sexta-feira, 13 de abril de 2018

Croácia ratifica convenção sobre direitos das mulheres


 Croácia - Legisladores croatas apoiaram um tratado que protege mulheres e meninas em face da oposição de direita e católica. Críticos da Convenção de Istambul argumentam que ela irá indiretamente legalizar o casamento gay.
O parlamento da Croácia votou a favor da ratificação da Convenção de Istambul, o primeiro tratado obrigatório do mundo sobre prevenção e combate à violência contra as mulheres.
A convenção, acordada em 2011, já foi ratificada por 29 países, incluindo 18 estados membros da União Européia. A Croácia tornou-se o mais novo membro do bloco em 2013.
O tratado pretende ser um instrumento no combate à violência doméstica contra as mulheres, protegendo as vítimas e processando os acusados. Entre as formas de violência que procura combater, estão o estupro marital, a perseguição, o casamento forçado e a mutilação genital feminina.
Milhares de manifestantes conservadores apoiados pela Igreja Católica manifestaram-se na cidade adriática de Split na véspera da votação, exortando os parlamentares a não ratificarem a convenção.
Eles vêem o tratado, que fala de gênero como sendo socialmente determinado e, portanto, fluido, como possivelmente minando os papéis tradicionais e abrindo a porta para a legalização do casamento gay, que muitos no país se opõem vigorosamente.
A Igreja Católica na Croácia, da qual quase 90 por cento dos 4,2 milhões de pessoas do país pertencem, também fez campanha contra a ratificação nas últimas semanas, rotulando a convenção de "heresia".
O tratado também causou divisões dentro do partido conservador croata da União Democrática Croata (HDZ).
Um protesto contra o tratado no mês passado na capital, Zagreb, atraiu cerca de 10.000 pessoas.
Para aplacar os críticos, o governo divulgou uma declaração em separado dizendo que o tratado não mudaria a definição legal de casamento da Croácia como uma união entre um homem e uma mulher.

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