departamento de Licitações, para tratar
das principais ações administrativas e financeiras, como estratégia imediata de
governo.
Ainda ficou definido que nos
próximos dias, a prefeita realizará reuniões com cada secretaria,
separadamente, para definir ações de curto e médio prazos. Por fim, a
prefeita, Gracinha, lamentou a situação vivida pelo município e ressaltou que é
hora de unir esforços para que todos os serviços e equipamentos públicos
continuem funcionando em sua perfeita normalidade e atendendo cada vez melhor a
população.
PESQUISA
A pesquisadora Solange Machado,da Unifesp, apontada por Julia Caralho no jornal o Vale, fala de um estudo que ta sendo realizado sobre o cenário das mulheres negras na
política. "Este trabalho surgiu da inquietação gerada ao compararmos o
rico significado da palavra política e o quão [na prática] esse conceito é
esvaziado principalmente quando pontuamos a participação das mulheres negras
nos espaços onde a "prática" da política é realizada", explicou
Solange.
Primeira negra a presidir a
Câmara e Jacareí, Lucimar Ponciano Luiz cobra mais representatividade. "A
dificuldade da mulher negra na política é ser questionada sobre seu potencial,
no poder público não conseguimos atingir a porcentagem necessária".
Em 2005, a jornalista Eloísa
Helena juntou-se com outras mulheres e formou o grupo Quilombolas, um núcleo de
mulheres negras de São José. "Somos tão capazes quanto as pessoas de
outras etnias, devemos ocupar estes espaços de poder e decisão", afirmou.
Pesquisa aponta que presença de
negros em cargos eletivos é quase nula na região
Uma pesquisa realizada pela ONG
Afronorte aponta que de 2016 a 2018 a presença do negro em cargos eletivos na
região foi quase nula. Apenas 2 % dos vereadores eleitos se declararam negros.
A pesquisa ainda afirma que a
região tem aproximadamente 35% da população negra e São José teve apenas um
secretário negro nos últimos 16 anos.
Fontes: Ovale/Tamoisnews
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