quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ministério Público quer tirar do Google 17 vídeos por ofender religiões de matriz africana

Para órgão federal, conteúdos discriminam crenças que têm origem africana
Diante do que considera mensagens que promovem discriminação e intolerância em relação a religiões de origem africana, o Ministério Público Federal enviou recomendação ao Google do Brasil para que retire do ar, no prazo de dez dias, 17 vídeos do YouTube. Para o MPF, o material traz "indissociável ligação do mal, do demônio com as manifestações religiosas de matriz africana. Os conteúdos disseminados na rede têm o inegável propósito de ofender, atacar e discriminar essas religiões". Os vídeos, que ontem ainda estavam no ar, exibem pastores e fiéis de crença evangélica diante de testemunhos de "ex-macumbeiros", "ex-mães de santo" e "ex-pais de santo".
Há títulos como "Bispo Macedo entrevista o ex-pai de santo que o desafiou", "Jovem ex-pai de santo manifesta um demônio na hora da reconciliação" e "Pomba gira rainha e Oxóssi Mutalambô na Igreja Universal".
Caso o site não respeite a recomendação, o MPF poderá entrar com uma ação na Justiça, com pedido de liminar, para obrigar o Google a retirar os vídeos do ar. Procurado pelo GLOBO, o Google do Brasil informou já ter conhecimento da recomendação, mas que não se manifestaria sobre o caso.
A investigação ficou a cargo da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, após uma denúncia da Associação Nacional de Mídia Afro. "Para dar vazão a pregações, seus autores e divulgadores descambam para a demonização de símbolos, ritos e liturgias de outras religiões, vinculando- as, distorcidamente, a problemas de saúde, vícios, crimes praticados, atacando frontalmente a consciência religiosa de milhões de pessoas", disse o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jaime Mitropoulos, que assina a recomendação.
Fonte:(O Globo) 

Nenhum comentário:

MAIS LIDAS