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Por Mônica Aguiar
O plenário Ulisses Guimarães da Câmara dos
Deputados, foi palco de um protesto ontem (14), durante uma sessão
solene em homenagem aos 131 anos da assinatura da Lei Áurea, que deu fim à
escravidão no Brasil em 1888, no dia 13 de maio.
O deputado Luiz Philippe de
Orleans e Bragança (PSL-SP), partido do Governante do Brasil, afirmou que a"escravidão é tão antiga quanto a humanidade" e, por esse motivo,"é quase um aspecto da natureza humana”.
Na mesa também estavam : Eduardo Bolsonaro deputado filho do Governante do Brasil e Hélio F. Barbosa também do PSL.
Com estas afirmações, integrantes
dos movimentos negros manifestaram no plenário durante a sessão proposta para o
fim de comemorar o 13 e maio, interrompendo o discurso do parlamentar com
palavras de ordem:- “luta, resistência e sobrevivência”, “Parem de nos matar”. No ápice da manifestação, foi entoado o samba
da Estação Primeira de Mangueira, vencedora do Carnaval deste ano, no Rio de
Janeiro.
A data 13 de maio oficialmente
decreta o fim da escravidão no Brasil, no entanto, não é comemorada pelos movimentos negros por existir fatos concretos registrados do tratamento
dispensado aos libertos pelo Estado, hoje denominado pós-escravidão.
Além da atual situação socioeconômica da população negra no
Brasil, chegando a ser desumana, historicamente demostradas nos centros
de estatísticas e estudos científicos.
O 13 de maio, é momento de
reflexão e não de comemoração!
Para o jornalista e escritor
Oswaldo Faustino, a data não deve ser lembrada ou comemorada pela figura da
filha de Dom Pedro II como benfeitora dos negros. Como foi o objeto da solenidade.
Faustino, integra a
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), se destaca na área
de literatura afro-brasileira para crianças. Em entrevista ao Brasil
de Fato, ele destaca a luta e a resistência dos próprios escravizados
pela liberdade e lamenta que, atualmente, algumas pessoas se vangloriem
de serem racistas.
Então, nós estamos vivendo um dos piores momentos do
racismo brasileiro, porque, hoje, já há pessoas orgulhosas disso. “Então, não é
uma luta negra, é uma luta de todos, é uma luta que a sociedade vai sofrer
muito se a gente não acabar com o racismo”.
Vários filósofos tem afirmado
que o grupo de Bolsonaro não tem responsabilidade de governar o pais. Suas
ações tem sempre pretensão de criar grandes conflitos.
O que Eu percebo, que várias ações
de parlamentares da base do atual Governante do Brasil e principalmente as ações
que envolvem seus filhos, que também são parlamentares, não são nada republicanas
e não tem a menor pretensão em promover políticas públicas ou ações que queiram
desenvolver igualdade racial, oportunidade ou respaldar fatos verdadeiros da história
da escravidão brasileira.
Chegam ao ponto, em varias falas, por eles proferidas,
de desrespeitar as Leis e Tratados
assinados pelo Brasil, negando com isto publicamente, o papel político, técnico e educacional da
história do estado brasileiro, que não
se preocupou em oferecer condições pós libertação dos seres humanos do sistema escravagista.
Reafirmam com estas atitudes que não tem a menor pretensão em trabalhar para uma integração da população negra no mercado de
trabalho formal e assalariada, educação, dentre outros diretos fundamentais estabelecidos
na Constituição brasileira....
Sustentando assim o preconceito, discriminações e o
racismo contra a população negra.
Estes parlamentares tem uma vontade
de criar crises absurdas para se manter em evidência, disseminam de forma
errada significados e fatos importantes da história. São seguidores de uma ideologia
fútil comprovada através de suas interpretações e através do seu principal interesses:
manter nas mídias sociais e tradicionais.
Em entrevista a Deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), declarou
que, como professora de história, lamentava o "profundo desconhecimento histórico" demonstrado pelos colegas. "Nega a nossa história e tenta apagar a memória de tanta dor, de violação, mas também de tanta resistência do nosso povo."
O dia 13 de maio não é para ser comemorado, pois a abolição da escravatura e a liberdade da população negra não foram "concedidas pela bondade de uma princesa". "Nós nascemos livres", exclamo
A deputada Federal Benedita da Silva afirmou : "Não queremos desmerecer a princesa Isabel, Mas não podemos permitir que se inverta a história. O dia 13 de maio é uma data de reflexão e vai continuar sendo assim. Se o deputado quer homenagear sua parente, que o faça, é um direito dele e nosso de continuar a conscientização da população da luta dos negros no Brasil".
O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) é o 49º , na linha sucessória se a monarquia fosse reimplantada no Brasil. Ele é tataraneto de Dom Pedro II e trineto da Princesa Isabel .
A sessão acabou sendo suspensa
devido ao clima de hostilidade no plenário, mas foi retomada após apelo da Mesa.
2 comentários:
Nunca tinha pensado por esse viés. Eu sei que ainda sofremos com a mentalidade racista que a escravatura semeou no Brasil e no mundo, mas não tinha pensado que "13 de maio não deve ser comemorado". Nós negros continuamos subjugados, esculachados, violentados e mortos. Se é pra comemorar alguma coisa, que sejam os pretos velhos!
Exatamente . Não é fácil nossa sobrevivência .
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