terça-feira, 3 de abril de 2018

Uma Mulher Negra Feminista Eleita Vice -presidenta : Epsy Campbell Barr


Por Mônica Aguiar 

Epsy Campbell Barr
Segundo turno leva ao comando Carlos Alvarado e Epsy Campbell Barr a primeira mulher negra eleita vice-presidenta  pelo Partido Ação Cidadã , na Costa Rica .

A vitória foi conquistada  neste domingo (1), no segundo turno das eleições presidenciais da Costa Rica, com mais de 60% dos votos .  
Mais de 3,2 milhões de costarriquenhos estavam aptos para votar-nos mais de dois mil centros de votação pelo país. A participação no pleito foi de 67%. 

O Partido  Ação Cidadã - PAC, fundado em 2000, chegou ao poder pela primeira vez na eleição de 2014, quando Luis Guillermo Solís foi eleito. A eleição de Solís marcou o fim do bipartidarismo entre o Partido da Libertação Nacional (PLN) e o Partido da União Social (PUSC) e confirmou a emergência de novas legendas políticas no país.

A vitória da Chapa,  com  Epsy Campbell Barr ativista negra e feminista  à  Vice- presidente,  esta sendo considerada uma conquista diante da cultura histórica racista que ainda vigora no país.   Uma marca na luta das mulheres negras  que buscam a participação e inserção politica. A primeira vez que uma mulher negra assume a vice-presidência de um país latino.

"Não sou a primeira vice-presidente mulher da Costa Rica, mas sim de toda a América Latina. 
Vai ser uma responsabilidade não apenas para representar os afro-descentendes deste país, mas também homens e mulheres do país.  
Um país que nos oferece as mesmas oportunidades", disse Campbell.

Epsy durante sua campanha reafirmou  que as mulheres são a força  da Costa Rica no século XXI,  indispensáveis na política: 

“as mulheres têm capacidades para aportar ao Estado 
e à garantia do bem-estar comum".

A vice-presidenta Epsy Campbell,  tem formação superior em Economia e Administração de Negócios, além de especialização e mestrado em Ciência Política na Universidade da Costa Rica.

É reconhecida pela sua atuação internacional de combate ao racismo e ao sexismo, dedicação na  defesa dos direitos das mulheres e no  desenvolvimento social .  Foi uma das principais representantes negras da América em um encontro, ocorrido em outubro, que reuniu dezenas de lideranças políticas, intelectuais e empresariais latino- americanas em Madri, na Espanha. 

 Epsy Campbell se auto define como uma feminista negra latino-americana. Dirigiu até 2005 o Centro de Mulheres Afro-Costarricenses, organização que ajudou a construir na década de 1980.

Em 2002, foi a quinta deputada negra da Assembléia Nacional da Costa Rica, fundadora do Parlamento Negro das Américas, presidiu a Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas. 

 Campbell leva o nome de sua avó paterna, que migrou da Jamaica para a costa caribenha .

Em entrevista ao Ìrohìn,  a Vice-presidenta Epsy Campbell Barr, anuncia a realização de uma conferência entre cem líderes negras latino-americanas e caribenhas e agências das Nações Unidas a fim de que seja instituída uma campanha contra a violência racial.

Em entrevista na Revista Raça  Epsy Campbell afirma  .

Epsy Campbell Barr
.........Sou parte de um processo político costarriquense. Tenho convicção de que a única possibilidade de transformar o estado é através do poder político .

Acreditando que a transformação real – a única que nos levará à cidadania plena e verdadeira – nasce da participação sistemática e séria
 na vida pública e no poder político.

Nós, afro-descendentes, temos de ser capazes de conduzir nossa própria história, que seja transnacional, ser capazes de olhar nossas necessidades e as necessidades de outros povos que padecem dos mesmos problemas, 
seja em que parte for da nossa América Latina. 


Eu acredito que esta vitória de Epsy, reforça as esperanças e traz mais força para o povo negro,  principalmente para as mulheres negras que participam da vida política no Brasil.  
Uma vitória extremamente importante para todas nós após a tragédia ocorrida com a morte da vereadora negra e feminista  Marielle Franco , no Rio de Janeiro.
Não desistimos, nunca !
Estamos mudando o olhar da sociedade com relação a importância da nossa representação e nosso papel como ser políticos (Mônica Aguiar) .

ATIVISMO

Ao longo de sua militância Epsy Campbell participou de várias conferências e reuniões em todo o mundo, como a Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres em Pequim , China , a III Conferência Mundial Contra o Racismo em Durban , África do Sul, a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, Eco 92, Rio de Janeiro , O Brasil e o Primeiro Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado em Santo Domingo , República Dominicana. Foi coordenadora do Fórum das Mulheres pela Integração Centro-Americana da Rede de Mulheres Afro-Caribenha e Afro-Latino-Americana e organizadora do Segundo Encontro de Mulheres Afro-caribenhas e afro-americanas em San José, Costa Rica. Campbell também é membro do think-tank baseado em Washington DC The Inter-American Dialogue .  Ela escreveu livros e artigos sobre temas como democracia, inclusão, participação política e econômica de mulheres, afrodescendentes, sexismo e racismo, entre outros. Ela é especialista em questões de desenvolvimento social, equidade, participação política de mulheres e afrodescendentes.

Fontes: Revista Raça/Geledes/Clikando/Brasil de Fato/QCostaRica/Mdemulher/ForbesMexico/ Tele Sur/Wordpress/Capricho

Nenhum comentário:

MAIS LIDAS