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O Senac São Paulo promove a 4º
edição da Semana Senac de Leitura.
O tema que norteia toda a programação é Mulheres na Literatura - leitura e escrita que transformam vidas.
A 4º Semana Senac de Leitura
começa nesta segunda-feira,( 22), com o
tema "Mulheres na Literatura". A temática surge a partir dos dados da
pesquisa “A Personagem do Romance Brasileiro Contemporâneo”, organizada pelo
Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de
Brasília (UNB).
Segundo a pesquisa, 70% da
produção literária brasileira é escrita por homens brancos, de classe média,
nascidos no eixo Rio-São Paulo. O estudo analisou publicações de três grandes
editoras brasileiras nos períodos de 1965 a 1979, de 1990 a 2004 e de 2005 a
2014 e constata que há pouca representatividade sobre a condição feminina tanto
na autoria dessas obras quanto nas narrativas produzidas.
Diante deste contexto histórico e considerando que os livros são retratados a partir da realidade de quem os escreve, este evento visa evidenciar as produções literárias de mulheres.
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Thais Perez do jornal O Vale
fala em sua matéria sobre a semana, que pouco se fala sobre autoras negras, que além
de representar uma minoria ainda menos expressiva na literatura brasileira,
estão representadas como personagens em apenas 5,8% das publicações analisadas
até 2014.
Fala da historia da escritora
Maria Conceição de Oliveira, uma mulher negra de 65 anos, carrega um livro para
todo lugar que vai. Mesmo sendo uma leitura assídua durante a infância, não
conheceu nenhum escritor negro, quem dirá uma escritora negra.
Mais tarde, apaixonou-se pela
escrita de Carolina de Jesus, autora mineira de "Quarto do Despejo".
Nela, encontrou duas coisas em comum: a cor da pele e o desejo incontrolável de
contar histórias. "Contar histórias faz parte da memória da mulher negra.
Eu cresci ouvindo histórias de minha mãe sobre meu avô escravo", conta
Conceição, que participa de uma roda de conversa no evento, nesta quinta, em
São José.
Nos seus primeiros escritos,
Maria Conceição escutou de outras pessoas que escrevia mal. "Diziam que eu
usava muita metáfora. Nós temos uma característica, um ritmo na poesia. É
diferente", conta. As críticas não a fizeram desistir de escrever um
livro. "Nem liguei. Eu tenho uma necessidade biológica de escrever".
A história do Vale do Paraíba é
construída por mãos negras. Uma das regiões mais ricas durante a escravatura no
país, o Vale tem cidades que foram construídas pelo mercado de café, um dos
produtos mais exportados do país no século XVIII.
A dificuldade das mulheres
negras em conseguir ascender na literatura não é apenas sexista, mas histórica,
o que por vezes é minimizado nas pautas do próprio feminismo. Solange Moreira,
historiadora especialista na diáspora africana na região, afirma que o
feminismo ainda precisa prestar atenção nas pautas que permeiam o cotidiano das
mulheres negras.
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Em 22 de abril, das 15 horas às
17h30, será realizada no Salão Nobre do Senac São Paulo a mesa-redonda Mulheres
na Literatura: leitura e escrita que transformam vidas. O bate-papo marca a
abertura da Semana Senac de Leitura 2019 .
A atividade integra a programação da unidade 24 de Maio. Clique aqui e faça a sua inscrição para participar.
O
evento vai ate o dia 26, que terá exposições, rodas de conversa, palestras,
trocas de livros em todas as unidades do Senac São Paulo, incluindo São José
dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá.
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