Por Mônica Aguiar
Epsy Campbell Barr |
Segundo turno leva ao comando Carlos Alvarado e Epsy Campbell Barr a primeira
mulher negra eleita vice-presidenta pelo Partido Ação Cidadã , na Costa Rica .
A vitória foi conquistada neste domingo (1), no segundo turno das
eleições presidenciais da Costa Rica, com mais de 60% dos votos .
Mais de 3,2 milhões de costarriquenhos
estavam aptos para votar-nos mais de dois mil centros de votação pelo país. A
participação no pleito foi de 67%.
O Partido Ação Cidadã - PAC, fundado em
2000, chegou ao poder pela primeira vez na eleição de 2014, quando Luis
Guillermo Solís foi eleito. A eleição de Solís marcou o fim do bipartidarismo
entre o Partido da Libertação Nacional (PLN) e o Partido da União Social (PUSC)
e confirmou a emergência de novas legendas políticas no país.
A vitória da Chapa, com Epsy
Campbell Barr ativista negra e feminista
à Vice- presidente, esta sendo considerada uma conquista diante da
cultura histórica racista que ainda vigora no país. Uma marca na luta das mulheres negras que buscam a participação e inserção politica.
A primeira vez que uma mulher negra assume a vice-presidência de
um país latino.
"Não sou a primeira vice-presidente mulher da Costa Rica, mas sim de toda a América Latina.
Vai ser
uma responsabilidade não apenas para representar os afro-descentendes deste
país, mas também homens e mulheres do país.
Um país que nos oferece as mesmas
oportunidades", disse Campbell.
Epsy durante sua campanha
reafirmou que as mulheres são a força da Costa Rica no século XXI, indispensáveis na política:
“as
mulheres têm capacidades para aportar ao Estado
e à garantia do bem-estar
comum".
A vice-presidenta Epsy Campbell, tem formação superior em Economia e
Administração de Negócios, além de especialização e mestrado em Ciência
Política na Universidade da Costa Rica.
É reconhecida
pela sua atuação internacional de combate ao racismo e ao sexismo, dedicação na
defesa dos direitos das mulheres e no desenvolvimento social . Foi uma das
principais representantes negras da América em um encontro, ocorrido em
outubro, que reuniu dezenas de lideranças políticas, intelectuais e
empresariais latino- americanas em Madri, na Espanha.
Epsy Campbell se auto define
como uma feminista negra latino-americana. Dirigiu até 2005 o Centro de
Mulheres Afro-Costarricenses, organização que ajudou a construir na década de
1980.
Em 2002, foi a quinta deputada
negra da Assembléia Nacional da Costa Rica, fundadora do Parlamento Negro das
Américas, presidiu a Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas e
Afro-Caribenhas.
Campbell leva o nome de sua avó paterna, que
migrou da Jamaica para a costa caribenha .
Em entrevista ao Ìrohìn, a
Vice-presidenta Epsy Campbell Barr, anuncia a realização de uma conferência entre cem
líderes negras latino-americanas e caribenhas e agências das Nações Unidas a
fim de que seja instituída uma campanha contra a violência racial.
Epsy Campbell Barr |
.........Sou parte de um
processo político costarriquense. Tenho convicção de que a única possibilidade
de transformar o estado é através do poder político .
Acreditando que a transformação
real – a única que nos levará à cidadania plena e verdadeira – nasce da
participação sistemática e séria
na vida pública e no poder político.
Nós, afro-descendentes, temos
de ser capazes de conduzir nossa própria história, que seja transnacional, ser
capazes de olhar nossas necessidades e as necessidades de outros povos que
padecem dos mesmos problemas,
seja em que parte for da nossa América
Latina.
Eu acredito que esta vitória de Epsy, reforça as esperanças e traz mais força para o povo negro, principalmente para as mulheres negras que participam da vida política no Brasil.
Uma vitória extremamente importante para todas nós após a tragédia ocorrida com a morte da vereadora negra e feminista Marielle Franco , no Rio de Janeiro.
Não desistimos, nunca !
Estamos mudando o olhar da sociedade com relação a importância da nossa representação e nosso papel como ser políticos (Mônica Aguiar) .
ATIVISMO
Ao longo de sua militância Epsy Campbell participou de
várias conferências e reuniões em todo o mundo, como a Quarta Conferência
Mundial sobre as Mulheres em Pequim , China , a III
Conferência Mundial Contra o Racismo em Durban , África do Sul,
a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, Eco 92, Rio de Janeiro , O
Brasil e o Primeiro Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do
Caribe, realizado em Santo Domingo , República Dominicana. Foi
coordenadora do Fórum das Mulheres pela Integração Centro-Americana da Rede
de Mulheres Afro-Caribenha e Afro-Latino-Americana e
organizadora do Segundo Encontro de Mulheres Afro-caribenhas e afro-americanas
em San José, Costa Rica. Campbell também é membro do think-tank baseado em
Washington DC The Inter-American Dialogue . Ela escreveu
livros e artigos sobre temas como democracia, inclusão, participação política e
econômica de mulheres, afrodescendentes, sexismo e racismo, entre
outros. Ela é especialista em questões de desenvolvimento social,
equidade, participação política de mulheres e afrodescendentes.
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